Arquivo mensais:abril 2016

Eventos gratuitos para marcar os 400 anos da morte de Shakespeare

William_Shakespeare_16091

A Folha de S. Paulo preparou uma programação especial para marcar os 400 anos da morte do maior dramaturgo em língua inglesa de todos os tempos: William Shakespeare (1564-1616). Vale a pena conferir:

LEITURA DE “RICARDO II”

O que: Leitura dramática com Leonardo Medeiros, Maria Fernanda Cândido, Débora Duboc, Paulo Marcello e Washington Luiz Gonzales. Direção de Marcio Aurelio, renomado encenador que fez a montagem da peça nos anos 1990.
Quando: 13 de abril, das 20h às 22h.
Onde: Auditório da Folha. Barão de Limeira, 425, 9° andar
Inscrições: Gratuitas pelo site eventos.folha.uol.com.br – Vagas limitadas

DEBATE SHAKESPEARE 400

O que: Debate sobre o legado e a relevância do dramaturgo, com participação do apresentador Jô Soares e do diretor Gabriel Vilela, experiente no teatro shakespeariano, e o ator britânico Greg Hicjs, da Royal Shakespeare Company.
Quando: 14 de abril, das 18h30 às 21h
Onde: Auditório do Centro Brasileiro Britânico – Rua Ferreira de araújo, 741
Incrições: Gratuitas pelo 0800 777 0360 ou seminariosfolha@grupofolha.com.br – Vagas limitadas

FÓRUM SHAKESPEARE

O que: Workshops, seminários e encontros de jovens diretores, atores e dramaturgos. No teatro, o ator e diretor greg Hicks dirige uma versão de “Macbeth”. Além de São Paulo, o fórum terá edições em Belo Horizonte (12 a 22/5) e Rio de Janeiro (20 a 29/5)
Quando: 20 a 25/4
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Álvares Penteado, 112, centro)
Quanto: Grátis – Ingressos limitados
Programação completa: www.forumshakespeare.org.br

SHAKESPEARE AMOROSO

O que: Os atores Luna Martineli e Eduardo Semerjian, sob direção de Mika Lins, farão uma leitura das cenas de amor de peças do escritor inglês e de alguns de seus famosos sonetos. Dos trágicos Romeu e Julieta aos cômicos Benedito e Beatriz.
Quando: 23/4, às 19h30
Onde: Casa das Rosas (Av. Paulista, 37, Paraíso)
Quanto: Grátis

BIBLIOTECA PQ. VILLA-LOBOS

O que: Oficinas para adultos e crianças homenageiam Shakespeare durante todo mês de abril
Onde: Av. Professor Fonseca Rodrigues, 2001 – Altos Pinheiros
Quando: Ter. a dom. das 9h30 às 18h30
Quanto: Grátis
Programação completa: www. bvl.org.br

E não deixe de conferir também os livros de Shakespeare da L&PM Editores. Tem uma série inteirinha dedicada ao bardo.

Feliz aniversário, Buda

“Iluminação”, desenho a lápis de Kerouac, 1956

Jack Kerouac era um discípulo de Sidarta Gautama, este que nasceu em 8 de abril de 563 a.C. e que entraria para a história como o primeiro “Buda”. Tão apaixonado o escritor beat era pelo tema que, em 1955, escreveu Despertar: uma vida de Buda. Considerado o “livro perdido de Kerouac”, ele só foi publicado mundialmente em 2008 e lançado no Brasil em 2010 pela L&PM. O livro coloca o pé na estrada da iluminação para refazer o caminho do príncipe Sidarta – desde seu nascimento até a decisão de renunciar a uma vida de luxo e riquezas. O fascínio de Kerouac por Buda começou no início dos anos 50 e o acompanhou por toda vida, dando um toque de espiritualidade explícita aos seus textos. Não sabemos se ele homenageava o nascimento de Buda em cada 8 de abril. Mas o certo é que Kerouac foi o criador do chamado “budismo beat”.

“Esse jovem que não podia ser tentado por um harém cheio de garotas lindas devido à sabedoria de sua grande dor, era Gautama, nascido Sidarta em 563 a.C., príncipe do clã Sakya no distrito de Gorakpur, na Índia. A mãe, cujo nome curiosamente era “Maya”, que em sânscrito significa “magia”, morreu ao dar à luz. Ele foi criado pela tia Prajapati Gotami. Quando jovem, foi um grande atleta e cavaleiro, como convém a um membro dos kshatriayas, a casta dos guerreiros. A lenda fala de uma sensacional disputa na qual ele sobrepujou todos os outros príncipes pela mão de Yasodhara.” (trecho de “Despertar: uma vida de Buda)

“The Gary Buddha”, pintura feita por Jack Kerouac

Sobre o tema, a L&PM publica também: Buda, da Série Biografias, Budismo, da Série Encyclopaedia e Darmapada, a doutrina budista em versos.

capa_Buda.indd

A vida de Buda está na Série Biografias L&PM

Billie Holiday, jazz e gardênias

A pequena Eleanora aos 2 anos de idade

Em 7 de abril de 1915, ela dá à luz uma garotinha, Eleanora. Ela a registra sob o nome de DeViese. É o nome do rapaz que está namorando nessa época. Mesmo que ela soubesse com certeza que o pai é Clarence Holiday, talvez estivesse então entretendo projetos matrimoniais com Frank DeViese. Aliás, quando ela se casa mais tarde com Philip Gough, ela dá à garotinha o sobrenome de seu marido. Com o bebê nos braços, Sadie se resigna a retornar para Baltimore. Encontra um trabalho em uma fábrica de roupas. Mas o que fazer com uma criança, quando se trabalha o dia inteiro? E, depois, é preciso confessar que Sadie gosta muito de se divertir e que os homens de sua vida são bastante numerosos.

Essa criança a incomoda, e ela encontra mil desculpas para deixá-la com sua família. Eleanora tem dois anos e é bonita como um coração. Dessa época longínqua só existe uma fotografia, em que ela usa uma bata clara e botinas, com flores brancas nos cabelos. Seriam já gardênias?

(trecho de Billie Holiday na Série Biografias)

A pequena Eleanora Fagan Gough da foto acima cresceu e virou Billie Holiday, encantando o mundo com sua voz  inigualável. Aí vai a nossa sugestão para o dia de hoje:

Se você é fã da grande musa do jazz, vale muito a pena ler Billie Holiday da Série Biografias L&PM.

A Divina Comédia da L&PM está divina

A Divina Comédia, de Dante Alighieri, acaba de chegar à Coleção L&PM Pocket com tradução de Eugênio Vinci de Moraes. Para conhecer melhor essa versão da mais célebre jornada do inferno ao paraíso, leia um texto de nossa editora, Caroline Chang, seguida de uma entrevista com o tradutor.

A_divina_comedia_2016A jornada até Dante

Lá se vão quase 4 anos que escrevi a Eugenio Vinci de Moraes convidando-o a realizar uma nova tradução de A divina comédia, de Dante Alighieri. Na ocasião, eu sabia que o Eugênio – que é professor universitário de literatura e portanto não é tradutor em tempo integral – não entregaria o trabalho no prazo combinado (de vários meses), nem mesmo nos acréscimos. Mas não imaginaria que só lançaríamos sua nova tradução em prosa da obra-prima de Dante somente no outono de 2016! (Bem, isso é um pouco da beleza do ofício de editor de livros: partes e fases desse lento e minucioso processo não cessam de extrapolar o esperado e nos surpreender, numa paródia da vida.) Mas valeu por esperar. Após dezenas e dezenas de meses em que pingaram na minha caixa de e-mail cantos do inferno, então do purgatório e do paraíso, e só depois do texto todo revisado, o leitor tem em mãos uma belíssima edição, que perdurará anos a fio. Apresenta o clássico de Dante – um dos livros mais influentes de todos os tempos – belamente traduzido em prosa. Perde-se, é verdade, a rima poética do original italiano, mas ganha-se, por outro lado, a melhor compreensão da complexa jornada de sete dias do personagem Dante em busca da excelência moral e espiritual. Também facilitam a leitura: a completa, porém acessível (que equilíbrio difícil!) apresentação, que transmite ao leitor o que se sabe e o que não se sabe sobre a vida de Dante e o contexto de surgimento da obra; uma breve visão geral do universo tal como apresentado na Comédia, uma nota introdutória sobre a organização do inferno, do paraíso e do purgatório; breves resumos do enredo no início de cada canto; e curtas notas de rodapé – tudo preparado pelo Eugênio com muito, muito esmero. O mercado brasileiro já contava com 3 traduções em versos do clássico de Dante. Agora conta com a mais bem-cuidada edição em prosa desse grande épico italiano. (Caroline Chang)

A seguir, uma entrevista com o tradutor Eugênio Vinci de Moraes, doutor em Literatura Brasileira pela Universidade se São Paulo, com uma tese intitulada “A Tijuca e o Pântano. A Divina comédia na obra de Machado de Assis entre 1870 e 1881”. Eugênio é professor do Centro Universitário Uninter do Paraná e também traduziu, entre outras, A arte da guerra, de Maquiavel (L&PM Editores). Eugênio também é responsável pela ótima apresentação de A Divina Comédia, intitulada “Uma semana entre os mortos”.

L&PM: “A Divina Comédia” foi, originalmente, escrita em verso. Na sua opinião, a versão em prosa facilita a leitura dessa obra?
Eugênio: Creio que sim, pois a prosa é a forma do discurso com a qual estamos mais acostumados. Isso pode ajudar o leitor. Claro que isso vai depender da tradução e das decisões do tradutor ao fazer a versão. Além disso, algumas traduções em verso às vezes ficam mais difíceis de compreender do que os versos do original, pois são obrigadas a respeitar a métrica e as rimas no português, o que é dificílimo fazer. Por essa razão algumas vezes o texto em português fica mais difícil de compreender do que o italiano. Mas isso dependerá também do leitor. Aquele mais acostumado a ler versos, encara a leitura da Comédia com menos dificuldade.

L&PM: Como é feita essa adaptação de poesia para prosa?
Eugênio: Primeiro tive que estabelecer alguns critérios. Por exemplo, usar a ordem direta do português – sujeito, verbo, complemento e circunstância – sempre que possível. O italiano do Inferno por exemplo é muito menos rebuscado  do que transparece em algumas traduções nacionais dos séculos 19 e início do 20; por isso adotei esse critério. Estabelecidos os critérios, partia da versão em verso do italiano, sempre procurando manter a ordem das ideias e dos eventos do poema, prestando atenção nos recortes temáticos para poder, por exemplo, organizar os parágrafos, ausentes no poema. Depois, nas várias passagens problemáticas e complexas, consultava as traduções em verso. 

L&PM: Qual foi a versão original italiana que você utilizou para realizar sua tradução?
Eugênio: Foi a do Giorgio Petrocchi. É uma versão muito detalhada que este autor fez, com base nos manuscritos e códices mais conhecidos da obra. Não existe nenhum original da Comédia, ou melhor, não há nenhum manuscrito desta obra assinado por Dante. O que existem são versões que foram sendo estabelecidas no correr dos anos após a redação final do texto.

L&PM: Como é possível que um texto de 700 anos siga fascinando os leitores?
Eugênio:  Acho que a viagem pelo reino dos mortos é um tema humano que atrai muitos leitores, haja vista a febre por séries com mortos-vivos, zumbis, que vemos hoje por aí.  A Comédia é muito interessante porque o inferno, o grotesco e mesmo o fantástico são pano de fundo para a discussões humanas seminais, como a moral, a política, a religião, articuladas a reação pessoal dos personagens envolvidos em vários eventos pessoais, históricos etc.. Esses assuntos acabam circundados por uma atmosfera  trágica (caso do Inferno), dramática (caso do Purgatório) e lírica (Paraíso) que dão a eles uma força única. Agora, sinceramente, não sei o alcance desta obra em termos de recepção real, de número de leitores. Muitos conhecem a COmédia, possuem o livro até, mas quantos o leem não faço ideia.

L&PM: Consultar outras versões, mais antigas, em português facilita ou atrapalha?
Eugênio:  Ajuda. Sugiro até que o leitor leia  versão em prosa acompanhada de versões em verso. Até mesmo em italiano.  

L&PM: Célebres escritores verteram alguns cantos de Dante, como Machado de Assis e Mário de Andrade? Qual a sua opinião sobre essas traduções?
Eugênio:  Machado traduziu um canto; Mário de Andrade, não. O Mário analisou um poema de Machado (“Última jornada”) onde o modernista viu uma clara “adaptação” do canto V do Inferno. Além de Machado, Dante Milano, Henriqueta Lisboa, Augusto e Haroldo de Campos traduziram esparsamente versos do escritor florentino. As traduções dos irmãos Campos são primorosas; eu as recomendo para quem não lê em italiano (e pra quem lê também) e quer ter uma sensação mais aproximada do lirismo do texto original. A tradução do Machado também é muito boa, evita os torcicolos sintáticos que seus contemporâneos adoravam empregar nas traduções em geral. Muito boas também são as de Dante Milano e da Henriqueta Lisboa. Nenhum desses autores traduziu a obra integralmente, isso só foi feito por tradutores. 

Allen Ginsberg e seu bairro

Allen Ginsberg morreu em 5 de abril de 1997. Dois dias depois, o The New York Times publicou um texto, escrito por Frank Bruni, que mostra a  relação do autor de Uivo com seu bairro. Reproduzimos aqui (em uma livre tradução) alguns trechos desse texto.

A última foto que Ginsberg tirou, de dentro do seu apartamento, no dia 1 de abril de 1997

A última foto que Ginsberg tirou, de dentro do seu apartamento, no dia 1 de abril de 1997

Nos últimos anos, Allen Ginsberg embaralhou-se por restaurantes, livrarias e lavanderias à seco, em torno de seu loft na East 13th Street, próximo à First Avenue. Ele foi em muitos aspectos uma figura normal, um velho e barbudo homem em sua marcha descontraída, de óculos, parecendo tão familiar.

Mas para os que conseguiam colocar um nome naquele rosto, Mr. Ginsberg era maior do que a vida, uma ponte que retrocedia à história ilustre de um lugar que ele, como se fosse uma pessoa qualquer, havia ajudado a colocar no mapa cultural.

Na verdade,  Mr. Ginsberg recebeu atenção do mundo inteiro, mas sempre foi um ícone e uma criatura de “downtown Manhattan”, com sua visão de mundo forjada numa mistura de paixões políticas e sexuais, com suas excentricidades nutridas por aqueles que circulavam num submundo peculiar, sua individualidade confundida entre o mito e o boêmio de East Village, onde ele fez sua casa.   

“Ele encarnava o East Village e o Lower East Side”, disse ontem Bill Morgan, amigo e arquivista de Mr. Ginsberg. “Isso o afetou, assim como ele afetou o lugar. Ele era um pararraios para o ativismo político e para as questões sociais que eram jogadas aqui”.

Mr. Ginsberg morreu de câncer no fígado na madrugada de sábado em seu apartamento, com 70 anos. Ele viveu nesse lugar por cerca de seis meses, mas tinha passado quase duas décadas em um apartamento há menos de um quarteirão de distância, na East 12th Street, também perto da First Avenue. (…)

Downtown Manhattan jamais teria evoluido dessa maneira sem Allen Ginsberg. Entre 1980 e 1990, Mr. Ginsberg permaneceu ativo e altivo em torno do bairro e de outros lugares da cidade, embora menos extravagante. Frequentemente, ele realizava leituras de poesias e no último ano, no Knitting Factory, ele recitou toda a sua obra por mais de 10 noites seguidas. Ele tentou cultivar jovens poetas, deu aulas na faculdade do Brooklyn durante os últimos 10 anos e apoiou ativamente o projeto de poesia da Igreja de St. Mark´s, na East 10th Street. Dois meses atrás, ele participou de um comício em apoio aos ocupantes de um prédio na East 13th Street. Ao longo do tempo, de alguma forma, o bairro passou por Mr. Ginsberg. Apesar de não ter perdido suas preciosas qualidades de poliglota e pansexual, o lugar tornou-se menos anárquico, mais luxuoso, um alvo para a “enobrecimento urbano” e um imã para uma nova geração de “sibaritas”, muitos dos quais não partilham da consciência política radical de Ginsberg e nem ao menos têm consciência de seu trabalho.  

“Os jovens que se mudaram para este bairro há dois anos não sabem o que Ginsberg significou para ele”, disse ontem Peter Orlovsky, companheiro de Mr. Ginsberg por quatro décadas. Isso pode explicar porque não houve nenhuma manifestação de grande dor por sua perda por aqui, apenas emoções esparsas de pessoas que sentiram, por motivos que talvez nem consigam explicar, que deveriam fazer algo para homenagear a passagem desse homem.  Mitch Corber, 47, que foi para os degraus da Igreja St. Mark’s para recitar um poema que ele escreveu em homenagem a Ginsberg, lembrou que ele não era apenas um artista, mas um ativista que lutou pela liberdade e aceitação dos homossexuais. Mas Sonia Allin, 24, que também gravitava em torno da St. Mark´s, foi menos clara sobre o porquê dela estar lá. “Eu o vi algumas vezes pelo bairro”, disse a Srta. Allin sobre Ginsberg. “Ele ficou muito chateado comigo quando eu lhe disse que sua poesia não falava para minha geração porque estava excessivamente enraizada nos anos 60.” Ah Chong Lan, uma garçonete do Noodle Mee´s Shop e Grill, na First Avenue, o restaurante chinês favorito de Mr. Ginsberg, lembrou que ele era bastante simples e falava de forma bem leve. Claro, ela sabia que ele era alguém importante, um artista. Isso ela poderia dizer a partir de conversas que ouviu e de como os outros, às vezes, apontavam para ele quando entrava. Mas a Srta. Chong disse que ele era, principalmente, um homem sem frescuras, que desejava e confiava no linguado feito no vapor com molho de gengibre. “Quando ele entrava”, ela disse, “nós sabíamos o que ele queria.”  

Allen Ginsberg no bairro que escolheu como seu

Allen Ginsberg no bairro que escolheu como seu

A mesa de trabalho do poeta beat como ele a deixou. Entre os objetos e livros, uma coletânea de poemas de seu pai, Louis Ginsberg

A mesa de trabalho do poeta beat como ele a deixou. Entre os objetos e livros, uma coletânea de poemas de seu pai, Louis Ginsberg

Esse elenco é fera

A Disney revelou novas imagens do filme Mogli – O Menino Lobo (cujo título original preserva o nome do livro de Rudyard Kipling no qual é baseado: The Jungle Book). As fotos mostram o elenco de dubladores posando com os animais que eles dublam. Pena que faltou Bill Murray ao lado do urso Baloo.

the-jungle-book-special-shoot_raksha

Lupita Nyong’o é a doce mãe loba Raksha

the-jungle-book-special-shoot_shere-khan

Idris Elba é o temido tigre Shere Khan

Kaa

Scarlett Johansson é a estonteante serpente Kaa

Bagheera

Ben Kingsley é a protetora pantera Bagheera

King_Louie

Christopher Walken é o Rei Louie

Akela

Giancarlo Esposito é o líder dos lobos, Akela

O novo filme da Disney, que é fielmente baseado no clássico livro de Rudyard Kipling, será uma mistura de animação com live-action. O estreante Neel Sethi viverá Mogli; aliás ele é o único ator de verdade do elenco (imagina tadinho do menino, que solitário no set).

No Brasil, Marcos Palmeira dubla o urso Baloo, Dan Stulbach é Bagheera, Julia Lemertz dá vida à Raksha, a serpente Kaa ganha a voz de Alinne Moraes, Shere Khan é Thiago Lacerda e o Rei Louie é Tiago Abravanel.

A L&PM publica O livro da selva, de Kipling, em dois formatos e com nova capa.

O_livro_da_selva_14x21

Nikolai Gogol, o escritor que deu origem à moderna literatura russa

No ministério de… Não, é melhor não dizer seu nome. Ninguém é mais suscetível do que funcionários, empregados de repartições e gente da esfera pública. Nos dias que correm, todo sujeito acredita que, se nós atingimos a sua pessoa, toda a sociedade foi ofendida.

Não, o trecho acima não faz parte de alguma crônica recente publicada no jornal mais próximo. Ele foi escrito em 1842 e dá início a O Capote, conto de Nikolai Gogol. “Todos nós viemos de O Capote” proclamou Dostoiévski referindo-se ao mais célebre texto de Gogol e dando força à teoria de que foi a partir dele que a literatura moderna russa surgiu. A história de Akaki Akakiévitch, personagem de O Capote, seria trágica, não fosse cômica. Sua narrativa traz o burocrata em sua forma mais pura, sendo que a maior ambição de Akaki é comprar um capote novo.

Gogol

Nascido em 01 de abril de 1809 (20 de março pelo calendário Juliano), o ucraniano Nikolai Gogol criou textos que orbitam entre o fantástico e o real e deu vida a personagens que perdem tudo – o nariz, a razão, o sentido, o juízo, a identidade – e que parecem flertar, ao mesmo tempo, com Deus e o diabo. Criado sob forte influência religiosa e muito ligado à mãe, Gogol jamais teve um amor na vida, conforme atestam seus biógrafos.

Mas se Gogol foi incapaz de amar, ele conseguiu despertar em muitos leitores, paixões nunca antes experimentadas. Seu estilo, seu jogo de palavras, seu ritmo e sonoridade, permanecem tão fascinantes e modernos quanto na época em que vieram ao mundo.

“O Capote” está na Coleção L&PM Pocket

Mas assim como outros artistas brilhantes, Gogol foi uma alma perturbada. No início de fevereiro de 1852, num momento de delírio, queimou na lareira de seu quarto todos os seus manuscritos inéditos – incluindo o fim da segunda parte de Almas Mortas, o romance que estava escrevendo. Almas Mortas é uma belíssima e irônica ficção sobre a corrupção de uma classe decadente que domina o povo ignorante e escravo do Estado. Mas essa obra nunca chegou a ser concluída.

Em 4 de março de 1852 (21 de fevereiro pelo calendário Juliano), deprimido e fatigado pelos jejuns, Nikolau Vasilievich Gogol morreu em Moscou. Seu corpo embalsamado seguiu insepulto por mais de um dia, carregado pelos estudantes que lhe ofereceram homenagens acaloradas. Está enterrado no Cemitério Novodevichy.