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O Dia Mundial do Rock em ritmo literário

Em homenagem ao Dia Mundial do Rock, cruzamos letras com músicas e criamos as trilhas sonoras perfeitas (ou nem tanto) para certos clássicos da literatura. Tem para todos os gostos. Aumente o som e dance baby, dance…

Para Memória póstumas de Brás Cubas: “The dead man walking”, de David Bowie, em versão acústica:

Para On the Road, “Highway 61 Revisited”, de Bob Dylan, na versão de Johnny Winter:

Para O amor é um cão dos diabos, ou qualquer outro livro de Charles Bukowski, “Sympathy for the Devil”, The Rolling Stones:

Para Peter Pan, “Fly Away From Here”, do Aerosmith:

Para Crime e Castigo, “Help!”, dos Beatles:

Para Romeu e Julieta,” Smells like teen spirit”, do Nirvana:

Para Alice no País das Maravilhas,  “What a Wonderful World” na versão de Joey Ramone:

Emma Bovary X Gemma Bovery

Estreou esta semana um filme chamado “Gemma Bovery”. Um trocadilho? Uma brincadeira? Uma releitura? Ou uma homenagem àquela que é uma das mais famosas personagens femininas da literatura, Emma Bovary? Talvez seja de tudo um pouco…

O longa metragem é descrito como uma “comédia dramática” e por aqui ganhou o subtítulo de “A vida imita a arte”. Dirigido pela francesa Anne Fontaine, foi adaptado a partir da graphic novel da britânica Posy Simmonds. A história é centrada na personagem Gemma Bovery, uma bela inglesinha que, ao se mudar para a região francesa da Normandia com seu marido Charles, desperta um turbilhão de sentimentos em seu vizinho Martin, produtor de deliciosos pães e fã de literatura.

Martin logo percebe as coincidências entre a nova moradora local e seu livro favorito, o clássico romance de Gustave Flaubert “Madame Bovary”, começando, claro, pelo nome da moça e o de seu marido, sem contar que foi na região da Normandia que Flaubert escreveu seu famoso livro.

E por falar em coincidência (se é que essa é uma), o nome da atriz também é Gemma: Gemma Arterton.

Assista ao trailer:

A L&PM publica Madame Bovary na Coleção L&PM Pocket e já lançou dois dos três volumes de O idiota da família, a biografia de Gustave Flaubert, escrita por Jean-Paul Sartre.

Flaubert por Sartre

Em 12 de dezembro de 1821 nascia Gustave Flaubert, cuja vida foi desvendada por Jean-Paul Sartre em O idiota da família, que chega ao Brasil pela L&PM em 2014. Para celebrar o aniversário do autor de Madame Bovary – enquanto a tão aguardada biografia não chega – leia o trecho inicial para ter um gostinho do que vem por aí:

“Quando o pequeno Gustave Flaubert, perdido, ainda “bestial”, emerge da primeira infância, as técnicas estão à sua espera. E os papéis. O adestramento começa: não sem sucesso, ao que parece; ninguém nos diz, por exemplo, que tenha tido problemas para caminhar. Pelo contrário, sabemos que o futuro escritor tropeçou foi quando se tratou da prova primordial, o aprendizado das palavras. Tentaremos ver, mais adiante, se teve, desde o princípio, dificuldades para falar. O certo é que se saiu mal em outra prova linguística, iniciação e rito de passagem, a alfabetização: uma testemunha conta que o menino aprendeu a ler muito tarde e que seus familiares o tinham então por criança retardada.”

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Um grande presente para os fãs de Flaubert: o prefácio de “O idiota da família”

Gustave Flaubert nasceu em 12 de dezembro de 1821. Um gênio que daria origem à Madame Bovary, mas que quando criança foi considerado literalmente um idiota. Jean-Paul Sartre era obcecado por ele. Tanto que dedicou anos da sua vida a escrever a biografia definitiva de Flaubert. Em O idiota da família, Sartre proporciona ao leitor um livro de cerca de 3.000 páginas, dividido em três tomos, que é lido como uma grande aventura. Até hoje inédito em língua portuguesa, O idiota da família finalmente poderá chegar às mãos dos brasileiros em nossa língua mater. A L&PM Editores já recebeu da tradutora Júlia da Rosa Simões as primeiras mil páginas do volume 1 que será lançado em meados de 2013. E como hoje é aniversário de Flaubert, aqui vai um presente a todos aqueles que aguardam ansiosamente a chegada deste que é considerado um projeto soberbo, o livro que encerra a obra sartriana. Com vocês, o prefácio de O idiota da família finalmente em português:

PREFÁCIO

O idiota da família é a continuação de Questões de método. Seu tema: o que podemos saber de um homem, hoje em dia? Pareceu-me que só poderíamos responder a essa pergunta através do estudo de um caso concreto: o que sabemos – por exemplo – de Gustave Flaubert? Isso significa totalizar as informações de que dispomos sobre ele. Nada prova, de início, que essa totalização seja possível e que a verdade de uma pessoa não seja plural; os dados são muito diferentes por natureza: ele nasceu em dezembro de 1821, em Rouen ­– eis um; ele escreve à amante, muito tempo depois: “A Arte me espanta” – eis outro. O primeiro é um fato objetivo e social, confirmado por documentos oficiais; o segundo, também objetivo quando nos atemos à coisa dita, por seu significado remete a um sentimento vivido, e nada decidiremos sobre o sentido e o alcance desse sentimento se antes não tivermos estabelecido se Gustave é sincero, em geral e, particularmente, nesta circunstância. Não corremos o risco de chegar a camadas de significados heterogêneos e irredutíveis? Este livro tenta provar que a irredutibilidade é apenas aparente e que cada informação colocada em seu devido lugar torna-se a parte de um todo que continua a fazer-se e, ao mesmo tempo, revela sua profunda homogeneidade com todas as outras.

Porque um homem nunca é um indivíduo; seria melhor chamá-lo de universal singular: totalizado e, por isso mesmo, universalizado por sua época, ele a retotaliza ao reproduzir-se nela como singularidade. Universal pela universalidade singular da história humana, singular pela singularidade universalizante de seus projetos, ele exige ser estudado simultaneamente pelas duas pontas. Precisaremos encontrar um método apropriado. Apresentei os princípios de um em 1958 e não repetirei o que disse então: prefiro mostrar, cada vez que necessário, como ele se faz no próprio trabalho para obedecer às exigências de seu objeto.

Uma última palavra: por que Flaubert? Por três motivos. O primeiro, bastante pessoal, há muito tempo deixou de valer, apesar de estar na origem dessa escolha: em 1943, ao reler sua Correspondência na má edição Charpentier, tive a sensação de ter contas a ajustar com ele e que devia, com vistas a isso, conhecê-lo melhor. Desde então, minha antipatia inicial transformou-se em empatia, única atitude exigida para compreender. Por outro lado, ele se objetivou em seus livros. Qualquer pessoa dirá: “Gustave Flaubert é o autor de Madame Bovary”. Qual, então, a relação do homem com a obra? Eu nunca o disse até agora. Nem ninguém, que eu saiba. Veremos que é dupla: Madame Bovary é derrota e vitória; o homem que se manifesta na derrota não é o mesmo exigido para sua vitória; será preciso entender o que isso significa. Por fim, suas primeiras obras e sua correspondência (treze volumes publicados) manifestam-se, veremos, como a confidência mais estranha, a mais facilmente decifrável: como se ouvíssemos um neurótico falando “ao acaso” no divã do psicanalista. Acreditei que seria permitido, para esta difícil demonstração, escolher um tema fácil, que se revela facilmente e sem o saber. Acrescento que Flaubert, criador do romance “moderno”, está na interseção de todos os nossos problemas literários de hoje.

Agora, é preciso começar. Como? Pelo quê? Pouco importa: penetramos em um morto da maneira que quisermos. O essencial é partir de um problema. Daquele que escolhi, geralmente pouco se fala. Leiamos, no entanto, essa passagem de uma carta à srta. Leroyer de Chantepie: “É de tanto trabalhar que consigo calar minha melancolia natural. Mas o velho fundo muitas vezes reaparece, o velho fundo que ninguém conhece, a chaga profunda sempre escondida”[1]. O que isso quer dizer? Uma chaga pode ser natural? Seja como for, Flaubert nos remete à sua proto-história. O que se precisa tentar conhecer é a origem dessa chaga “sempre escondida” e que, em todo caso, tem origem em sua primeira infância. Este não será, acredito, um mau começo.

[1]Croisset, 6 de outubro de 1864.

Lançamento de peso: os três volumes de "O idiota da família" na edição francesa. O primeiro volume chega em meados de 2013 pela L&PM

Clássicos da literatura na novela da Globo

A Capa do Caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo de ontem, 13 de maio, traz uma matéria chamada “Gol de letra” que começa contando uma cena da novela “Avenida Brasil”, que vai ao ar às 21h na Globo. Transcrevemos aqui o diálogo citado, uma conversa entre o ex-jogador de futebol Tufão (Murilo Benício) e a mulher Carminha (Adriana Esteves):

“Tá lendo o quê?”
“Um livro que a Nina me emprestou. Madame Bova… de Bovári.”
“Qual é a dessa madame aí?”
“Essa é louca. Sabe que ela trai o marido, mas não gosta do amante? Vai entender!”
“Coisa de intelectual.”

Madame Bovary, de Flaubert, não é o único livro de cabeceira do casal da novela. O personagem de Murilo Benício já leu A interpretação dos sonhos, de Freud (que a Coleção L&PM Pocket lançará este ano) e A metamorfose, de Kafka.

Segundo contam os jornalistas Elisangela Roxo e Marco Rodrigo Almeida em sua matéria da Folha, “A mansão de Tufão tem biblioteca, mas os livros eram apenas decorativos, todos ocos. Os reais chegaram pelas mãos de Nina (Débora Falabella), que busca vingança contra Carminha e, para atingir seu objetivo, trabalha como cozinheira da família. Os livros são usados por ela para abrir os olhos do ex-jogador sobre o mau-caratismo da mulher, que o trai com o próprio cunhado.”

O autor da novela, João Emanuel Carneiro, já adiantou que o próximo exemplar da estante de Tufão será o clássico de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.

“Especialistas em literatura acreditam que as citações em ‘Avenida Brasil’ podem atrair a atenção do público para obras canônicas” diz a matéria. Entre os livros indicados pela Folha para que sejam lidos futuramente pelo personagem de Benício estão O Primo Basílio, de Eça de Queirós e Otelo, de Shakespeare, ambos da Coleção L&PM Pocket.

Madame Bovary e A metamorfose também estão na Coleção L&PM Pocket.

Os livros preferidos de Hemingway

A edição de fevereiro de 1935 da Revista Esquire trazia um artigo de Ernest Hemingway no qual o escritor revelava os 17 livros que ele gostaria de ler novamente como se fosse a primeira vez. Na lista, há alguns títulos publicados pela L&PM: O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë; Madame Bovary, de Gustave Flaubert; Guerra e Paz, de Tolstói; As aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain; O vermelho e o negro, de Stendhal e Os dublinenses, de James Joyce.

Hemingway na sua mesa de trabalho, cercado por seus livros favoritos

Se você deseja ter a sensação que Hemingway queria repetir – a de ler estes livros pela primeira vez – aqui está a chance de começar…

Pela primeira vez em português: “O idiota da família”, de Sartre

“Flaubert representa, para mim, exatamente o contrário da minha própria concepção da literatura: um alienamento total e a procura de um ideal formal que não é, de modo algum, o meu…”. A frase, dita por Jean-Paul Sartre, talvez justifique a obsessão dele por Flaubert. Obsessão essa que consumiu anos da vida do escritor e o levou a escrever a biografia definitiva do autor de Madame Bovary. Em O idiota da família, Sartre proporciona ao leitor um livro enorme, dividido em três tomos, que é lido como uma grande aventura. É uma investigação minuciosa e maníaca do início da infância do menino Gustave, literalmente o idiota da família, em que Sartre procura, nas trajetórias individuais do pai, da mãe, do irmão mais velho, da irmã caçula, nas características socioeconômicas da família Flaubert, nos acontecimentos históricos da época, elementos de explicação para essa estranha criança que foi Gustave: espremido entre os irmãos, meio apatetado, que aos sete anos ainda não sabia ler, mas aos treze já escrevia cartas e livros.

O contrato para a publicação de O idiota da família em português acaba de ser assinado e a tradutora Júlia da Rosa Simões já começou a tradução do volume 1 que será lançado em 2013. Ou seja: finalmente os brasileiros poderão ler – em português – este que é considerado um projeto soberbo, o livro que encerra a obra sartriana.

Houve um momento, no final dos anos 1960, em que a maioria dos críticos considerou a carreira literária de Jean Paul Sartre esgotada e encerrada. Foi quando o grande filósofo e escritor surpreendeu o mundo com as quase 3000 páginas – impecavelmente escritas – dos três volumes d’O Idiota da Família, um estudo sem precedentes da vida e da obra de Gustave Flaubert, que na infância chegou a ser considerado quase um débil mental e, na idade madura, com devoção de sacerdote e o trabalho obstinado de operário, construiu o monumento Madame Bovary. Sartre percorreu as páginas do grande romance de Flaubert com um olhar inteiramente novo, descobrindo as delicadas linhas que ligaram a vida pessoal do escritor e a sua extraordinária ficção. O idiota da infância, percebeu Sartre, transformou-se num gênio capaz de sublimar sua própria fragilidade. A leitura dessa obra colossal deixa uma suspeita inevitável: talvez Flaubert tenha sido para Sartre o que Madame Bovary foi para Flaubert. (Palavras do escritor, jornalista e advogado José Antônio Pinheiro Machado, o Anonymus Gourmet, que leu a obra em francês)

Os três volumes em francês de "O idiota da família" que serão publicados pela L&PM

Autor de hoje: Gustave Flaubert

Rouen, França, 1821 – † Croisset, França, 1880

Filho de um cirurgião francês, estudou no colégio Real, na França, onde conheceu a literatura através de poemas, reconstituições históricas e romances. Em 1840, frequentou a faculdade de Direito em Paris, mas abandonou os estudos para viajar à África do Sul e ao Oriente. Depois disso, recolheu-se a um sítio em Croisset, na França, onde viveu solitário por cerca de trinta anos. Um caso de adultério, seguido do suicídio da mulher, inspirou o romance Madame Bovary. Pouco compreendido à época, o livro veio a tornar-se um clássico. O prestígio de Flaubert como escritor deve-se, sobretudo, à criação de um estilo literário elegante, rigoroso e claro. Ao questionar a incompreensão burguesa, sua obra tenta superar a herança romântica, estabelecendo os paradigmas do romance ocidental.

OBRAS PRINCIPAIS: Madame Bovary, 1857; Salambô, 1862; A educação sentimental, 1869; Três contos, 1877; Bouvard e Pécuchet, 1881

GUSTAVE FLAUBERT por Maria Luiza Berwanger da Silva

Madame Bovary, c’est moi. Madame Bovary ou le roman sur le rien. A obra de Gustave Flaubert, vista como um todo, desloca-se entre estas duas margens, da profunda subjetividade à inapagável negatividade, margens nas quais a voz do sujeito só se faz ouvir para se diluir no indistinto e no inominável, como se o trânsito entre ângulos paradoxais diminuísse o espaço entre fronteiras, espaços e territorialidades. Assim, o projeto literário de Flaubert concede a todo leitor o prazer de compartilhar de singulares paisagens, aquelas que o impacto da leitura possibilita redesenhar.

Permitir ao leitor de hoje experimentar, ampliando-o, o “lazer interior” a que se refere Paul Valéry: eis, em síntese, a sublime sensação a que nos remete a obra de Gustave Flaubert na representação exemplar de Madame Bovary, A educação sentimental, A tentação de Santo Antônio e Três contos. Nessas obras, a composição romanesca e a constelação de temas, mitos e motivos tanto identificam o imaginário e a arte da França quanto estabelecem diálogos com literaturas de outras nacionalidades. Acrescente-se a essas aproximações as relações com campos diversos de conhecimento, como medicina, religião, história, sociologia e psicanálise, a título de amostragem, nos quais o prazer do texto emerge justamente da constante insinuação, ao leitor nacional e ao estrangeiro, sobre o real, enigmático e indecifrável em sua totalidade. Põe-se, pois, em Flaubert, a página e o mundo.

Imagem-síntese da obra flaubertiana, Três contos e, especialmente, a personagem Félicité, de Um coração simples, remete, elucidando-o, ao paradoxo nomeado entre a redução à subjetividade de “Madame Bovary, c’est moi” e a declarada negatividade de “Madame Bovary ou le roman sur le rien”. Articulado pelo projeto de reter o fluxo do tempo e do espaço, nesse conto, o ato de empalhar um papagaio “gigantesco” retém, sob o simbolismo dessa busca da continuidade, a busca da memória inapagável e em contínuo refazer-se, gosto que agrega ao título Um coração simples o próprio desejo de uma subjetividade que vê e que se vê.

Vasto é todo romance que configura a ilusão dessa constante travessia em busca do diferente e do múltiplo. Envolve-nos Flaubert, em seu processo criador, nessa decifração infatigável do novo, com tal intensidade que toda tentativa de compreender as faces do Outro (estrangeiro) retorna ao leitor, reconfigurando-lhe a própria subjetividade. Esta é a paisagem com que a revisitação de Flaubert brinda seu leitor desde sempre.

* Guia de Leitura – 100 autores que você precisa ler é um livro organizado por Léa Masina que faz parte da Coleção L&PM POCKET. A partir de hoje, todo domingo,você conhecerá um desses 100 autores. Pra melhor configurar a proposta de apresentar uma leitura nova de textos clássicos, Léa convidou intelectuais para escreverem uma lauda sobre cada um dos autores.

Gustave Flaubert, o imor(t)al

Gustave Flaubert

Gustave Flaubert

Em janeiro de 1857, Gustave Flaubert foi acusado de ofensa à moral e à religião após a publicação de sua obra-prima Madame Bovary na França. A censura da época chegou a exigir o corte de uma das cenas do romance original como condição para a publicação, mas a medida não foi suficiente para acalmar os puristas. Mesmo com a cena suprimida, a Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena decidiu proibir a circulação da obra e punir o autor e o diretor da revista Revue de Paris, onde a história foi publicada pela primeira vez.

A represália tinha também a intenção de descobrir quem era Emma Bovary, mulher imoral e adúltera retratada por Flaubert no romance. A dúvida teve fim junto com o processo, quando em 7 de fevereiro de 1857, há exatos 154 anos, Flaubert declarou “Emma Bovary sou eu”, causando ainda mais escândalo e reafirmando a importância de uma das personagens mais debatidas da literatura.

Apesar da ousadia – e graças à brilhante atuação de seu advogado – Flaubert foi absolvido e sua obra continuou a circular, tornando-se um clássico da literatura mundial. Se um dia foi considerado imoral e passível de censura, o livro é hoje leitura obrigatória nas escolas, servindo de inspiração para releituras criativas como esta:

Madame Bovary faz parte da Coleção L&PM Pocket.