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As muitas montagens de Otelo

E por falar em Shakespeare, a L&M acaba de lançar um guia essencial sobre as peças de Shakespeare

E por falar em Shakespeare, a L&M acaba de lançar um guia essencial sobre as peças de Shakespeare

Apresentada na corte em 1604, no Globe e no Blackfriars, o papel de Otelo foi originalmente interpretado pelo destacado ator trágico do grupo King’s Men, Richard Burbage, e existe alguma evidência de que um ator de comédias fazia o papel de Iago, antecipando a argumentação de W. H. Auden sobre Iago como o “curinga do baralho” (The Dyer’s Hand). A raça de Otelo era provavelmente indicada pelo uso de tinta preta ou rolha queimada, e uma peruca de lã ou outros adereços também podem ter sido utilizados. Interpretar o mouro nos palcos tem sido um dos desafios mais constantes da peça, e começa com séculos de atores brancos se fazendo passar por negros, com o uso de maquiagem, sotaque ou gestos, passa pela tradição de contar com negros no teatro no século XIX e atinge a dominância de atores negros no XX. Marcos posteriores incluem performances por Paul Robeson em Londres em 1930 e em turnê na América em 1943, a atuação de um escurecido Laurence Olivier em 1964 (preservada, talvez inutilmente, em filme, no qual o trabalho de Olivier parece histriônico), e Patrick Stewart como um Otelo branco em meio a um elenco majoritariamente negro em Washington D.C. em 1997.

Com sua abordagem da questão racial, a peça tem, com frequência, flertado com temas da atualidade: uma versão para televisão escrita por Andrew Davies (2001) tinha Otelo como um chefe de polícia contemporâneo em Londres; uma montagem sul-africana dirigida por Janet Suzman, em 1987 (Market Theatre, Joanesburgo), se alimentou da política do apartheid. No palco, a manipulação amoral que Iago faz com a plateia tem muitas vezes suplantado a apresentação mais distanciada de Otelo, e, pelo menos desde a atuação de Garrick no século XVIII, o papel te atraído grandes estrelas. Iagos carismáticos incluem Kenneth Branagh (filme dirigido por Oliver Parker, 1996) e Simon Russel Beale (dirigido por Sam Mendes, National Theatre, 1997).

A filmagem que Orson Welles fez da peça em 1952 traduziu sua linguagem para poesia visual, em particular com os contrastes de preto e branco, teias, armadilhas e sombras; para Shakespeare da BBC, Jonathan Miller enfatizou os interiores no estilo de Mermeer. O (dirigido por Tim Blake Nelson, 2001) deu nova roupagem à história situando-a em uma high school americana, com maioria de alunos brancos e Odin sendo a estrela do time de basquete. Montagens recentes para o teatro têm dado ênfase ao cenário militar ou sentido ao papel dos sexos na peça ao situá-la em universos vitorianos ou eduardianos. Os ritmos do texto e o contraste entre o estilo elevado de Otelo (que o crítico G. Wilson Knight chamou de “a música de Otelo” [The Wheel of Fire]) e a linguagem bestial de Iago tornaram a peça interessante para adaptações musicais, inclusive a ópera Verdi, Otello (1887), e o musical de rock Catch my Soul (1968).

Trecho do livro Guia Cambridge de Shakespeare que traz comentários sobre todas as obras, sinopses, personagens, contextos e interpretações.

Paul Robeson como Otelo em montagem que foi apresentada nos palcos americanos em 1943

Paul Robeson como Otelo em montagem que foi apresentada nos palcos americanos em 1943

Orson Welles incorporou o mouro em filme de 1952

Orson Welles incorporou o mouro em filme de 1952

Laurence Olivier se valeu de muita maquiagem para escurecer a pela em 1964

Laurence Olivier se valeu de muita maquiagem para escurecer a pela em 1964

Em 1997, Patrick Stewart inverteu os papéis e viveu um Otelo branco, enquanto Desdêmona era negra

Em 1997, Patrick Stewart inverteu os papéis e viveu um Otelo branco, enquanto Desdêmona era negra

Marilyn e “O príncipe encantado”

No dia 9 de fevereiro de 1956, os jornalistas acorreram em massa à nova coletiva de imprensa convocada pela divina loura ao lado de um convidado prestigioso: Laurence Olivier. Milton Greene convenceu o grande ator inglês a levar para a tela a peça que ele realizara com sucesso junto com sua mulher, Vivien Leight, The Sleeping Prince (O príncipe encantado), e substituir esta última no cinema por Marilyn. A brithish distinction diante da american sex symbol. Shakespeare contra Barbie. Um duo impossível; um duelo que parece inevitável. Depois de algumas negociações, com seu nome em destaque no cartaz, sir Laurence se deixa tentar pela aventura. Curioso, impaciente, vem em pessoa a Nova York se encontrar com Marilyn e anunciar publicamente que ele mesmo dirigirá O príncipe encantado (…)

O trecho acima está na imperdível biografia que leva o nome da diva: Marilyn Monroe, de Anne Plantagenet (Coleção L&PM Pocket). O livro conta ainda como, no final de julho daquele ano, as filmagens de O princípe encantado começaram em Londres, num momento em que, apesar de seguir linda e aparentemente eufórica, ressoava dentro de Marilyn “o eco de coisas quebradas”.  

“Sete dias com Marilyn” (My week with Marilyn), filme que tem estreia prevista no Brasil para o dia 10 de fevereiro, mostra justamente esta época e está centrado na passagem da beldade pela Inglaterra, aos olhos de Colin Clark, o jovem assistente de Laurence Olivier. Clark ficou encarregado de guiar a atriz durante uma semana pelas terras da Rainha e todo o enredo está baseado em suas memórias, publicadas em um livro.

O filme já tem três indicações ao Globo de Ouro (incluindo melhor atriz para Michelle Williams), e os cartazes brasileiros já foram divulgados:

Não basta ser loira, tem que ser Marilyn

Já tínhamos visto as fotos em que a atriz Michelle Williams aparece no papel de Marilyn Monroe nas cenas do tão aguardado My Week with Marilyn, de Simon Curtis. No fim da semana passada, o filme, que conta os bastidores da gravação de O príncipe encantado, em 1956, ganhou trailer oficial: Michelle ficou ainda mais loira, ganhou olhos azuis e uma pinta no rosto, mas será que isso é suficiente para ser Marilyn? Assista ao trailer e tire suas próprias conclusões:

Assim que pisaram em Londres, em 13 de junho de 1956, Marilyn e seu marido, Arthur Miller, foram recepcionados pelo assistente de Laurence Olivier, Colin Clark, que ciceroneou o casal em sua estadia nas terras da rainha. My week with Marilyn é baseado no livro em que Clark conta suas memórias destes dias privilegiados. E é claro que esta passagem não ficou fora do livro Marilyn Monroe, da Série Biografias L&PM:

No dia 13 de julho de 1956, o mais célebre casal do mundo chega à Inglaterra, onde é acolhido com todas as honras e inevitável alvoroço por sir Laurence Olivier, Vivien Leight e centenas de jornalistas saídos por uma vez de sua fleuma lendária. Os recém-casados vão se esconder em um castelo suntuoso, em Parkside House, propriedade de cinco hectares vizinha à da rainha, cercada de muros altos, que dispõe de uma boa dúzia de quartos e de uma meia dúzia de empregados.

My week with Marilyn tem estreia prevista para o dia 4 de novembro nos Estados Unidos, mas ainda não tem data para chegar ao Brasil. Enquanto isso, dá tempo de ler Marilyn Monroe, de Anne Plantagenet, na Série Biografias L&PM, um livro emocionante e intenso, como foi a vida de uma das maiores estrelas do cinema de todos os tempos.

Marilyn nas terras da rainha

No dia 13 de julho de 1956, o mais célebre casal do mundo chega à Inglaterra, onde é acolhido com todas as honras e inevitável alvoroço por sir Laurence Olivier, Vivien Leight e centenas de jornalistas saídos por uma vez de sua fleuma lendária. Os recém-casados vão se esconder em um castelo suntuoso, em Parkside House, propriedade de cinco hectares vizinha à da rainha, cercada de muros altos, que dispõe de uma boa dúzia de quartos e de uma meia dúzia de empregados.

O trecho acima, retirado da biografia de Marilyn Monroe (Coleção L&PM Pocket), é também uma das cenas do filme My Week With Marilyn, de Simon Curtis, que tem estreia prevista para o fim do ano. A produção do filme divulgou na semana passada uma foto das filmagens que mostra exatamente o momento em que a maior estrela do cinema da época desembarca em Londres ao lado de seu marido, Arthur Miller, para participar das filmagens de O príncipe encantado, estrelado e dirigido por Olivier. Compare a imagem divulgada pela produção de My Week With Marilyn com uma foto da época, que certamente foi utilizada como referência para compor a cena:

O filme de Simon Curtis é baseado no livro de memórias escrito por Colin Clark, que foi assistente de sir Laurence Olivier durante as filmagens e acompanhou a estadia de Marilyn Monroe nas terras da rainha. Depois deste teaser, mal podemos esperar pela estreia do filme!

Enquanto isso, vale a leitura do livro Marilyn Monroe da Série Biografias.

Marilyn Monroe vem aí

2011 será o ano de Marilyn Monroe voltar à vida. A loira e seu olhar “de mormaço” vão reencarnar na atriz Michelle Williams, a protagonista de My Week with Marilyn, filme sobre a diva mais famosa e desejada de Hollywood. Ao jornal britânico The Daily Mail, Williams afirmou que sentia que ela e sua personagem estavam bastante unidas: “Em um determinado momento ficou complicado assumir o controle. Não tenho me sentido eu mesma nesses dias”, afirmou. Para viver a loiríssima, além de pintar e cachear os cabelos, a atriz precisou passar por aulas que ajudaram a entender como Marylin andava, falava e até mesmo pensava (?). My Week with Marilyn é baseado no diário de Colin Clark, jovem ator que trabalhou para Sir Laurence Olivier, enquanto ele rodava o filme “O príncipe e a corista” ao lado de Miss Monroe. Além de Williams, o elenco traz Kenneth Branagh no papel de Laurence Olivier, Julia Ormond como Vivien Leigh e a jovem Hermione, Emma Watson, como a figurinista Lucy. A previsão é de que o filme chegue aos cinemas no final de 2011. Antes disso, no entanto, uma boa notícia aos fãs da blonde: em março, um livro sobre a vida de Marilyn será lançado pela L&PM na Série Biografias. Aguarde!  

Michelle Williams será Marilyn Monroe