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O único negócio mais lucrativo do que petróleo e tráfico de drogas

*Por Ivan Pinheiro Machado

Há alguns meses atrás, eu escrevi neste blog um post protestando contra o marketing de um grande banco holandês/brasileiro que batizou de Van Gogh sua unidade destinada a atender clientes ricos. Uma ironia perversa, uma ofensa à memória do grande pintor que suicidou-se no desespero e na miséria, tendo vendido durante toda a vida apenas um quadro. Nenhuma novidade, pois os bancos estão sempre por trás das piores histórias. Principalmente no Brasil, campeão mundial de taxa de juros, cujo escorchante e humilhante escore é o pilar da política econômica do país desde FHC. Receituário aliás, seguido a risca pelo PT de Lula e Dilma. Aqui os grandes bancos fazem a maior farra do planeta. E patrocinados pelo governo. Afinal é o governo que determina as taxas de juros. A cada trimestre são anunciados os bilhões de lucros dos bancos. Como diria o Boris Casoy, “uma vergonha!”. Até porque, banco não produz nada. Pega o seu dinheiro, aplica a 0,8% e empresta a 10%…

Mesmo lá fora, onde a farra é menor – afinal as taxas de juro são infinitamente mais baixas do que no Brasil – a imagem dos bancos não é melhor. O exemplo maravilhoso é esta tira do “Hagar, o Horrível” que expressa a universalidade da péssima reputação dos banqueiros.

Banco Van Gogh: o banco que jamais aceitaria Van Gogh como cliente

Por Ivan Pinheiro Machado

Imagine um banco onde os clientes não precisam de banco. Não pedem empréstimos, nunca utilizaram o cheque especial e só podem investir se tiverem mais de R$ 40 mil. Nem jamais ficaram, como os mortais em geral, tensos na fila de espera, aguardando um gerente que certamente vai negar o emprestimozinho tão necessário para pagar uma operação cirúrgica, uma reforminha na casa ou as prestações atrasadas da faculdade do filho. Enfim, imagine um banco do qual Vincent Van Gogh jamais poderia ser cliente. Imaginou? Pois este banco, 120 anos depois da sua morte, chama-se Van Gogh. E é anunciado na televisão como o banco dos ricos, dos que não precisam de banco. E eu fico pensando. Quem imaginou isso? Será que a escolha do nome foi ignorância, mau gosto ou uma ironia tão refinada que não se consegue alcançar a olho nu? Eu vejo o anúncio do banco dourado e fico lembrando do genial, incompreendido, miserável e desesperado pintor que se matou porque a vida tinha negado o mínimo que ele precisava para viver. Aconselho aos publicitários e banqueiros que bolaram isto, que leiam a biografia de Van Gogh, coleção L&PM Pocket, R$ 19,50.