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Mulherão

Martha Medeiros*

Peça para um homem descrever um mulherão. Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios, na medida da cintura, no volume dos lábios, nas pernas, bumbum e cor dos olhos. Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira, 1 metro e 80, siliconada, sorriso colgate. Mulherões, dentro deste conceito, não existem muitas. Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma em cada esquina.

Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar, e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa  e uma família morta de fome. Mulherão é aquela que vai de madrugada pra fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco pra buscar uma pensão de 200 reais. Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta, e uma família todos os dias da semana. Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento. Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista. Mulherão é quem leva os filhos na escola, busca os filhos na escola, leva os filhos pra natação, busca os filhos na natação, leva os filhos pra cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz. Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.

Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo, é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva, é quem opera pacientes, é quem lava roupa pra fora, é quem bota a mesa, cozinha o feijão e à  tarde trabalha atrás de um balcão. Mulherão é quem cria filhos sozinha, quem dá expediente de 8 horas e enfrenta menopausa, TPM e menstruação. Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos, fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios. Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio pra azia.

Longa vida às mulheres lindas de morrer, mas mulherão é quem mata um leão por dia.

* Martha Medeiros é escritora best-seller e mulherão. O texto acima está no livro Trem-bala.

Estrelando: Martha Medeiros

Comigo no cinema – Reflexões depois do The End é o livro que Martha Medeiros autografa na terça-feira, 10 de dezembro, na PocketStore Livraria em Porto Alegre. Para conhecer um pouco mais sobre o livro leia a matéria de Alexandre Lucchese publicada no Segundo Caderno do Jornal Zero Hora.

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M de Martha no YouTube

A escritora Martha Medeiros lança nesta quarta-feira, 26 de setembro, às 21:30, o seu canal no YouTube: M de Martha. Toda a semana, Martha vai abordar um tema com a letras M. O primeiro episódio é “Muitas”, e nele a best seller vai falar sobre a necessidade de se renovar constantemente.

“Meu nome é Martha Mattos de Medeiros. Um dia, pensando nisso, vi que o mundo feminino tem muito presente a letra M: menina, moça, mulher, musa, menopausa, menstruação… Fiquei com isso na cabeça e acabei indo para além do mundo feminino, mas com a ideia da letra na cabeça. Eu já tinha a ideia de fazer algo para me aproximar do mundo digital, para ampliar as possibilidades do meu público” — contou a escritora ao repórter Gustavo Foster, de GaúchaZH.

Essa primeira temporada de M de Martha terá 13 episódios, com seis minutos cada, no ar sempre às 21h30min das quartas.

 

Martha Medeiros esquenta a noite carioca com seus autógrafos

Foi um sucesso a noite de autógrafos de Martha Medeiros no Rio de Janeiro. A escritora autografou seu novo livro, Quem diria que viver ia dar nisso, na quinta-feira, 19 de abril, na Livraria da Travessa de Ipanema. Foram quatro horas de dedicatórias e fotos e uma fila que invadiu a calçada.

A fila de autógrafos atravessava a livraria e invadia a calçada em frente à Travessa de Ipanema

A fila de autógrafos atravessava a livraria e invadia a calçada em frente à Travessa de Ipanema

Amigos de Martha, como o ator Roberto Birindelli, passaram por lá

Amigos de Martha, como o ator Roberto Birindelli, passaram por lá

As próximas sessões de autógrafo de Martha acontecem em Curitiba no dia 25/04 às 19h (Livraria Curitiba Shopping Palladium) e em Belo Horizonte dia 26/04 às 19h (Livraria Leitura Shopping Patio Savassi).

Crônica de Martha Medeiros é tema de redação do vestibular da UFRGS

O tema do ano da prova de redação do vestibular da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), aplicada na segunda-feira, 8 de janeiro, foi um texto de Martha Medeiros, Pai da Pátria, publicado em agosto de 2017 na Revista Donna, do Jornal Zero Hora, e que estará no próximo livro de crônicas da escritora s ser publicado pela L&PM em 2018.

“Quem me dera ser crédula, confiante. Do tipo que admite estarmos em meio a uma crise medonha, mas que dela brotará um Estado maior, melhor. Já fui assim otimista, mas o tempo passou e me cobrou alguma lucidez e coragem para encarar a realidade”. (Trecho de Pai da Pátria)

Na prova, foi solicitado que os candidatos escrevessem sua opinião sobre o texto, posicionando-se contra ou à favor do que Martha Medeiros escreveu. O enunciado pedia, inclusive, que os candidatos escrevessem como se a própria autora fosse ler a resposta, para que ela entendesse claramente o posicionamento adotado.

“É um grande prestígio. Tenho a impressão de que deve ter sido muito bacana para eles, pois não precisam falar sobre o que eu falei, e sim sobre o que eles pensam do assunto, muito atual, com suas próprias palavras.” declarou a cronista ao jornal Zero Hora em matéria publicada no dia seguinte à prova do vestibular.

Conheça todos os livros de Martha Medeiros publicados pela L&PM Editores.

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As novas viagens de Martha Medeiros

Eu viajo para resistir à hostilidade humana, à crueza dos costumes, ao tique-taque insano dos relógios. Viajo porque sou consciente do quanto viver é difícil e porque não quero ser engolida pela descrença e pela desesperança. Viajo para celebrar a vida no que ela tem de mais sagrado: suas suti­lezas, delicadezas, ins­tantes mágicos, sintonias.” Martha Medeiros em “Um lugar na janela 2“.

Um_lugar_na_janela_2Se for para escolher entre “janela ou corredor” Martha Medeiros vai sempre preferir aquele que a deixe vislumbrar as paisagens que se descortinam à sua frente. Apaixonada por viagens, em 2012, a escritora lançou “Um lugar na janela“, livro que trazia textos sobre suas andanças por diferentes terras e culturas. Agora chega “Um lugar na janela 2” com novas paisagens, novas aventuras, novos relatos de viagens. Londres, Tailândia e Camboja, Cascais, México, Sicília, Miami, Rio de Janeiro, Uruguai, Sul da França e Nova York são os cenários de textos inéditos, escritos especialmente para este livro que, em seu final, traz um caderno de fotos coloridas da autora.

A Revista Donna deste final de semana, suplemento do jornal Zero Hora, traz uma entrevista com Martha sobre seu novo livro. Leia abaixo:

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Martha vai autografar “Um lugar na janela 2” na Feira do Livro de Porto Alegre no dia 5 de novembro, sábado, às 17h. No Rio de Janeiro, os autógrafos vão acontecer em 26 de novembro, também um sábado, às 18h na Livraria da Travessa Ipanema.

L&PM na Bienal do Livro de Minas

Topo-Bienal-Minas

Vai até domingo, 24 de abril, a Bienal do Livro de Minas em Belo Horizonte. Além de um mundo de livros, há encontros, debates e bate-papos com a participação de muitos escritores, entre eles duas autoras da L&PM: Martha Medeiros que participa de bate-papo e Graciela Mayrink que fará sessão de autógrafos.

Martha2_baixaMARTHA MEDEIROS no evento
“O amor em tempos apressados”
23 de abril às 16:30 no Pavilhão de Feiras

Martha Medeiros  e Xico Sá
– Mediação João Pombo Barile

Os relacionamentos amorosos são fontes inesgotáveis para a literatura. Sejam em crônicas, romances, poemas. Na literatura brasileira, muitos autores partem dos relacionamentos para tecer painéis bem-humorados e divertidos sobre as dificuldades e alegrias de se viver um grande amor.

Acesso: as senhas para o bate-papo serão distribuídas 1 hora antes de cada sessão, no balcão localizado em frente ao Café Literário. Será distribuída 1 (uma) senha por pessoa.

Arte_Final_Quando_o_Tempo_Sumiu.inddGRACIELA MAYRINK em sessão de autógrafos
23 de abril às 14h no estande da Livraria Leitura

Graciela autografa Quando o vento sumiulivro que publica pela L&PM.

“O caso dos dez negrinhos” por Martha Medeiros

(Crônica publicada no livro Montanha Russa que acaba de chegar em uma nova e linda edição)

Se existe uma culpada pela minha quedinha por romances policiais, acuso: chama-se Agatha Christie. Foi através de seus Assassinato no Expresso OrienteCipreste triste O caso dos dez negrinhos que me rendi ao gênero e que mais tarde aprendi a gostar também de Patricia Highsmith, outra dama da literatura de suspense. Pois um amigo que mora na Alemanha e com quem troco correspondência virtual me informa que a revista Der Spiegel noticiou que os herdeiros da escritora decidiram proibir a utilização do título O caso dos dez negrinhos nas futuras reedições. Esse título é ofensivo, uma vez que negro é uma palavra pejorativa, argumentaram eles. A partir de agora o romance se chamará E não sobrou nenhum.

E não sobrou nenhum livro com o título "O caso dos dez negrinhos"

E não sobrou nenhum livro com o título “O caso dos dez negrinhos”

Com todo respeito: é levar demasiadamente a sério essa febre do politicamente correto. Se a moda pega no Brasil, alguns livros poderão sofrer rebatizados semelhantes. O Navio negreiro, de Castro Alves, e a lenda do nosso Negrinho do pastoreio poderão entrar na mira dos defensores de um vocabulário menos ultrajante e virar Navio com passageiros de cor O afro-americaninho do pastoreio. Clássicos como A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, e O mulato, de Aluísio Azevedo, com sorte, escaparão ilesos.

Esse não precisa mudar... ufa.

Esse vai escapar… ufa.

É bom lembrar que a lista de termos considerados incorretos não se restringe às classificações de raça. Notas de um velho safadode Charles Bukowski, poderá se transformar em Notas de um indivíduo de idade avançada com atenção fortemente voltada para o sexo, e a obra-prima de José Saramago, Ensaio sobre a cegueira, poderá trazer em suas novas edições o título Ensaio sobre o desprovimento de capacidade visual.

Será que o velho safado vai ter que mudar?

Será que o velho safado terá que se comportar melhor?

A gente poderia ficar aqui até amanhã se divertindo com essas traduções. Não nego (do verbo negar) que a expressão negrinho só é simpática para nominar aquele doce também conhecido como brigadeiro, pois ele tem um oponente, o branquinho, e assim ninguém se sente diminuído. Até pode ser que a troca do título de um livro ajude a melhorar as relações entre pessoas de raças diferentes, vá saber. Mas, sinceramente, acho uma forçação de barra, uma patrulha que cada vez mais nos enquadra num comportamento padronizado e  nos impede de ser politicamente alegres e sem ranço.

Simples assim: Martha Medeiros responde

A capa do Segundo Caderno do jornal Zero Hora desta quarta-feira, 2 de setembro, é toda dedicada a escritora Martha Medeiros e a seu novo livro Simples Assim, que acaba de sair pela L&PM Editores. Na matéria, Martha responde quatro perguntas de seus leitores. Clique sobre a imagem para ler:

Martha_ZH_PDF

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