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Monalisa em dose dupla

Uma novidade anunciada pelo Museu do Prado, na Espanha, promete revolucionar o mundo das artes: uma pintura muito semelhante à Monalisa de Leonardo da Vinci foi encontrada no depósito do museu, em Barcelona, e a autoria da obra é atribuída a um dos ajudantes do pintor italiano, que provavelmente fez a cópia ao mesmo tempo em que Da Vinci pintava sua Gioconda.

A tela retrata a mesma mulher pintada por Da Vinci, com a mesma pose e o mesmo sorriso enigmático, só que mais jovem, com o rosto mais claro e roupas em cores mais vivas. Após um cuidadoso processo de restauração, foram removidas várias camadas de tinta escura do fundo do quadro, revelando uma paisagem de colinas e rios quase igual à pintura original.

A descoberta vai ajudar a entender melhor um dos quadros mais famosos do mundo, desde detalhes sobre como ele foi feito até as intervenções que o alteraram de alguma forma ao longo do tempo. Acredita-se, por exemplo, que o aspecto envelhecido da mulher representada no célebre quadro de Da Vinci pode ser resultado da ação do verniz na tela e não da vontade do pintor.

Quer saber mais sobre o quadro mais famoso do mundo? A dica é ler “Roubaram a Mona Lisa!” um livro que relata, de forma envolvente e dinâmica, o maior roubo de arte da história.

A maior de todas as exposições de Da Vinci

Depois de cinco anos de tentativas e negociações, a National Gallery de Londres finalmente conseguiu reunir num só lugar o maior número de obras de arte de Leonardo Da Vinci que o mundo já viu. A exposição “Leonardo da Vinci: Pintor na Corte de Milão“, que se concentra na produção artística do período entre 1482 e 1499, quando ele trabalhava como artista assalariado para o Duque Ludovico Sforza, abre para a visitação do público nesta quarta, dia 9 de novembro.

São 60 peças, desde quadros famosos, como as duas versões da Virgem dos Rochedos, que serão vistas pela primeira vez lado a lado graças a um empréstimo do Louvre, até uma coleção de 50 desenhos relacionados às pinturas totalmente desconhecida até então.

As duas versões de "A virgem dos rochedos" estarão lado a lado pela primeira vez

“Os quadros estavam espalhados por mais de 20 cidades em 10 diferentes países, desde a Rússia aos Estados Unidos, passando pelo Vaticano”, disse o curador da exposição Luke Syson em entrevista à BBC. Das 15 pinturas que sobreviveram aos séculos, nove fazem parte da mostra. Imagine a emoção de ver tudo isso ao vivo num só lugar!

"Retrato de um músico", a única pintura de Da Vinci que retrata um homem

"Dama com Arminho" é o retrato da amante do duque Ludovico Sforza

A "Belle Ferronnière" é o mais elogiado da série de três retratos

Sentiu falta de alguma obra? Pelo jeito, depois do histórico roubo da Mona Lisa em 1911, nada nem ninguém é capaz de tirá-la do Louvre. A mais famosa pintura de Leonardo Da Vinci ficou de fora, mas isso não tira o brilho da exposição que vai até o dia 5 de fevereiro de 2012. Os bilhetes estão sendo vendidos com hora marcada e os organizadores recomendam que a compra seja feita com antecedência devido à alta procura. É preciso correr para não perder esse momento único da história da pintura no mundo!

Quem quiser conhecer mais a fundo a vida e a obra de um dos maiores gênios da pintura, vale a pena ler o volume Leonardo Da Vinci da Série Biografias.

Há 100 anos, o Brasil leu a notícia do “desaparecimento da Gioconda”

Em agosto de 1911, numa operação misteriosa cujos detalhes são até hoje desconhecidos, a Mona Lisa de Leonardo da Vinci desapareceu do Museu do Louvre, na França. Se você acompanha este blog, deve ter lido o post em que lembramos o ocorrido e compartilhamos um trecho da história descrita no livro Roubaram a Mona Lisa!, de R.A. Scotti. Em resumo, o que sabe é que, na volta do fim de semana, os guardas do Museu foram surpreendidos por uma parede vazia exatamente onde deveria estar a Gioconda de Da Vinci.

Ontem, o jornal O Estado de S. Paulo compartilhou em seu site o fac-símile da edição de 24 de agosto de 1911 (dois dias depois do ocorrido em Paris) que noticiava o roubo de uma das mais célebres obras de arte do mundo.

(leia a transcrição abaixo da figura)

Fac-símile da edição de O Estado de S. Paulo de 24 de agosto de 1911

O desaparecimento da Gioconda

Como informaram hontem os nossos telegrammas, desappareceu do Museu do Louvre, o célebre quadro “Gioconda” de Leonardo da Vinci.

A notícia de ter sido roubada a “Gioconda” produziu ante-ontem nos “boulevards” de Paris a mais abaladora e alvoroçante impressão.

Aos que dizem as primeiras informações, dignas de crédito, o ladrão conseguiu retirar a maravilhosa obra prima do “salão quadrado”, esconder-se no corredor, separar a tela da moldura, abandonar esta a um canto, junto a uma porta e evadir-se, sem que ninguém possa saber como nem verdadeiramente por onde. Quando os guardas deram pelo roubo, houve por todo o museu um grande alarme. Foram fechadas todas as portas do immenso edifício, dentro do qual se achavam, no momento, cerca de trezentos visitantes, a maior parte dos quais excursionistas estrangeiros.

Até às 10 horas da noite, tinham sido completamente baldadas todas as pesquizas sobre o estranho caso.

Os jornais parizienses mais populares deram edições extraordinárias, annunciando este verdadeiro acontecimento. E, sem exagero, se poderá dizer que os parizienses se não occuparam mais interessadamente do roubo da “Gioconda” que da delicadíssima situação internacional criada pela questão marroquina.

Apertem os cintos, a Mona Lisa sumiu!

No final da tarde de 20 de agosto de 1911, um domingo, três homens entraram no Museu do Louvre, em Paris. Disfarçados de funcionários, esconderam-se até o cair da noite. Dezesseis horas depois, o quadro mais famoso do mundo, a Mona Lisa, tinha desaparecido. Com o museu não abria às segunda-feira, passaram-se 24 horas até que alguém percebesse o roubo. Foi somente na terça-feira, 22 de agosto de 1911, a exatos 100 anos atrás, que a notícia se espalhou. A polícia apressou-se até a cena do crime, as portas foram trancadas e funcionários e visitantes, detidos. Mas o quadro já não estava lá há muito tempo. A França fechou suas fronteiras. E quando o museu reabriu, uma semana depois do roubo, os parisienses fizeram filas gigantescas para ver o lugar vazio em que o famoso quadro antes ficava pendurado. Uma caçada mundial estendeu-se de Paris a Nova York, da Argentina à Itália, mas a misteriosa Mona Lisa não foi encontrada em lugar nenhum.

Picasso e Apollinaire foram presos sob suspeita do roubo, mas acabaram soltos por falta de provas. A direção do Louvre, o governo francês e o jornal Le Figaro ofereceram recompensas pela devolução da pintura, mas as pistas efriaram… até que, dois anos depois, o marchand florentino Alfredo Geri recebeu uma carta que trazia a seguinte assinatura: “Leonardo”. A Mona Lisa estava à venda.

Onde ela estava? Quem a levara? No livro Roubaram a Mona Lisa!, a escritora R.A. Scotti volta no tempo e faz um relato vívido e minucioso deste que foi o maior roubo de arte da História. A autora revisita as origens da obra-prima de Leonardo da Vinci e contrói um romance policial baseado em fatos reais. Vivo, pulsante, fluente, Roubaram a Mona Lisa! é o tipo de livro que não se consegue parar de ler.

O espaço vazio deixado pela Mona Lisa, no maior roubo de arte da história

“Naquela manhã de terça-feira, o lugar dela na parede estava vazio. Só restavam quatro ganchos de ferro e uma marca retangular vários tons mais escura do que a área a seu redor – uma imagem fantasmagórica marcando o espaço que a Mona Lisa preenchera. À exceção de uma breve imagem a Brest, para onde ela fora enviada a fim de que ficasse em segurança durante a guerra franco-prussiana, ela não saía do Louvre desde que Napoleão havia sido exilado em Santa Helena.”  (Trecho de Roubaram a Mona Lisa!, de R.A. Scotti)

O reencontro das virgens de Leonardo

Em abril de 1483, ou seja, um ano após sua chegada [em Milão], consegue finalmente uma encomenda séria, por intermédio de Ambrogio e Evangelista Predis. Trata-se do famoso retábulo da Virgem dos Rochedos. (…) 

Em vez de prender-se ao tradicional grupo estático de uma Virgem com o Menino cercada de anjos e profetas, ele se lança na representação de uma antiga lenda que imagina o encontro do Menino Jesus com o jovem João Batista em pleno deserto. Lenda bastante iconoclasta, embora até o momento ninguém se inquiete com ela. Essa encenação audaciosa, quase herética, permite a Leonardo pintar uma fabulosa paisagem de rochedos e maciços, a ponto de fazer dela o principal ator em cena, carregando-a de valor simbólico como no mito da caverna. A Imaculada funde-se com a maternidade virginal, o interior e o exterior se alternam em ambientes densos e úmidos, jogos de luz artificial mostram as trevas como uma luva virada pelo avesso. “O útero da terra que revelaria o mistério das forças vitais em suas cavidades percorridas pelas águas fundadoras…”, assim Leonardo percebe sua Virgem dos Rochedos

Embora não seja o primeiro a pintar madonas dessacralizadas – foi Filippo Lippi quem primeiro tratou a Virgem como mulher carnal, sensual e até mesmo excitante – Leonardo oferece a Maria o amor materno e a ansiedade que sempre o acompanham. Torna-a familiar, comovente e muito jovem, com aquele incrível sorriso misterioso que flutua sobre seu turbulento filho. Suas madonas vão servir de modelo aos pintores dos séculos vindouros. (…) 

O trecho acima está no livro Leonardo da Vinci, de Sophie Chauveau (Série Biografias L&PM) e ganha destaque aqui porque, ontem, 28 de julho, foi anunciado no periódico britânico The Guardian que o quadro em questão, Virgem dos Rochedos vai estar exposto ao lado de outro quadro de Leonardo da Vinci chamado… Virgem dos Rochedos. É isso mesmo que você leu: duas telas de mesmo nome, pintadas pelo mesmo gênio, vão estar finalmente juntas num mesmo museu.  Esclarecendo: da Vinci pintou duplamente a mesma cena descrita no início deste post. A primeira não só foi negada pelo mecenas que a encomendou como Leonardo foi obrigado a pintar uma Virgem dos rochedos mais “conveniente”. Veio daí a segunda (que não se sabe ao certo em que ano foi finalizada), levemente diferente da original, em que João Batista ganhou um crucifixo para que as pessoas conseguissem identificá-lo. 

A primeira versão está no Louvre, em Paris, e a segunda na National Gallery de Londres. Mas agora, graças à aguardada exposição “Leonardo da Vinci: Painter at the Court of Milan”, que começa em novembro, o museu frances vai emprestar a sua Virgem para o museu inglês para que ambas possam ficar lado a lado e o público tenha a chance de compará-las. Uma espécie de “jogo dos sete erros” para os amantes das belas artes (que você até pode tentar fazer aqui, clicando na imagem acima para aumentá-la).

Andy Warhol, a arte e o dinheiro

Já imaginou como seria o leilão da Monalisa? E se um ricaço arrematasse o quadro e resolvesse exibi-lo apenas na sala de sua casa, para seu exclusivo deleite estético? E mais: não há seguro que compense possíveis danos a uma obra como La Gioconda, única no mundo. Portanto, ela permanece no Louvre, longe da badalação dos leilões e sem valor monetário algum. Ou seja, dependendo do ponto de vista, a Monalisa não vale nada.

Algo totalmente diferente acontece com os quadros de Andy Warhol. “Making money is art and working is art and good business is the best art”, disse ele certa vez. A regra é reproduzir, replicar, distribuir, vender. A factory não para. No leilão realizado pela Christie’s na noite desta quarta-feira, um autorretrato do pai da pop art realizado em 1964 sobre fotografias trabalhadas em variações de azul atingiu o valor mais alto do pregão: US$ 38,4 milhões – e se tornou seu autorretrato mais caro.

Mas aqui na L&PM é diferente. Chega no segundo semestre o volume Andy Warhol na Série Biografias e deve custar bem menos do que seus quadros, algo em torno de R$ 20 😉

O eterno Leonardo da Vinci

Em 2 de maio de 1519, ele escreve no seu caderno: “Continuarei…”, seguido de um “etc.” cheio de esperança. Após o chamado de Mathurine [a cozinheira que o serviu desde a chegada à França] para tomar a sopa antes que esfrie, ele perde os sentidos e cai. Battista, Melzi e Mathurine [seus empregados] correm até ele. Os olhos do mestre não se abrem mais. Caído sobre a mesa onde tomava notas, ele está morto.

Leonardo tinha quase 70 anos de idade e, apesar dos sinais físicos de que o dia derradeiro estava próximo, ele estava plenamente consciente. Pouco antes de morrer, mandou chamar o notário de Amboise, cidade francesa onde passou seus últimos anos, e ditou-lhe seus últimos desejos. Mandou dividir seus bens com os empregados e os pobres da comunidade. Seus quadros – inclusive A Gioconda – foram deixados de herança para o rei Francisco I, que no dia da morte de Leonardo, estava em outra cidade, desmentindo assim o célebre quadro de Dominique Ingres, que faz o artista morrer nos braços do rei.

"Morte de Leonardo da Vinci" (1818), de Jean-Auguste-Dominique Ingres

Ele também planejou seu funeral nos mínimos detalhes, com toda a pompa que tinha direito. Sua despedida está descrita no trecho a seguir, extraído do livro Leonardo da Vinci, da Série Biografias:

Este famoso artista, humilde e chistoso, simples e irônico, apaixonado pela glória e pela opulência, organizador de solenidades reais e brincadeiras desconcertantes, que adorava tanto o grotesco  e o mostruoso dos rostos populares, quanto a beleza do rosto e das roupas dos rapazes, providenciou um funeral com grande pompa, à altura de sua fama. Sua última festa. Talvez ele tenha imaginado que sua pessoa, admirada por Francisco I, equivalia a de um rei…

O cortejo é impressionante. Toda a corte acompanha seu ataúde atrás do rei, seguida pelo povo da aldeia. Como para um príncipe, todo o clero de Ambroise participa do funeral. (…) Serão a seguir celebradas três grandes missas e trinta missas gregorianas.

Mas após o funeral, não há notícia do paradeiro do corpo de Leonardo.

Alguns afirmam que o corpo de Leonardo estava enterrado sob uma das lajes do coro [da igreja de Saint Florentin, destruída durante a Revolução Francesa e demolida em 1808]. Um jardineiro diz ter recolhido alguns ossos que seriam dele, e com os quais as crianças da aldeia brincavam até então!

Assim Leonardo pregou a sua última peça.

Nenhuma sepultura real ou figurada existe para o maior artista do Renascimento. Nada, nem o menor vestígio. Ele, que não cessou de embaralhar as pistas enquanto viveu, vê seus desejos literalmente cumpridos na morte.

Não repousa em parte alguma. Assim a lenda pode continuar. E ela continua

Historiadora italiana revela uma nova cidade e até um novo nome para a Mona Lisa

Há uma nova cidade e um novo nome envolvendo a mais famosa obra de arte do mundo. Segundo pesquisas recém reveladas da historiadora italiana Carla Glori, a paisagem atrás da Mona Lisa não foi fruto da imaginação prodigiosa de Leonardo Da Vinci, mas sim inspirada em uma pequena e medieval cidade do norte da Itália. A ponte, o caminho e as montanhas vislumbradas por cima dos ombros da Gioconda seriam da cidadezinha de Bobbio, cuja abadia, inclusive, já serviu de inspiração para Umberto Eco em “O Nome da Rosa”. “A estrada sinuosa da pintura pode ser encontrada lá, bem como a ponte em arco que Da Vinci teria visto das janelas do castelo da cidade” disse Carla ao jornal inglês The Guardian. Para completar, a historiadora defende que a Mona Lisa é, na verdade, Giovanna Bianca Sforza, filha de Ludovico Sforza, duque de Milão do século XV. “Ludovico controlava Bobbio e Da Vinci provavelmente visitou a famosa biblioteca da cidade na época” diz a historiadora que ainda reforça sua tese defendendo que, dentro dos olhos da Mona Lisa, é possível ver as iniciais S e G. Não bastasse isso, Carla ainda cruzou suas teorias com as descobertas realizadas no ano passado por um outro grupo de pesquisadores. Eles perceberam  que, sob o arco da ponte, Leonardo Da Vinci pintou o número 72 em algarismos minúsculos. Carla Glori afirmou que isso seria uma referência ao ano de 1472 quando a ponte de Bobbio quase foi destruída por uma cheia do Rio Trebbia.

Mas claro que nem todos concordam com essas novas descobertas. O chefe desse grupo de pesquisadores, Silvano Vinceti, afirmou que o número teria sido apenas uma referência velada às teorias místicas de Da Vinci: “Não há nenhum código de Dan Brown aqui, apenas as mensagens que revelam o seu pensamento”, disse ele. “Ambos os números sete e dois são muito importantes no cabalismo”, completou. Quanto ao fato de que a Mona Lisa seria na verdade Giovanna Bianca Sforza, Vinceti acha pouco provável, já que ela morreu aos 15 anos e o quadro mostra uma mulher na casa dos 20. Carla Glori, no entanto, acredita que o mestre pode ter envelhecido o rosto de Sforza em uma tentativa de esconder a sua identidade após a queda de seu pai. Já Martin Kemp, um renomado estudioso de Da Vinci, afirmou não estar convencido das descobertas da historiadora: “É quase certo que o retrato é de Lisa Del Giocondo, porém essa ideia ainda soa pouco romântica e pouco misteriosa” disse Kemp, que também tem dúvida sobre Bobbio: “Leonardo refez uma paisagem arquetípica com base em seu conhecimento do ´corpo da terra´”. Entre polêmicas e olhares desconfiados, em 2011, Carla Glori pretente publicar suas descobertas sobre a pintura renascentista.

É ou não é? A cidade de Bobbio hoje, descrita por Ernest Hemingway como uma das mais bonitas do mundo

Para descobrir mais mistérios e encantos da Mona Lisa, sugerimos que você comece lendo o excelente Roubaram a Mona Lisa! e depois complete seus conhecimentos com Leonardo Da Vinci da Série Biografias.

O Manuscrito perdido de Leonardo da Vinci

Há pouco mais de uma semana, um fragmento perdido de um manuscrito de Leonardo da Vinci foi descoberto em uma biblioteca de Nantes no oeste da França. O pedaço de papel amarelado, com poucas linhas escritas de forma espelhada – da direita para esquerda (uma marca do artista), estava no meio de 5 mil documentos que foram doados em 1872 pelo colecionador Pierre-Antoine Labouchere. Depois de ficar esquecido, o manuscrito, que provavelmente é datado do século 15, agora precisará ser decifrado. Por enquanto, seu conteúdo ainda é um mistério e, segundo a diretora da biblioteca, Agnes Marcetteau, os especialistas ainda não sabem dizer o que significam os rabiscos feito pelo grande gênio. O objeto é o segundo item raro da coleção de Labouchere, sendo que o primeiro é uma partitura de Mozart encontrada em 2008. Leonardo da Vinci foi um dos maiores pintores, cientistas e pensadores do Renascentismo e sua vida está na Série Biografias L&PM.

O manuscrito de Leonardo da Vinci, do século 15, está escrito de forma espelhada. Foto: Stephane Mahe / Reuters

Encontrei o Leonardo!

Por Paula Taitelbaum*

Enquanto leio o primoroso Roubaram a Mona Lisa! de R. A. Scotti (você não leu? Tá esperando o quê?) descubro, além de um livro muitíssimo bem escrito – sobre o verídico roubo do quadro mais famoso do mundo em 1911 – que alguns personagens das belas artes mundiais possuem um lado que eu desconhecia. Primeiro, deparei com um Picasso que envolvia-se com freqüência em furtos de obras de arte: “No final da audiência, Picasso, que havia comprado as peças roubadas, foi liberado depois de assumir o ato e ser alertado para que não saísse de Paris”. Depois, fiquei sabendo que Leonardo da Vinci arrasava os corações de Florença com um rosto que tinha uma beleza “fora do comum”. Para mim, a imagem que surgia ao ouvir falar do mestre da Vinci era a de um velho homem de nariz adunco, muitas rugas e vasta cabeleira – e não a figura do titã de cabelos louros e encaracolados que lhe caiam sobre os ombros despertando suspiros nas donzelas. Confesso que duvidei. E por isso fui ao Google procurar algo que pudesse atestar a beleza do pai da Mona Lisa. O que encontrei foi o vídeo produzido pelo TED – Ideas worth spreading. É uma micro palestra do artista Siegfried Woldhek sobre o verdadeiro rosto de Leonardo da Vinci. Muito bom!

Este texto foi originalmente publicado em março de 2010, mas como considero esse livro e esse vídeo imperdíveis, decidi postá-lo novamente.

Paula é jornalista, escritora e coordenadora do Núcleo de Comunicação L&PM