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O sonho de consumo do tradutor de “On the road”

Foi ao entrar na famosa e tradicional livraria londrina Foyles que Eduardo Bueno, o tradutor de On the road, viu seu lado consumista ser consumido pelo desejo. Lá estava uma linha inteira de acessórios para quem quer colocar o pé na estrada junto com Jack Kerouac: agenda, capa de passaporte, garrafa térmica, caderno, eco bag, chaveiro, identificador de bagagem e necessaire de On the road.

Kit completo da Penguin para quem quer colocar o pé na estrada.

Obviamente, Eduardo não se conteve e comprou cinco dos itens oferecidos:

Eduardo Bueno e seus objetos de desejo.

Os objetos são um oferecimento da editora Penguin e ocupam um canto inteiro da Foyles, livraria que tem tudo a ver com o livro de Kerouac, já que tem a maior sessão de livros e de literatura de viagem do Reino Unido. A Foyles ocupa cinco andares de um prédio de tijolos à vista na Charing Cross Road, rua que foi eternizada no filme Nunca te vi, sempre te amei (cujo título original é 84 Charing Cross Road).

Mas é bom dizer que a rua e a região inteira sofreram o impacto da chegada dos e-books e as pequenas livrarias estão todas fechando suas portas. Felizmente, a Foyles persiste e resiste no mesmo endereço desde 1903, no número 121 e, em 2010, foi eleita a melhor livraria da Inglaterra. (Paula Taitelbaum, direto da Charing Cross Road)

Hoje é “World Book Day” no Reino Unido

Tradicionalmente, o Dia do Livro é comemorado em todo o mundo em 23 de abril,  mas no Reino Unido a festa começa bem antes. No dia 3 de março, escolas, bibliotecas e livrarias de todo o país promovem o World Book Day, com vasta programação de peças de teatro infantis e grupos de leituras. Neste dia, as crianças se vestem como seus personagens preferidos e é possível encontrar piratas, fadas, príncipes e princesas andando pelas ruas.

Indeciso, este garoto publicou uma vídeo-enquete em seu canal no Youtube para saber a opinião das pessoas sobre qual fantasia usar no World Book Day. Ele explica a situação com detalhes:

Britânicos se unem para salvar bibliotecas

Neste sábado, dia 5 de fevereiro, escritores, artistas e ativistas britânicos vão se reunir em 80 lugares simultaneamente para protestar contra o fechamento de cerca de 400 bibliotecas públicas no Reino Unido. A programação dos manifestantes inclui saraus, sessões de autógrafos, contação de histórias e até espetáculos em espaços públicos com o objetivo de impedir o corte de gastos nas áreas de cultura e educação no país.

Por meio de uma campanha nacional, a população está sendo convidada a procurar a biblioteca mais próxima de sua casa e se juntar ao movimento. Celebridades, artistas e ativistas gravaram convites em vídeo para mobilizar pessoas por meio da internet:

(clique e vá para a página do vídeo)

O jornal britânico The Guardian está apoiando o levante e criou espaços online para ajudar a organizar os encontros. No mapa disponível no site do jornal desde o início da semana é possível saber onde as ações vão acontecer e assim escolher o local mais perto de casa para participar:

Há ainda um mapa em que as pessoas podem ver que atividade vai ocorrer em cada local. Os mapas são atualizados colaborativamente, ou seja, cada participante insere informações sobre o que está fazendo ou planejando fazer, tornando o movimento auto-organizado. Para fornecer informações sobre o que será feito na biblioteca mais próxima da sua casa, basta inserir o código postal no formulário disponível ao lado do mapa ou tuitar o código seguido da hashtag #savelibraries.

Fica a pergunta no ar: não seria legal organizar algo parecido aqui no Brasil?

Onde está meu rock’n’roll?

O jornal britânico The Guardian publicou esta semana uma matéria intitulada RIP rock’n’roll, anunciando a morte do gênero musical mais ousado e jovem do mundo. O motivo do óbito, segundo o jornal, é que na lista das 100 músicas mais vendidas no Reino Unido em 2010, há apenas 3 rocks. A notícia deixou em polvorosa os admiradores do gênero e inspirou posts emocionados em blogs e fóruns sobre o assunto.

O site da Blitz, revista portuguesa especializada em música, promoveu uma discussão sobre o tema, que teve intensa participação dos leitores. A maioria, é claro, saiu em defesa do rock’n’roll, questionando os critérios e até a validade do ranking das músicas mais vendidas no Reino Unido. Mas houve também quem concordou com o jornal e defendeu corajosamente que o bom e velho rock’n’roll está mesmo perdendo espaço para outros ritmos como indie ou britpop.

E você, de que lado fica?

Para tirar suas próprias conclusões sobre esta polêmica, leia Mate-me por favor (dois volumes), que narra o nascimento do punk rock, desde a Factory de Andy Warhol até o Max’s Kansas City nos anos 60 e 70, chegando ao Reino Unido nos anos 80.

O livro entra nos camarins e nos apartamentos de astros como Iggy Pop, Patti Smith, Dee Dee e Joey Ramone para reviver os dias de glória do Velvet Underground, Ramones, New York Dolls, Television e Patti Smith Group entre outros.