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Bélgica: a terra da cerveja, do waffle e dos Smurfs!

Por Fernanda Scherer, direto de Bruxelas*

Bruxelas, capital da Bélgica e da União Europeia, é também uma cidade apaixonada por quadrinhos. Os murais pintados nas paredes estão entre os atrativos turísticos e não faltam lojas especializadas nessa arte. Hoje, visitei uma dessas lojas e pude entender um pouco dessa paixão… A livraria MultiBD fica no centro de Bruxelas, próximo à Grand Place, e a vitrine já é um atrativo à parte, pois entre livros e pôsters estão também”Figurines” dos principais personagens de HQ. Convidada por esses brinquedos de adulto, e já imaginando alguns deles decorando a minha prateleira, resolvi entrar nesse “pequeno” mundo. E, entre quadrinhos adultos e históricos, as pequenas criaturinhas azuis de origem belga também marcavam presença nas prateleiras, com coleções completas e numeradas de livros – afinal, a origem do desenho animado que a gente assistia na década de 80 são estes livros do quadrinista Peyo. Pra completar, postais, pôsters e todo tipo de souvenir smurfantásticos!

* Fernanda Scherer é coordenadora de marketing da L&PM e foi passar as férias na terra dos Smurfs. Em agosto de 2013, chegam às livrarias mais dois títulos com as aventuras dos personagens azuis criados por Peyo: “Os Smurfs e o Smurf Selvagem” e “A Smurfette e A fome dos Smurfs”.

Multi BD

Multi BD, a livraria belga que é o paraíso dos amantes dos quadrinhos / Foto: Fernanda Scherer

A versão belga do livro que a L&PM lança exatamente em agosto (exatamente com esta capa): "A Smurfette e a fome dos Smurfs" / Foto: Fernanda Scherer

A versão belga do livro que a L&PM lança em agosto (exatamente com esta capa): “A Smurfette e a fome dos Smurfs”

Smurfs e mais Smurfs na prateleira da Multi BD / Foto: Fernanda Scherer

Smurfs e mais Smurfs na prateleira da Multi BD / Foto: Fernanda Scherer

Dos Smurfs, a L&PM já publica O bebê Smurf e O Smurf repórter em formatos convencional e pocket.

“Maigret e os flamengos” (não confunda com os flamenguistas)

Você sabe o que é “Flamengo”? Se respondeu que é o time que tem a maior torcida do mundo, errou. Flamengos eram chamados aqueles que, originalmente, nasciam na região de Flandres, no norte da Bélgica, território que historicamente fazia parte dos Países Baixos – e que até hoje fala neerlandês (idioma oficial da Holanda e que também é conhecido como língua… flamenga). Com o tempo, todos aqueles que falavam neerlandês acabaram sendo chamados de “flamengos” (a Praia do Flamengo, onde nasceu o time rubro negro, foi assim batizada porque lá morava um holandês).

Em amarelo, colada à Holanda, a região de origem dos flamengos, no norte da Bélgica

Os flamengos acabaram se tornando maioria na Bélgica, mas por terem sido incorporados ao país mais tarde e por não falarem o francês, sofreram discriminação. Prova disso é que somente em 1930 a Universidade de Gent começou a dar aulas de neerlandês e só em 1967 a constituição belga foi traduzida para este idioma.

Em Maigret e os flamengos, mais recente lançamento da Série Simenon (inédito no Brasil), Georges Simenon faz uma espécie de resgate histórico do preconceito aos flamengos belgas, mostrando um grupo fechado de comerciantes do norte da Bélgica que vive em Givet, na França, e que é suspeito de estar envolvido em um crime. Extra-oficialmente, o comissário Maigret vai à Givet investigar o caso:

“Era preciso falar muito alto, devido à barulheira do vento. Em Givet, a quinhentos metros, era apenas um conjunto de luzes. A casa dos flamengos se desenhava sobre um céu de tormenta e mostrava janelas amareladas por luzes suaves.

– De onde eles vêm?

– Do Norte da Bélgica… O pai Peeters nasceu logo acima de Limburgo, na fronteira holandesa…”