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O nascimento de Oscar Wilde

A criança que nasceu no dia 16 de outubro de 1854 em Dublin, na Westland Row, número 21, e que o mundo logo iria conhecer como o glorioso Oscar Wilde – tanto por seu gênio literário quanto por suas aventuras mundanas – tinha inicialmente um nome com consonâncias ainda mais prestigiosas: Oscar Fingal O’Flahertie Wills Wilde. Pois foi assim que seus pais, William Robert Wilde e Jane Francesca Elgee – ambos pertencentes à antiga burguesia irlandesa protestante e fervorosos nacionalistas -, chamaram seu segundo filho, batizado com esse patrônimo pelo reverendo Ralph Wilde, seu tio paterno, em 26 de abril de 1855. De fato, tal nome de batismo traduz toda uma doutrina, enraizada num poderoso contexto histórico. Oscar, na mitologia céltica, é o filho de Ossian, rei de Morven, na Escócia; enquanto Fingal, irmão de Ossian, é um herói do folclore irlândes. (Trecho inicial de Oscar Wilde, Série Biografias L&PM)

De todos os dândis que encantaram a sofisticada sociedade londrina do final do século XIX, o mais brilhante e luminoso foi sem dúvida Oscar Wilde. Célebre, respeitado, Wilde viveu o ano de 1895 como o grande autor de O retrato de Dorian Gray (1891) e de três peças que faziam sucesso no momento: O leque de Lady Windermere, Um marido ideal e A importância de ser prudente. Neste mesmo ano, acusado de crimes de natureza sexual, foi processado pela família de Lord Alfred Douglas, um jovem aristocrata por quem se apaixonou e com quem compartilhou um excêntrico estilo de vida. Condenado, sua vida mudou radicalmente e o talentoso escritor viu-se encarcerado por dois anos com trabalhos forçados que consumiram sua saúde e fulminaram sua reputação. Na prisão, produziu, entre outros escritos, De profundis, o clássico anarquista, A alma do homem sob o socialismo e a célebre Balada do cárcere de Reading. Cumprida a pena, decidiu exilar-se em Paris em 1898 onde morreu em 30 de novembro de 1900.

Oscar Wilde em dose dulpa

Acabou de chegar uma reedição de A alma do homem sob o socialismo, que estava esgotada há bastante tempo e agora volta às bancas e livrarias de todo o país. E a novidade na Coleção L&PM Pocket é a publicação da peça A importância de ser prudente, uma das comédias mais populares de todos os tempos.

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A sofrida prisão de Oscar Wilde

Restava-lhe apenas um pouco mais de cinco anos de vida quando Wilde, aos quarenta anos, foi encarcerado, em 28 de maio de 1895, na prisão de Pentoville. Muito mais severa do que as de Holloway e Newgate, ela fora especialmente concebida para os forçados mais indisciplinados. Logo ao chegar a esse pedaço de inferno na Terra, o novo detento foi obrigado a se submeter às formalidades usuais, humilhado e como se já tivesse levado alguma advertência. Teve que se despir completamente, entregar suas roupas e objetos pessoais a um guarda e deixar-se auscultar, nu como um verme, até as partes mais íntimas de seu corpo. (…) Rasparam-lhe os cabelos, como a um vulgar galeriano, e obrigaram-no a tomar banho numa água gelada e turva. Enfim, vergonha suprema, entregaram-lhe seu medonho uniforme de prisioneiro – o famigerado pijama listrado – antes de levá-lo, com algemas nos punhos e ferros nos pés, para uma cela exígua e sem janelas onde imperava, sendo destituída de qualquer arejamento, um odor pestilento. (…) Quanto à comida, era particularmente nojenta: um mingau de aveia ralo, semelhante ao que se dava a cavalos de tração, acompanhado de um pedaço de pão preto. Esse inacreditável estado de decadência é evocado por Wilde em De profundis. (…) Nem ao menos se dignaram informá-lo da publicação em forma de livro, em 30 de maio de 1895, de sua obra A alma do homem sob o socialismo.

Trecho de Oscar Wilde, Série Biografias L&PM.

110 anos sem Oscar Wilde

Obituário original publicado no The New York Times em 01 de dezembro de 1900

No dia 01 de dezembro de 1900, o The New York Times publicou o seguinte obituário: MORTE DE OSCAR WILDE; Ele terminou em um obscuro hotel no Quartier Latin em Paris. Disseram que teria morrido de meningite, mas há um boato de que cometeu suicídio.” O anúncio de falecimento comunica que o escritor morreu às três da tarde do dia 30 de novembro e que teria vivido os últimos meses sob o nome de Manmoth. Terminava assim a vida de Oscar Fingal O´Flahertie Wills Wilde, nascido na cidade inglesa de Dublin em 1854. Depois de ser celebrado pela autoria de O retrato de Dorian Gray, de 1891, e de mais uma série de peças de sucesso, sua vida mudou ao ser  acusado e processado pela família de Lord Alfred Douglas, um jovem aristocrata por quem Wilde se apaixonou e com quem compartilhou um excêntrico estilo de vida. Condenado a trabalhos forçados que consumiram sua saúde e sua reputação, Oscar Wilde exilou-se em Paris. É lá que, hoje, ainda é possível visitar a casa onde o escritor inglês viveu seus últimos anos e também o seu mausoléu, no cemitério Père Lachaise, famoso pelas marcas de batons ali deixadas.

No início de 2011, a L&PM publicará a vida de Oscar Wilde na Série Biografias.

Túmulo de Oscar Wilde em Paris é repleto de marcas de batons de fãs

De Oscar Wilde, além de O retrato de Dorian Gray, a Coleção L&PM POCKET publica O Fantasma de Canterville, De Profundis e A alma do homem sob o socialismo .