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Agatha Christie vira professora de inglês

Agatha Christie está prestes a resolver mais um mistério: o enigma de como ensinar inglês para estrangeiros de um jeito interessante. Em Londres, os romances da Rainha do Crime estão sendo adaptados para auxiliar os “não-nativos” a aprender o idioma de Shakespeare. Além de serem reescritos em linguagem simplificada, os livros adaptados vão oferecer notas e informações extras sobre a história e a cultura do Reino Unido, ideal para estudantes estrangeiros que acabaram de chegar ao país. O neto de Agatha Christie, Mathew Prichard, aprovou a ideia. “Minha avó adoraria ver que seus livros estão sendo usados ​​para o ensino de Inglês, é uma ideia muito boa”, disse.

Em entrevista ao jornal The Independent, os editores da Harper Collins garantiram que estão tomando todo o cuidado para manter o estilo original dos textos, com pequenas adaptações para a linguagem contemporânea, já que o objetivo principal da ação é justamente habilitar estrangeiros a viver o dia-a-dia de um país que fala inglês. O próximo passo, segundo a Collins, é exportar a ideia e oferecer material para quem estuda inglês em outros paises.

Aqui no Brasil, a L&PM tem um projeto bem parecido: a Coleção É só o começo com adaptações de obras clássicas para “Neoleitores”, como são chamados os jovens e adultos recém alfabetizados. Pra saber mais sobre ela, assista um vídeo especialmente feito para a L&PM WebTV.

As mulheres de Bukowski estão em casa

A capa de "Mulheres" que breve estará na Coleção L&PM POCKET

“Mulheres” e “Cartas na rua” são dois clássicos de Charles Bukowski (1920 – 1994) que foram contratados pela L&PM depois de vários anos de tentativas. Livros mais antigos, já publicados por outros editores, às vezes caem num “limbo” onde, por questões legais, deixam de ser publicados. Ou seja: por melhores e mais vendáveis que eles sejam, acabam não sendo recontratados porque envolvem filhos, netos, sobrinhos, mulheres, ex-mulheres… E por aqui não foi diferente. Mas finalmente conseguimos e, para completar os 16 títulos de Bukowski já publicados nesta casa, o romance “Mulheres” chegará em junho e “Cartas na rua” entre julho e agosto.  

Charles Bukowski representa o lado sombrio do “sonho americano”. Filho de pai americano de origem alemã e de mãe alemã, sua infância foi marcada pela violenta repressão familiar. Em 1923, o casal Bukowski estabeleceu-se nos EUA. Charles cresceu tímido, anti-social e complexado devido à acne que devastou seu rosto. Na adolescência, descobriu que o álcool fazia com que se comunicasse com o mundo. Mais tarde ele escreveria que a origem de seu alcoolismo era de que “ele havia descoberto no álcool uma forma de suportar a vida”. Curiosamente, antes de ser famoso nos EUA, foi best seller na Itália. Sua editora italiana, SugarCo, lançava os livros ao mesmo tempo em que saiam nos EUA.  Bukowski escreveu muito – mais de 50 livros – e por toda a vida foi fiel a sua editora Black Sparrow que acabou sendo vendida para a gigante Harper Collins.

Transgressor nato, poeta e ficcionista de enorme talento, seus livros são verdadeiros clássicos da contra-cultura. Sua prosa espanta, paradoxalmente, pelo lirismo e pela violência. Mais do que um autor pós beat, Bukowski é único e sua obra é um longo e poderoso grito de dor. O romance “Mulheres” foi lançado originalmente em 1978 e, depois de ser publicado pela primeira vez no Brasil em 1984, ficou décadas fora do mercado. Felizmente, agora ele está de volta.

Conheça aqui outras “Mulheres” de Bukowski que estão (ou estiveram) espalhadas pelo mundo:

A primeira edição, publicada pela Black Sparrow

Uma das edições da Itália, país que sempre acolheu Bukowski

A edição francesa manteve o nome original

Aprenda: "Kobiety" quer dizer "Mulheres" em polonês

A Alemanha mudou o nome para algo como "A vida amorosa de Hyäne"

"Mujeres" também fez sucesso na Espanha