Arquivo mensais:maio 2016

A Torre Eiffel está pronta

Foram 785 dias de trabalho até que, em 31 de março de 1889, a Torre Eiffel estava finalmente pronta. A inauguração para o público, no entanto, só aconteceria em 6 de maio daquele ano, durante a Exposição Universal que comemorou os cem anos da Revolução Francesa. A Torre Eiffel causaria impacto não apenas em Paris, como no mundo inteiro. Hoje, não há quem desconheça seu desenho, quem não saiba, mesmo sem nunca ter ido à Cidade Luz, como são suas formas. Os turistas a visitam com fome de fotos e suas miniaturas são vendidas aos milhares na formato de chaveiros e souvenirs em geral. Abaixo, algumas breves passagens de “Paris – biografia de uma cidade”, premiado livro de Colin Jones que traz ótimos textos sobre essa que é um dos maiores símbolos arquitetônico da era moderna.

“A torre transcendia os cânones artísticos; transcendia também quaisquer noções de função prática. No final, foram encontradas utilizações para ela: um transmissor de telegrafia foi erguido em 1908, e em seguida outro para a televisão; o topo servia também de posto de observação militar. Também tem sido usada como grande outdoor publicitário e como estação metereológica. Mas todos esses fins mundanos poderiam ter sido atingidos de outras maneiras. Para todos os efeitos, a torre é de uma inutilidade sublime.”

“Ponto turístico por excelência, a torre transcende também noções triviais de turismo. Como obervou Roland Barthes, o mais perspicaz comentarista da torre: não há um lado interno no qual o turista entra; de fato, a torre não tem conteúdo. De certo modo não há nada para se ver na torre – a não ser Paris. O local que dá o panorama mais abrangente da cidade é igualmente presença inevitável no horizonte em todas as partes de Paris. Não é de se admirar que Guy de Maupassant comesse no restaurante da torre: ali era, afirmava ele, ‘o único lugar em Paris em que a pessoa não a enxergava!´”

“O desafio da torre estimulou desafios mais idiossincráticos. Pessoas tentaram voar pelo meio dos pilares (1926, com insucesso; 1945); saltar de para-quedas (1912); descer de bicicleta (1923); subir correndo a pé (1905); subir usando técnicas de montanhismo (em vez de subir pelos elevadores; 1954), de motocicleta (1983) e de mountain bike (1987); e assim por diante.”

Em 6 de maio de 1889 a Torrei Eiffel foi aberta para receber visitantes

Em 6 de maio de 1889 a Torrei Eiffel foi aberta para receber visitantes

A Torre Eiffel no dia em que ficou pronta: 31 de março de 1889 / © Louis-Emile Durandelle

Além de Paris – Biografia de uma cidade, a L&PM publica Nos céus de Paris, de Alcy Cheuiche, Paris: uma história, na Série Encyclopaedia e Satori em Paris, de Jack Kerouac.

Google homenageia os 160 de Freud

Nascido em 6 de maio de 1856, Sigmund Freud permanece vivo no consciente – e no inconsciente – do mundo. Hoje, 160 anos após seus olhos se abrirem pela primeira vez, são muitas as homenagens prestadas ao pai da psicanálise. O Google, por exemplo, criou um belo Doodle na página principal do site. No desenho, o rosto de Freud, de perfil, simboliza a ponta de um iceberg, enquanto o restante de sua cabeça, representando o inconsciente, permanece submersa, fazendo referência à sua obra mais conhecida, A interpretação dos Sonhos (que a L&PM publica em diversos formatos).  O criador do Doodle, Kevin Laughlin, explica no blog do Google que dispensou outros símbolos que lembram Freud, como o divã ou sua tradicional poltrona de couro, para desenhar o iceberg: “O iceberg é uma referência às profundezas obscuras da mente inconsciente.”

doodle freud

A L&PM Editores tem uma série inteira dedicada a Sigmund Freud com suas obras traduzidas direto do alemão, além da sua biografia.

Os últimos suspiros de Napoleão

Em 15 de outubro de 1815, Napoleão Bonaparte, derrotado em Waterloo, traído pelos franceses e pelos ingleses, chegou à ilha de Santa Helena para morrer. Esta pequena possessão inglesa fora escolhida para ser o castigo e a prisão do grande Imperador. A volta do primeiro exílio em Elba fora uma lição sobre a capacidade de retornar do General. Ele então foi condenado ao desterro em um lugar improvável, uma ilha infernalmente tórrida, perdida no meio do Oceano Atlântico. O carcereiro, Sir Hudson Lowe, foi o homem encarregado de policiar, vigiar e humilhar Napoleão Bonaparte até sua morte. Foram seis anos de martírio. Em 5 de maio de 1821, o Imperador (como era chamado pelos franceses) morreu naquele inferno úmido e quente, corroído pela amargura e pelo câncer (embora haja a versão não oficial de que foi envenenado com arsênico lentamente pelos ingleses). No mais recente volume da Série Biografias L&PM, Pascale Fautrier, através de um texto primoroso, expõe a lógica implacável do poder, restaurando a humanidade do ícone Napoleão Bonaparte.

Napoleão Bonaparte está na Série Biografias L&PM

Napoleão Bonaparte está na Série Biografias L&PM

Abaixo, alguns trechos da biografia:

A morte, suspensa o máximo de tempo possível e mantida na expectativa pelo romance, no fim acaba sempre vencendo como sabemos. A demissão de Las Cases pelo governador Hudson Lowe (personagem estranho, também tomado de paixão por seu prisioneiro, mas de uma paixão inteiramente negativa) aceleraria o progresso da doença. A bile negra, que os antigos teriam afirmado ser seu mal secreto, acabou de fato sendo vomitada por Napoleão. Saindo de uma prostração apenas para chamar o médico Antonmarchi de “grande velhaco” e “grande malandro”, ele deu seus três últimos suspiros (segundo Bertrand) no dia 5 de maio de 1821 às 17h49.

No dia 15 de outubro de 1840, uma expedição ordenada por Luís Filipe levou as cinzas do mártir de Santa Helena para as margens do Sena. No dia 15 de dezembro, o caixão foi colocado, ao som do Requiem de Mozart, numa capela do Palácio dos Inválidos: um público prestigioso composto por todos os pintores, músicos, poetas e romancistas do romantismo francês ficou siderado tanto pelo frio daquele dia quanto pelas “forças do espírito” – como diria em sua despedida televisionada, muito mais perto de nós, um  presidente agonizante. Nada se tornara mais premente do que fazer justiça a Napoleão Bonaparte: “Monarquista no início, o romantismo oscilou para o bonapartismo poético que forneceu à lenda napoleônica o suporte literário sem o qual ela não teria obtido um sucesso tão estrondoso”, escreveu Jean Tulard.

Café Society, o novo filme de Woody Allen, abrirá o Festival de Cannes

Falta uma semana pra a abertura oficial da 69ª edição do Festival de Cinema de Cannes. E o filme escolhido para abrir o mais famoso festival europeu de cinema no dia 11 de maio é Café Society, nova produção de Woody Allen.

Nós achamos lindo o poster de "Café Society", novo filme escrito e dirigido por Woody Allen

Nós achamos lindo o poster de “Café Society”, novo filme escrito e dirigido por Woody Allen

Kristen Stewart (a eterna Bella Swan) e Jesse Eisenberg (o eterno Mark Zuckerberg) estão nos papéis principais. Café Society mais uma vez leva os fãs de Allen a viajarem no tempo, dessa vez até a Hollywood dos anos 1930. O personagem de Jesse tenta se inserir na indústria do cinema e acaba mergulhado na efervescência boêmia e cultural do Café Society. Kristen e Eisenberg já haviam dividido os sets em 2009, na comédia “Férias frustradas de verão”, dirigida por Gret Mottola (“Superbad: É hoje”). Também não é a primeira vez em que Eisenberg trabalha com Woody Allen, já que ele participou de “Para Roma, com amor” (2012). Ainda no elenco estão Steve Carell, Blake Lively e Parker Posey.

O trailer legendado em português ainda não está disponível, mas já dá pra sentir o clima da trama assistindo ao trailer em inglês (aqui legendado em francês).

A L&PM publica livros de Woody Allen.

David Coimbra e o olhar de Monalisa de Fernando Eichenberg

Nesta terça-feira, 3 de maio, Fernando Eichenberg autografa seus livros de entrevistas Entre Aspas 2 e Entre Aspas 1 às 19h na Livraria Saraiva do Moinhos Shopping. David Coimbra, em sua coluna no Jornal Zero Hora, comenta sobre Eichenberg, que ele considera um irmão e a quem chama de Dinho. Leia abaixo.

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O berço do príncipe

Nascido em 3 de maio de 1469, em Florença, o pensador Nicolau Maquiavel é considerado o fundador da ciência política moderna. Suas considerações empíricas sobre o governo da época e as recomendações contidas no livro O príncipe caracterizam a obra como uma das teorias do Estado moderno – certamente uma das mais importantes e citadas.

Escrito em 1513 e publicado após a morte do autor, em 1532, O príncipe é tido como um modelo imoral de praticar o poder, mas é seguido à risca por quase todos que o criticam.

Capa da edição de “Il prencipe”, de 1550.

Segundo o volume Maquiavel, da Série Encyclopaedia, a escrivaninha da foto abaixo teria sido o “berço do príncipe”, onde Maquiavel escreveu sua obra mais célebre.

A escrivaninha de Maquiavel em sua casa, em Sant’Andrea, sul de Florença, onde redigiu “O príncipe” em 1513.