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Uma livraria em cada esquina

Já ouviu falar de uma pequena cidade no País de Gales chamada Hay-on-Wye? Prepare-se então para nunca mais  esquecer deste nome, pois Hay-on-Wye é a cidade com o maior número de livrarias por habitante do mundo! São 38 “bookshops” para atender à sede de leitura dos 1500 moradores: dá uma média de 1 livraria para cada 40 pessoas.

É claro que com tantas livrarias, a cidade vive cheia de bibliófilos e curiosos. Há praticamente uma livraria em cada esquina, algumas delas especializadas: música, religião, fotografia, história, apicultura, criminologia e por aí vai. A Hay Cinema Bookshop, por exemplo, tem cerca de 400 mil livros sobre cinema!

Mas a mais curiosa é certamente a “Honesty Books” (cujo nome é bastante sugestivo), que espalha suas estantes pelas ruas e não há vendedores. São os próprios compradores que depositam o valor do livro numa caixinha. Já pensou se a moda pega aqui no Brasil?

Algumas das prateleiras da "Honesty Book Shop"

"The Sensive Book Shop" não é uma gracinha?

Para conhecer melhor a variedade literária desta verdadeira meca dos amantes de livros vale acessar a lista completa com nome e contato de cada uma das 38 livrarias no site oficial da cidade. Outra opção é visitar Hay-on-Wye durante o Hay Festival, a maior festa literária da Grã-Bretanha, que ganhou o apelido de “woodstock do cérebro” do ex-presidente americano Bill Clinton, que passou por lá numa das edições. O evento acontece anualmente, no final de maio e início de junho, desde 1988 e reúne cerca de 80 mil pessoas em 10 dias.

Será que alguém lê livros na China?


A falta de livros nas mãos dos chineses é uma triste herança dos tempos em que a literatura literalmente virou cinza. Só depois de muito procurar, encontrei uma rua em Xangai com quatro livrarias, uma atrás da outra. Duas delas estavam praticamente vazias, uma tinha meia dúzia de gente e apenas a “Art Bookstore” exibia compradores mais animados. Nessas livrarias, não encontrei nenhum livro de ficção escrito em mandarim. O que parece significar que, para ler um romance na China, é preciso saber ler em inglês – e garanto que a maioria não sabe. Até as publicações contando a história de Xangai, com belíssimas fotos, apresentavam-se em caracteres ocidentais.

Chamou a atenção que, em um dos estabelecimentos, a editora inglesa Penguin tinha uma prateleira só dela. Mas o que mais me agradou mesmo foi a livraria de arte. Projetada com esmero e dividida por prateleiras curvilíneas, ela é um espaçoso paraíso para os amantes do desenhos e da pintura – em especial da arte chinesa. Há não apenas livros, mas muitas revistas e quadrinhos. No fundo da loja, um espaço que vende tintas, pincéis e outros artigos do ramo. Tudo muito bacana, mas que faz nascer a dúvida: será que os clientes que ali se encontravam se interessam por literatura ou apenas por artes plásticas?

Para saber mais sobre a Revolução Cultural chinesa, que queimou todos os livros, prendeu professores e fechou universidades, leia China: uma nova história.

Leia os posts anteriores:
A escrita chinesa e a arte de desenhar ideias
Enquanto isso, na China milenar, a Expo continua a mil
A Expo é um parque de diversões na cabeça
A Expo Shanghai, os chineses e o Brasil
Xangai é um barato