Arquivo mensais:setembro 2015

Victor Dixen, autor de “Animale”, em uma entrevista exclusiva

Meu objetivo é que, aquele que ler Animale não consiga mais distinguir entre história ou conto de fadas, realidade e fantasia. E que, ao fechar o livro, o leitor esteja totalmente convencido de que a Cachinhos realmente existiu…

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Victor Dixen é filho de pai dinamarquês e mãe francesa. Com eles, percorreu a Europa quando era pequeno. Depois, morou nos Estados Unidos, Irlanda e, atualmente, vive em Cingapura. Autor premiado, ele é super atuante nas redes sociais e procura responder todas as mensagens que recebe de seus leitores. Trocamos emails com Victor que, prontamente, respondeu algumas perguntas que lhe enviamos. Vale a pena ler o que ele tem a dizer sobre sua obra e sua forma de escrever.

L&PM: Como surgiu a ideia de escrever Animale?

Victor Dixen: Frequentemente uso meus sonhos como material de escrita e foi assim no caso de Animale: a maldição de Cachinhos Dourados. Uma vez tive um sonho muito simples e estranho. Eu estava perdido em uma floresta escura, à noite, e caminhava em direção a uma solitária cabana. Mas nunca cheguei até a casa: acordei antes. Então, imediatamente pensei na fábula de Cachinhos Dourados e os três ursos, que me contaram quando eu era criança. Eu tinha quase esquecido dessa fábula, mas esse sonho reviveu minha memória. Então achei o livro e o li novamente. Fiquei maravilhado. Porque esse pequeno e simples conto não é como os outros: não tem um final fechado como em muitas fábulas (tipo: “e viveram felizes para sempre”). Pelo contrário, Cachinhos se perde na floresta, entra na cabana onde come e adormece, apenas para ser acordada pelos três ursos que moram lá; apavorada, ela pula a janela e desaparece na noite. E é isso. Nós não temos indicações, seja qual for, sobre o que aconteceu com a Cachinhos depois que ela foge. Eu vi nessa história de final aberto uma verdadeira missão: eu tinha que conectar os pontos e tentar descobrir o que aconteceu com ela. Isso se tornou minha prioridade, como se minha vida dependesse disso. E foi também o começo das minhas investigações e o trampolim para meu romance.

L&PM: Animale é repleto de referências históricas da França. Sua intenção foi colocar Blonde no mundo real? Por quê?

VD: O cenário do romance e o momento histórico em que ele ocorre saíram de minhas investigações. Durante minha pesquisa, li muito sobre a fábula de Cachinhos dourados e os três ursos. Foi assim que descobri que esta história foi escrita pela primeira vez por volta de 1830, por um autor inglês chamado Robert Southney. Eu sabia que tinha que definir o meu romance na mesma época: em meados do século 19, na Europa. Todo o continente ainda estava assombrado pelas sequelas das guerras napoleônicas e também pelas sombras da Revolução Francesa. E aos poucos fui me convencendo que a fábula de Southney não tinha saído completamente de sua imaginação, mas sim inspirada em alguém que ele conheceu na vida real – um aristocrata francês que tinha emigrado para a Inglaterra durante o reinado de Napoleão, trazendo com ele um terrível segredo…

L&PM: Você é fascinado por contos de fadas e Animale 2 é inspirado em um conto de Andersen. Fale um pouco sobre isso.

VD:  Sou metade francês e metade dinamarquês de nascimento, e Andersen sempre foi um dos meus autores favoritos. Isto é parte da minha fascinação por contos de fadas – gosto tanto de contos populares (os mais antigos, transmitidos oralmente de geração para geração, e coletados por especialistas em folclore como Charles Perrault e os Irmãos Grimm) quanto de contos literários (inteiramente criados do zero pelos escritores, como os de Andersen). O que eu realmente gosto nos contos de Andersen é a poesia do Norte e uma forma de beleza trágica que para mim está diretamente ligada à antiga mitologia Viking. Isto é marcante em A rainha das neves, um conto escuro e suntuoso que tem me assombrado desde criança. Eu sempre tentava imaginar como seria o rosto da poderosa e mortal Rainha da Neve, mas nunca conseguia. Escrevi Animale 2 – A profecia da rainha das neves para tentar descobrir. Acredito que os livros podem realmente fazer este tipo de mágica: fazer você ver o invisível!

L&PM: Na sua opinião, o que não pode faltar numa história do gênero fantasy?

VD: Honestamente, acho que não há regras quando se trata de contar histórias – ou talvez se tenha apenas uma regra: manter o leitor surpreso a cada página, para que ele ou ela não possa largar o livro até terminá-lo. Para mim, o principal interesse nos códigos de gêneros é que eles podem ser dobrados para criar ainda mais surpresa, suspense e admiração. Isso é precisamente o que pretendi fazer na saga Animale: tentei misturar códigos de ficção histórica e fantasia tão completamente que se tornou impossível diferenciar um do outro. Meu objetivo é que, aquele que ler Animale não consiga mais distinguir entre história ou conto de fadas, realidade e fantasia. E que, ao fechar o livro, o leitor esteja totalmente convencido de que a Cachinhos realmente existiu…

L&PM: Qual o maior desafio ao escrever uma história para jovens?

Victor Dixen: Tenho leitores das mais variadas idades e acho que todos eles têm a mesma expectativa: serem surpreendidos. Eu mesmo, como leitor, procuro isso quando abro um romance. Quero ser transportado para outro tempo, outro lugar – ou, se é o mesmo tempo e lugar, quero vê-los através de outros olhos. Na verdade, acho que os jovens leitores têm mais vontade ainda de serem surpreendidos. E eles querem se deixar levar desde as primeiras páginas. Por isso, este é o desafio!

L&PM: Imaginamos que você tenha bastante contato com seus leitores. Qual a pergunta que eles mais fazem para você?

VD: Graças à internet, é fácil hoje em dia manter contato com leitores onde quer que eles estejam no mundo e onde quer que você esteja. O que é uma coisa conveniente porque eu sou uma espécie de globe-trotter, tendo vivido nos EUA, Irlanda, França e agora em Cingapura, em busca de inspiração. Receber um retorno dos leitores é muito precioso, pois escrever livros é um trabalho bastante solitário, e saber que seus livros são notados é muito importante para alimentar a motivação. Então eu recebo muitas perguntas sobre meus livros, que tento sempre responder. Convido os leitores brasileiros a entrarem em contato comigo, se quiserem, pelo meu Website – em inglês, francês ou espanhol, por favor – pois infelizmente meu português não existe J: www.victordixen.com/homepage/. Acho que a pergunta que mais me fazem é uma que vocês também me perguntaram no começo desta entrevista : de onde surgem suas ideias?

L&PM: E qual a sua resposta?

VD: Bem, essa é uma pergunta difícil, porque honestamente eu não sei a resposta – ou pelo menos, sei apenas algumas partes dela. Como mencionei antes, sonhos são muito importantes para mim. Talvez isso esteja ligado ao meu ritual de escrita: por ter sono muito leve, acordo todas as noites às 4 da manhã e começo a escrever imediatamente, quando os sonhos ainda estão vivos em minha mente, e enquanto o mundo todo está silencioso e escuro ao redor da minha tela de computador. Depois, têm também todos os livros que li. E, finalmente, as experiências acumuladas durante minhas viagens ao redor do mundo. Tudo isso se mistura e cria um estranho coquetel, no coração da noite.
Eu realmente aprecio a noite e todas as suas sombras cheias de possibilidades, onde a imaginação pode vagar livremente.
Este é meu momento.
É quando escrevo.
É quando minhas histórias e personagens ganham vida.
Então, se eu tivesse que resumir de forma simples a resposta para a pergunta “de onde surgem suas ideias?”, acho que responderia: “Da escuridão silenciosa da noite!”

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Clique aqui para saber mais sobre Animale – A maldição de Cachinhos Dourados, obra de Victor Dixen que recebeu o grande prêmio francês “Étonnants Voyageurs 2014”.

Um viva aos tradutores!

Eles traduzem do inglês, francês, espanhol, alemão, italiano, polonês, norueguês, russo, holandês, chinês, grego… Estudam cada palavra, analisam cada frase, revisam cada linha. Sem os tradutores, nossas opções de leitura seriam muito mais limitadas e nossa biblioteca muito mais reduzida.

Para homenagear os tradutores no Dia Internacional da Tradução – 30 de setembro – vai aqui um texto de Millôr Fernandes que traduziu, entre outros, Shakespeare:

Le dernière translation (Homenagem à Sociedade Brasileira de Tradutores):

Quando morre um velho tradutor

Sua alma, anima, soul,

Já livre do cansativo ofício de verter

Vai direta para o céu, in cielo, to the heaven, au ciel, in caelum, zum himmel,

Ou pro inferno, Holle, dos grandes traditori?

Ou um tradutor será considerado

In the minute hierarquia do divino (himm’lisch)

Nem peixe nem água, ni poisson ni l’eau,

Neither water nor fish, nichts, assolutamente niente?

Que irá descobrir de essencial

Esse mero intermediário da semântica

Corretor da Babel universal?

A comunicação definitiva, sem palavras?

Outra vez o verbo inicial?

Saberá, enfim!, se ele fala hebraico

Ou latim?

Ou ficará infinitamente no infinito

Até ouvir a Voz, Voix, Voce, Voice, Stimme, Vox,

Do Supremo Mistério partindo do Além

Voando como um pássarobirduccelopájarovogel

Se dirigindo a ele em…

E lhe dando, afinal,

A tradução para o Amén?

(De Millôr definitivo – A bíblia do caos)

Viaje no tempo e no espaço para ouvir as palestras de William Faulkner

Pode-se dizer que poucos escritores foram tão premiados quanto o americano William Faulkner. Nobel de Literatura em 1949, ganhador do National Book Awards em 1951 e 1955, Faulkner utilizava a técnica do fluxo de consciência que consagrou gente como James Joyce, Virginia Woolf e Proust.

William Faulkner também dava aulas e palestras. E sabe o que é melhor? É possível ouvi-lo. Isso porque estão disponibilizados na internet os arquivos de áudio de palestras, leituras e conversas com estudantes que o escritor realizou no final dos anos 50 na Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos. Os áudios foram gravados em fitas e estão disponíveis para download no site da Universidade. Clique aqui para ver a lista e escutar as palestras. Os áudios são acompanhados das transcrições para facilitar o entendimento.

William Faulkner conversa com estudantes e professores da Universidade de Virginia

William Faulkner conversa com estudantes e professores da Universidade de Virginia

De William Faulkner, a Coleção L&PM Pocket publica Enquanto Agonizo.

Táxis viram bibliotecas em Porto Alegre

O passageiro entra em um táxi e encontra livros que podem ser lidos durante a viagem ou levados para casa e depois devolvidos em outro táxi. Esta é a ideia do Bibliotáxi Poa, projeto que foi lançado oficialmente na manhã desta quinta-feira, 24 de setembro, em Porto Alegre.

Os livros ficam nos bolsões customizados, localizados no encosto do banco dianteiro. O Bibliotáxi Poa também incentiva as doações de livros, ampliando ainda mais a dimensão dessa biblioteca colaborativa.

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Todos os táxis que receberam os livros trabalham com o aplicativo Easy Taxi que é um dos parceiros deste projeto junto com a Secretaria da Cultura de Porto Alegre, Conselho Municipal do Livro e da Literatura, Shopping Total, Livraria Cameron, Rádio Farroupilha e Banco de Livros da Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais. O projeto tem duração prevista de um ano.

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O card de divulgação do projeto

Freud tentou prever a sua própria morte

No dia 23 de setembro de 1939, às três da manhã, morria Sigmund Freud. Sua partida deu-se depois que Max Schur, atendendo ao pedido do próprio Freud, injetou uma forte dose de morfina no pai da psicanálise.

Freud havia tentado prever a data exata da sua morte, cercando-a de superstições e receios. “Tenho uma tendência à superstição, cuja origem ainda me é desconhecida” escreveu ele em 1901. Ligou-se à Teoria dos Números Mágicos (desenvolvida por seu amigo, o médico Wilhelm Fliess) e, em 1894, teria previsto que seu falecimento se daria entre os 40 e 50 anos de idade. Aos 51 anos, em correspondência ao colega Ferenczi, mudou de ideia e afirmou que morreria em fevereiro de 1910. Apesar de ter errado todas as previsões, continuou interessado na vida oculta que se escondia atrás de seu id e de seu ego.

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Em 1938, quando estava exilado em Londres, recebeu a visita de Salvador Dalí, levado até sua casa por Stefan Zweig. Nesse encontro, Dalí fez um retrato de Freud que, ao olhá-lo, teria dito que ele “preconizava inconscientemente sua morte próxima”. E isso não foi só o que Dalí ouviu durante a visita. “Quando tive a honra de encontrar, pela primeira vez, em Londres, Sigmund Freud, ele explicou-me em poucas palavras que as superstições possuíam um fundamento erótico e eficaz junto às forças ocultas. Desde então, mergulho cada vez mais profundamente na superstição. Carrego comigo um pedaço de madeira que nunca me deixa (…)” declarou Salvador Dalí alguns anos depois.

O desenhos que Dali fez de Freud em Londres

O desenhos que Dalí fez de Freud em Londres

Veja aqui todos os livros da Série Freud L&PM.

Somos todos Peanuts!

Qual o fã de Charlie Brown e sua turma que nunca imaginou ser um dos personagens? Pois agora você pode criar a sua própria versão Peanuts.

Entre as ações para promover o filme “Snoopy & Charlie Brown – Peanuts, o filme” que estreia em 14 de janeiro no Brasil, está o lançamento do aplicativo Peanutizeme para a criação de personagens Peanuts em 3D.

No computador, tablet ou smartphone é possível escolher a cor da pele, cabelo, roupas e acessórios.

Basta acessar www.peanutizeme.com e começar a brincadeira.

Nós criamos o escritor beat Allen Ginsberg:

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Van Gogh feito de flores

A Holanda é um país reconhecidamente florido, onde os cidadãos levam suas flores muito a sério – todas as flores, não apenas as tulipas. Tanto é assim que, anualmente, desde 1936, na cidade holandesa de Zundert, acontece o Zundert Flower Parade. É um florido evento que ocorre sempre no primeiro domingo de setembro e onde, pelas ruas, carros alegóricos montados com centenas (ou seriam milhares?) de dálias arrancam suspiros emocionados dos espectadores. Tradicionalmente, o desfile é executado inteiramente por voluntários e é considerado como a maior procissão de flores do mundo. Em 2015, foram 19 equipes foram inspiradas no pintor Vincent Van Gogh que, aliás, nasceu em Zundert.

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E por falar em Van Gogh, para início de outubro está prevista a chegada de Cartas a Theo, seguido de Biografia de Vincent Van Gogh por sua cunhada Jo Van Gogh-Borger e mais Cartas de Theo a Vincent e Cartas de Vincent a Émile Bernard. Livro que reúne as principais fontes primárias que são fundamentais para a compreensão e o estudo da vida e da obra de Vincent Van Gogh (1853-1890)

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O grande show do “pop star” da arte moderna

Poucas pessoas imaginariam que, dentro daquele caminhão atolado na lama do Parque Ibirapuera, no chuvoso inverno de 1953, enrolado e acondicionado num enorme tubo de metal, estava o quadro que se tornaria um dos mais emblemáticos, populares e representativos da pintura universal em todos os tempos. O caminhão atolado transportava nada mais nada menos do que o imenso quadro Guernica de Pablo Picasso (1881 – 1973), que juntamente com mais cem quadros comporia a mostra especial sobre Picasso na 2ª Bienal de São Paulo. Através de uma conexão do legendário Ciccillo Matarazzo diretamente com Picasso e seus amigos, Alfred Barr Jr., o diretor do MoMA, a contragosto, concordara em emprestar o quadro à Bienal de S. Paulo. Na época, Picasso deixara a guarda do quadro com o MoMA de Nova York, do seu amigo Barr Jr., com a condição de que fosse entregue ao governo espanhol quando a Espanha tivesse retornado à plena democracia. Guernica foi pintada em plena Guerra Civil, para o estande espanhol na Exposição Internacional de Paris em 1937. Picasso revelava ao mundo o horror diante do bombardeio da aviação nazista que destruiu aldeia de Guernica, no país Basco.

Guernica em exposição na Bienal de Arte de São Paulo de 1953. Na foto, Ciccillo Matarazzo, responsável por trazer a obra de Picasso, em destaque ao lado de Juscelino Kubitschek

Guernica em exposição na Bienal de Arte de São Paulo de 1953. Na foto, Ciccillo Matarazzo, responsável por trazer a obra de Picasso, em destaque ao lado de Juscelino Kubitschek

Guernica  retornou à Espanha em 1981, depois do fim da ditadura do generalíssimo Franco, quando se consolidou a democracia espanhola seguindo à risca o desejo de Picasso. Hoje, o enorme quadro de 3,50 metros por 7,80 metros, além de mais de uma centena de estudos, gravuras e quadros a óleo, fazem parte do acervo do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, um anexo do célebre Museu do Prado.

A exposição “Picasso e a modernidade espanhola”, que encerrou nesta segunda-feira no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro foi justamente uma seleção do acervo do museu Reina Sofia.

A entrada da exposição

A entrada da exposição

Como em todos os eventos que expõe “Picassos” pelo mundo afora, as filas quilométricas e permanentes davam voltas na quadra do CCBB Rio. E para dar chance a todos de verem o grande acontecimento cultural do ano, a direção do Centro Cultural permitiu que a visitação no fim de semana começasse às 9 horas da manhã de sábado e só encerrasse no domingo às 21 horas. Turistas e cariocas tiveram o privilégio de ver Picasso por toda a noite e a madrugada de sábado para domingo.

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Os esboços de Guernica, duas dezenas de quadros da última fase de Picasso e dezenas de exemplares da maravilhosa série de gravuras conhecida como Suite Vollard procuram mostrar ao público a explosão criativa que cercou a concepção de Guernica. A curadoria da exposição buscou fazer um contraponto e situar Picasso em meio aos pintores que fizeram a importante escola espanhola da primeira quadra do século XX.

Além das telas de Picasso, os visitantes puderam passear virtualmente pela Guernica

Além das telas de Picasso, os visitantes puderam passear virtualmente pela Guernica

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“Cabeça de cavalo”, um dos destaques da exposição

Fomos brindados com três quadros do grande pintor cubista Juan Gris (1887-1927), um espetacular e imenso quadro de Juan Miró e mais duas dezenas de pintores espanhóis menos conhecidos do público brasileiro. A exceção é um quadro (modesto) do célebre Salvador Dali que, paradoxalmente, sempre apoiou o ditador Francisco Franco.

Está à venda na livraria do CCBB um belíssimo livro sobre a exposição, contextualizando as escolhas do curador, a história e um estudo biográfico de Picasso e pequenas biografias de todos os artistas expostos. A exposição esteve em São Paulo de 25 de março a 8 de junho de 2015 e no Rio de 24 de junho a 7 de setembro. Foram milhares de visitantes motivados pela entrada grátis e pela celebridade de Picasso, o grande “pop star” das artes. Tudo graças a um enorme esforço de dezenas de instituições públicas e privadas. Mas terá valido a pena, pois nada é mais civilizatório do que este contato direto com a grande arte. (Ivan Pinheiro Machado)

Uma janela para Eduardo Galeano e suas Mulheres

Eduardo Galeano era feito de histórias. Na verdade, um passarinho contou a ele que todos somos feitos delas. O escritor uruguaio costumava falar isso em público, com seu jeito carinhoso e poético.

Em abril deste ano, Galeano partiu deixando saudades. Nesta quinta-feira, 3 de setembro, ele estaria completando 75 anos.

Para marcar a data, Eric Nepomuceno, escritor, tradutor, amigo pessoal de Galeano e responsável por trazer suas obras ao Brasil, prestará uma homenagem, às 20h na Casa do Saber. É um encontro que ganhou o nome de “Uma janela para Eduardo Galeano” e que vai celebrar a prosa poética, o olhar apurado e dedicado sobre a América Latina e também a maneira como encarou Galeano mundo (ao mesmo tempo ampla e detalhista).

O encontro tem previsão de durar uma hora e maiores informações pelo telefone 2227-2237.

E é também no aniversário de Eduardo Galeano que a L&PM está lançando oficialmente a nova edição de Mulheres, ampliada e com novo projeto gráfico. Na verdade, um novo livro. 🙂

“Essa mulher é uma casa secreta. Em seus cantos, esconde vozes e guarda fantasmas.”

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Simples assim: Martha Medeiros responde

A capa do Segundo Caderno do jornal Zero Hora desta quarta-feira, 2 de setembro, é toda dedicada a escritora Martha Medeiros e a seu novo livro Simples Assim, que acaba de sair pela L&PM Editores. Na matéria, Martha responde quatro perguntas de seus leitores. Clique sobre a imagem para ler:

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