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Verbete de hoje: Nani

Com o lançamento da nova Enciclopédia dos Quadrinhos“, de Goida e André Kleinert, este Blog publicará, nos domingos, um verbete deste livro. O de hoje é  o brasileiro Nani (1951) que, em meados de 2012, lança novo livro pela L&PM: “Humor mais grosso, humor menos grosso”.

Em 1984, quando a Record editou um álbum com as tiras de Vereda Tropical, criação de Nani, publicadas originalmente em O Bicho e depois no Jornal do Brasil, Luis Fernando Verissimo escreveu: “O desenho de Nani tem um jeito inexplicavelmente brasileiro. É um desenho deliberadamente simples, que, no entanto, escapa do ‘faux naif’, como dizem na Praça Mauá, malandramente. Diz tudo o que quer dizer com economia, mas não tão rapidamente que falte o detalhe, que pode não ser essencial, mas é engraçado. O humor de Nani também é o humor do Brasil do nosso infortúnio: irreverente e perplexo, impaciente e pacífico. O humor de quem olha o que se passa nesta vereda tropical com uma mistura de espanto, divertimento, impotência, revolta e resignação, mas não se entrega”. Ernani Diniz Lucas é de Esmeralda, Minas Gerais, nascido em 27 de fevereiro. Desde 1972 colaborou profissionalmente em O Pasquim, Ovelha Negra, Status Humor e Ele & Ela (onde criou a divertida página mensal de Aspone) Participou das edições do Almanaque do Humordaz (seção de cartuns e quadrinhos humorísticos do Estado de Minas) e teve as histórias de seu personagem Zé Zebrinha reunidas num miniálbum da Codecri (editora de O Pasquim). Até hoje é figura constante nas revistas nacionais de humor, quer como cartunista ou quadrinista. Nani chegou a ter uma revista só dele, chamada (muito apropriadamente) Onanista. Trabalhou para a publicação de Ota, Cerol Quadrinhos Urgentes. Para Ota também colaborou nas edições da Mad (Vecchi e Record). Seu traço também esteve na Megaquadrinhos e, a partir de 1999, na revista Bundas, onde fez as páginas (charges, HQs e textos) Nani pinta e borda. Na coleção “L&PM Pocket ”, publicou Humor politicamente incorreto (2002), Foi bom prá você? (2004), É grave, doutor? (2005), Orai pornô (2005) e Batom na cueca (2008). Na Desiderata, teve editados dois livros de charges e HQs, Humor 100% sexual (2006) e Humor de bar (2007).

Os malditos Laerte, Angeli, Adão, Glauco e Nani

Estreou em São Paulo, no último final de semana, o documentário Malditos cartunistas, que traça um panorama sobre a profissão de desenhista de humor no Brasil, desde o inesquecível O Pasquim, nos anos 60, até hoje. Dirigido e produzido de forma independente pelos também “malditos” Daniel Paiva e Daniel Garcia, este é o primeiro longa metragem feito sobre o assunto no Brasil. Foram 40 entrevistados, dos quais 25 entraram na versão final, entre eles Laerte, Angeli, Adão Iturrusgarai, Glauco e Nani.

Os realizadores tiraram do próprio bolso a verba para a produção do longa, mas a falta de recursos não interferiu na qualidade do trabalho. Malditos cartunistas já ganhou o prêmio do júri popular no festival de cinema Íbero Americano CineSul no Rio e participou do Cine Ouro Preto, onde teve excelente aceitação do público e crítica.

O filme já foi exibido em sessões especiais em algumas cidades, como São Paulo e Porto Alegre. Enquanto o longa não entra no circuito comercial (se entrar), dê uma olhada no trailer:

Estão disponíveis no canal oficial no Youtube algumas cenas inéditas que não entraram na versão final do longa. Vale conferir os depoimentos de Laerte, Angeli, Adão Iturrusgarai, Glauco e Nani (clique sobre o nome para abrir o respectivo vídeo). Outros nomes de peso no universo dos quadrinhos no Brasil também participaram do documentário, como Allan Sieber, Chiquinha, Fábio Zimbres, Schiavon, Reinaldo, Leonardo, Ziraldo, Arnaldo Branco, Jaguar, Guazzelli, Ota e André Dahmer.