Arquivo da tag: Bukowski

Tudo acaba em pizza literária

Desde 1985, 10 de julho é o Dia da Pizza em São Paulo. A data foi instituída pelo então secretário de turismo, Caio Luís de Carvalho, porque esta foi a data de encerramento de um concurso que elegeu as 10 melhores receitas de pizza mussarela e margherita da cidade. Ou seja: nesta sexta-feira, mesmo que você não seja um paulista da gema, é dia de lembrar desta companheira de todas as horas, deste que é o cardápio preferido das noites de Domingo (e de muitas outras também). O post de hoje começa e termina em pizza. Só que aqui em pizzas literárias, já que fizemos uma brincadeira com nossos escritores:

Pizzas-Literarias

Invente uma pizza literária você também!

Galeria de escritores

Parece que já não se fazem mais escritores como antigamente. Ou pelo menos não escritores que desenhem e pintem como antes. O belo livro The Writer’s brush – Painting, Drawings, and Sculpture by Writers, de Donald Frieman, traz uma extensa mostra de pinturas, desenhos e esculturas de famosos literatos do mundo inteiro, produzidas ao longo de várias épocas. Selecionamos algumas delas, todas de autores publicados pela L&PM.

Desenho de Franz Kafka

Desenho de Franz Kafka

Pintura de Jack Kerouac

Pintura de Jack Kerouac

De William Faulkner

De William Faulkner

Charles Bukowski também tinha talento para pintura

Charles Bukowski também tinha talento para pintura

Joseph Conrad também desenhava primorosamente

Joseph Conrad também desenhava primorosamente

A pintura de William Blake impressiona

A pintura de William Blake impressiona

Allen Ginsberg também desenhava

Allen Ginsberg também desenhava

Este é de Edgar Allan Poe

Este é de Edgar Allan Poe

Faça como…

Charles Bukowski: leia um livro no chão da sala.

bukowski_lendo

Marilyn Monroe: leia um livro para uma criança.

marilyn le criancaalta

Charles Dickens: leia um livro no jardim.

dickens_lendo

Conan Doyle: leia um livro na sua cadeira preferida.

conanDoyle_lendo

Agatha Christie: leia um livro durante o chá da tarde.

agatha_lendo

… Jack Kerouac e Allen Ginsberg: leia um livro com um amigo.

kerouac_ginsberg_lendo

Charles M. Schulz: leia um livro de quadrinhos para relaxar.

charlesSchulz_lendo

Autores e citações

O artista americano Ryan Sheffield fez uma série de posters com retratos em tamanho 30 x 40cm de grandes escritores e suas respectivas citações mais famosas.  Os cartazes estão à venda num e-commerce colaborativo administrado pelo próprio artista. Qual deles é o seu preferido?

ryan_jane

ryan_poe

ryan_thompson

ryan_thoreau

ryan_buk

Bukowski no novo livro de David Coimbra

Neste sábado, 2 de novembro às 19h, David Coimbra autografa na Feira do Livro de Porto Alegre. As velhinhas de Copacabana e outras 49 crônicas que gostei de escrever, seu novo livro, traz textos que oferecem a experiência genuína, gratificante e insubstituível do prazer da leitura. Entre o mais variados temas das crônicas, até Bukowski está presente:

O velho Buk

Lembro bem quando me caiu nas mãos o meu primeiro Bukowski.

Cartas na rua.

Li aquilo e fiquei pensando: então alguém escreve assim! Alguém que faz a história escorrer página abaixo e faz com que ela penetre aravés dos poros dos dedos do leitor e logo a história já se lhe infiltra nas veias e lhe toma o corpo e a mente e o leitor é tomado, como se lhe atacasse a Bolha Assassina.

Ah, o Velho Buk não era como aqueles estilistas nacionais, chatos para parecer profundos.

Como há desses por aqui, Deus! No colégio, uma vez eles me vieram com O tronco do ipê.

Cara, foi uma dor ler O tronco do ipê.

Todas aquelas mocinhas que enrubesciam ao ver os rapagões cofiando os bigodes.

Passei a odiar personagens que cofiam.

Um personagem simplesmente não pode cofiar.

Sobre o que se trata O tronco do ipê? Quem é mesmo o maldito autor de O tronco do ipê? Não faço ideia.

Só sei que nunca mais quero ler O tronco do ipê, nem nada que seja remotamente parecido.

Mas o velho Buk não tinha nada disso.

O velho Buk escrevia sobre pessoas de verdade, que não falam por mesóclise.

Bem.

Tempos depois, alguém me disse, acho até que foi meu amigo Sérgio Lüdtke:

– Todas as pessoas precisam ler o John Fante!

Uau! Era importante aquilo. Fui ler o John Fante. Pergunte ao pó.

Mal abri o livro e com quem deparo na apresentação? Ele: o Velho Buk. E o Velho Buk dizia ali, sobre o John Fante, o que eu dizia sobre o Velho Buk: que John Fante escrevia com as entranhas.

Bukowski confessou ter se apaixonado de tal forma pelo personagem de Fante, um candidato a escritor chamado Arturo Bandini, que , certo dia, ao discutir com uma de suas ex-mulheres, brandou:

– Não me trate assim! Eu sou Arturo Bandini! Eu sou Arturo Bandini! Eu sou Arturo Bandini.

Gostaria de poder dizer isso.

Porque Arturo Bandini era um homem de verdade, que cedia aos seus desejos, sem ceder à sua integridade. E é disso que o mundo precisa: de pessoas que saibam aproveitar a vida sem se aproveitar das outras pessoas.

(Crônica de As velhinhas de Copacabana, de David Coimbra)

Capa_velhinhas_copacabana.indd

James Franco vai dirigir filme sobre Bukowski

Vem aí um filme que contará a história da infância e adolescência de Charles Bukowski, dos primeiros anos ao ensino médio e que mostrará as lutas do escritor com seu pai abusivo, os problemas com uma acne desfigurante, o abuso do álcool e suas tentativas iniciais de escrita.

Com roteiro escrito pelo ator James Franco junto com seu irmão Dave e dirigido e produzido pelo próprio Franco, o filme que tem o título de “Bukowski” já está sendo rodado em Los Angeles num projeto chamado “de baixo orçamento”.

O ator Tim Blake Nelson viverá o pai de Bukowski. A previsão de estreia é 2014. Aguardamos ansiosos.

James Franco nas filmagens de "Bukowski"

James Franco nas filmagens de “Bukowski”

Tim Blake Nelson será o pai abusivo de Charles Bukowski

Tim Blake Nelson será o pai abusivo de Charles Bukowski

Nossas mulheres…

A L&PM tem muitas mulheres. Escritoras, poetas, musas, personagens, nomes de livros. Basta digitar “mulher” na busca por títulos e ver o que aparece. Tem mulher no escuro, mulher de prazer, mulher de trinta anos, mulher com medo de barata, mulher de bandido, a mulher mais linda da cidade, mulher com exclamação. E mulher que é mulher e ponto.

No Dia Internacional da Mulher, escolha a sua e boa leitura! Abaixo, alguns exemplos que soam como uma homenagem:

Mulheres, de Eduardo Galeano: “Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta.”

Estudos de Mulher, de Balzac: “Essa mulher, saída das fileiras da nobreza, ou elevada da burguesia, vinda de todas as partes, mesmo da província, é a expressão dos tempos atuais, uma última imagem do bom gosto, do espírito, da graça e da obstinação.”

A mulher mais linda da cidade, de Bukowski: “Das 5 irmãs, Cass era a mais moça e a mais bela. E a mais linda mulher da cidade. Mestiça de índia, de corpo flexível, estranho, sinuoso que nem cobra e fogoso como os olhos: um fogaréu vivo ambulante.”

24 horas na vida de uma mulher, de Stefan Zweig: “Toda essa recusa do fato óbvio de que em muitas horas de sua vida uma mulher pode ficar à mercê das forças além de sua vontade e consciência apenas disfarça o medo do próprio instinto do demoníaco em nossa natureza…”

Mulheres!, de David Coimbra: “Uma noite, Roberta chegou à conclusão: havia se transformado numa tarada. Só pensava na ideia que tivera ao ver os treinos de boxe da academia. Só naquilo, naquilo, maldição! No começo, rechaçou o pensamento. Tratava-se de uma fantasia, nada mais. Mas, com o tempo, a fantasia foi se solidificando, tornando-se real. Agora, ela precisava fazer.”

Só as mulheres e as baratas sobreviverão, de Claudia Tajes: “Meu nome é Dulce. Doce, em espanhol. Mas os argentinos, os uruguaios, os chilenos e todas as, digamos, línguas espanholas com quem já cruzei na vida não entendem como uma mulher pode se chamar Dulce. Então eu tenho que explicar, es como dulce de leche, e aí eles se derretem, pedem para provar, elogiam a minha doçura, essas coisas de Julio Iglesias que os latinos dizem como ninguém.”

Vai começar a maratona de leitura elétrica

Já sintonizou na Rádio Elétrica (www.radioeletrica.com)? Vale a pena, pois além de música, há bastante literatura por lá. Incluindo até leitura de livros ao vivo. Sob o comando da radialista Katia Suman, a partir do próximo sábado, 10 de novembro, a rádio online vai promover o volume 1 da Maratona de Leitura Elétrica. A partir das 10 da manhã até sabe-se lá que horas, escritores vão se revezar na leitura de Pornopopeia, de Reinaldo Moraes, sendo que o primeiro capítulo será lido pelo próprio autor. Reinaldo também é o tradutor de Mulheres, de Bukowski, obra da Coleção L&PM Pocket que, aliás, será lida no próximo volume da Maratona Elétrica.    

Então anota aí pra não esquecer: leitura das 465 páginas de Pornopopeia, de Reinaldo Moraes, ao vivo na programação da Rádio Elétrica, sem interrupções, por Reinaldo Moraes (via Skype), Claudia Tajes, Carol Bensimon, Pedro Gonzaga, Paula Taitelbaum, Luís Augusto Fischer, Daniel Pellizzari, entre outros. Pra completar, durante a leitura, serão sorteados livros. 

E para os que já têm compromisso no sábado, Katia Suman avisa que a leitura será publicada como podcast no site da Rádio Elétrica.

Obrigada leitor: uma breve história da coleção L&PM Pocket, 15 anos depois

A L&PM foi fundada em 1974. O Lima e eu tínhamos pouco mais de 20 anos. Uns guris, como se diz cá nos pampas. De lá até o final dos anos 1990, tínhamos enfrentado uma ditadura truculenta, cinco moedas diferentes (Cruzeiro, Cruzeiro Novo, Cruzado, Cruzado Novo, Real…) e uma inflação que chegou a 80% no mês de transição do governo Sarney para o governo Collor em 1990. Em 1995 veio o Plano Real. Se por um lado foi o fim da inflação alucinante, por outro lado, nos empurrou para uma forte recessão e juros altíssimos. Por estas e por outras, a L&PM sentiu o golpe e teve que encolher para se adaptar a uma situação econômica complicada, já que não tínhamos sócios multinacionais… Foi aí que fizemos o projeto “livro de bolso”. Na época, era voz corrente que “livro de bolso não funcionava no Brasil”. E de fato, todas as tentativas até então tinham fracassado. Não dava pra entender – em todos os lugares do mundo o “pocket” significava quase metade do faturamento das editoras… Foi aí que decidimos concentrar nossas energias para enfrentar este “dogma” do mercado e criar uma grande coleção de livros de bolso. Uma coleção que fosse a cara da L&PM que já tinha, na época, mais de 2 mil títulos publicados. Isso foi há 15 anos. Como diria o presidente “empichado” Fernando Collor, “tínhamos só um tiro para dar”. No caso dele era contra a inflação, e ele errou. No nosso, era dar certo e prosseguir a L&PM ou dar errado e mudar de ramo… Pois bem. Graças a uma equipe fantástica, a L&PM emergiu de grandes dificuldades para  implantar no Brasil uma nova cultura editorial, democratizar o acesso ao livro e criar a maior coleção de livros de bolso do Brasil, hoje com mais de 1.200 títulos. E quem ganhou foi o leitor, porque imediatamente outras editoras foram obrigadas a fazer livros mais econômicos. Inclusive editoras que se caracterizam por cobrar altos preços pelos seus livros, como a Cia. das Letras, foi obrigada a se curvar e, para não perder mercado, muitos anos depois, precisou imitar os passos da L&PM Pocket criando uma coleção de bolso…

Uma coleção viabilizada pelo leitor

Foi um longo caminho até aqui. Nós temos a consciência de que o único responsável pelo êxito do projeto é o Leitor. Com “L” maiúsculo mesmo. Ele entendeu – muito antes da grande imprensa que sempre gostou de cortejar as grandes editoras – que era possível comprar livros de grande qualidade por muito menos da metade do preço de um livro convencional. E livros feitos no mesmo papel, no mesmo acabamento. Grandes livros de autores nacionais e, no caso de livros de autores estrangeiros, traduzidos pelos melhores profissionais disponíveis no mercado. Nosso projeto editorial inclui uma escolha eclética que atinge todo o público; dos mangás japoneses aos clássicos, passando por literatura moderna brasileira e internacional, teatro, gastronomia, comportamento, biografias, reportagem, história, psicologia (a coleção começou a publicar a obra completa de Freud, pela primeira vez traduzida direto do alemão) quadrinhos em geral, comportamento, filosofia, humor etc. A grande inovação – que o leitor entendeu imediatamente, repito – foi que a coleção L&PM Pocket não tem aquele aspecto “caça-níquel”, em que o livro é jogado no formato bolso depois de ter “dado o que tinha que dar” em várias versões e formatos. Livros extremamente importantes são lançados diretamente na nossa coleção, como a obra de Freud, Jack Kerouac, Bukowski, Jane Austen, Agatha Christie, Simenon, ShakespeareKafka, Woody Allen e muitos outros grandes autores. Há uma qualificada equipe que atua na concepção editorial, logística e vendas, pensando 24 horas por dia exclusivamente na Coleção L&PM Pocket. Profissionais de alto nível que conseguem colocar os pockets da L&PM nos locais mais distantes deste imenso país. Das fronteiras dos pampas às praias do nordeste, da Avenida Paulista ao Mercado Ver-o-Peso em Belém do Pará; enfim, no mais profundo interior de Minas Gerais, em Rio Branco no Acre, Salvador, Aracaju, Canoa Quebrada no Ceará, Teresina, São Luiz, Manaus, Curitiba, Goiânia, do Oiapoque ao Chuí você sempre vai encontrar um display da coleção L&PM Pocket. E nós só temos um agradecimento a fazer: é a você , leitor, que dá sentido e viabiliza o nosso trabalho. (Ivan Pinheiro Machado)

Clique sobre a imagem e assista a um vídeo que conta a história da Coleção L&PM Pocket