Arquivo mensais:maio 2013

As más intenções de Mario Quintana

ora_bolasNo livro Ora bolas – O humor de Mario Quintana, o jornalista Juarez Fonseca compilou e adaptou 130 historinhas reais de Mario Quintana. Para isso, contou com a colaboração de parentes, amigos, ex-colegas de trabalho e jornalistas que conviveram com o poeta e sua irreverência e bom humor. O resultado são pequenas anedotas deliciosas que mostram quem era, na verdade, Mario Quintana: um escritor talentoso com uma personalidade fascinante. Leia uma das histórias:

BRUNA

O jornalista Maurício Mello Jr., na época crítico literário do Correio Braziliense e bom conhecedor da literatura do Rio Grande do Sul (com a motivação extra de ser casado com uma gaucha), esteve em Porto Alegre por volta de 1985 para entrevistar Quintana. Depois de muita conversa séria, deixou para o fim uma questão que sabia ser do interesse dos leitores.

– Fale a respeito de sua amizade com Bruna Lombardi.

Mario pensou um pouco, bem pouco, e expôs o seu lado:

– Pois é… Não sei o que ela quer comigo. Mas eu estou cheio de más intenções.

Acaba de chegar a 4ª Edição de Ora bolas, revisada e aumentada e que inclui texto biográfico do escritor Ernani Ssó.

Como vai ser o banquinho do Millôr

Da coluna de Ancelmo Gois – Jornal O Globo – 23 de maio de 2013

O pensador de Ipanema

Millôr Fernandes dizia aos amigos que, se algum dia fosse homenageado, poderia ser com a colocação de um banquinho “de onde o pessoal pudesse curtir o pôr do sol”. O pedido vai ser atendido na segunda, quando será inaugurado o banco, no Largo do Millôr, entre o Arpoador e a Praia do Diabo. Não será um banquinho qualquer. O projeto, de Jaime Lerner, dá a impressão que o banco flutua. O perfil de Millôr, desenhado por Chico Caruso e apelidado de “O Pensador de Ipanema”, está em uma chapa de aço. Dali vai dar para ver o sol se pondo no mar, como queria o genial Millôr, morto em 2012.

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Sorvete de café no Dia Nacional do Café

Sorvete de café

½ litro de creme, 2 colheres de café instantâneo, 1 xícara de leite, 1 colherzinha de maisena, 4 gemas, 8 colheres de açúcar, 4 claras.

Rendimento: 8 porções

Como preparar:

Aqueça o creme de leite em banho-maria e, quando estiver bem quente, acrescente o café dissolvido no leite, mais a maisena. Desmanche as gemas num pouquinho de leite e agregue o açúcar. Derrame o creme de café quente, sempre mexendo, sobre as gemas. Deixe amornar e acrescente as claras batidas em neve, revolvendo suavemente o sorvete.

Leve  ao freezer numa forma para sorvete.

(Do livro 100 Receitas de sobremesa, Celia Ribeiro, Coleção L&PM Pocket)

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 Dica: sirva com folhinhas de hortelã.

Dylan e Ginsberg visitam Kerouac

Bob Dylan está completando 72 primaveras hoje, 24 de maio de 2013. Dylan, que  já se declarou influenciado por Arthur Rimbaud, ThoreauBaudelaire e Jack Kerouac, era amigo de Allen Ginsberg. E é com o autor de Uivo que ele aparece neste vídeo, visitando a última morada de Kerouac, em 1975: 

Começou a Fip, Festival Internacional de Poesia do Recife

fip_cartaz

Começa hoje, 23 de maio, e vai até domingo, dia 26, o segundo Festival Internacional de Poesia do Recife. Durante estes dias, a capital pernambucana abre espaço para os versos locais e também recebe poetas dos mais variados sotaques. Estão programadas rodas de poesia, diálogos, cursos, performances, shows e jam-sessions poéticas. Clique aqui e confira a programação completa.

Evocação do Recife

Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não a Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois –
                    Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância.

(Manuel Bandeira, trecho de “Evocação do Recife”, poema escrito em 1925, do livro Bandeira de Bolso)

 

A inauguração do Banquinho do Millôr

Este convite chegou hoje pra gente. Na próxima segunda-feira, a ponta do Arpoador vai ganhar um banco especial, que tem o nome do nosso querido e saudoso amigo Millôr Fernandes. Um lugar para sentar e apreciar as belezas cariocas que o grande artista tanto admirava.

O convite oficial da Prefeitura do Rio de Janeiro

O convite oficial da Prefeitura do Rio de Janeiro

“Não se preocupe com bonecas”. Um dos conselhos de Fitzgerald para sua filha

No dia 8 de agosto de 1933, Francis Scott Fitzgerald, autor de O Grande Gatsby, escreveu uma carta para sua única filha, Frances (Scottie), então com 11 anos, enquanto a menina estava em um acampamento de verão na França. Em seu texto, o escritor mostra-se bastante afetuoso e lista coisas com as quais sua filha deve se preocupar e as que não deve dar importância.

     Coisas para se preocupar:

     Preocupe-se com coragem
     Preocupe-se com limpeza
     Preocupe-se com eficiência
     Preocupe-se com equitação
     Preocupe-se com …

     As coisas para não se preocupar:

     Não se preocupe com a opinião alheia
     Não se preocupe com bonecas
     Não se preocupe com o passado
     Não se preocupe com o futuro
     Não se preocupe em crescer
     Não se preocupe com qualquer pessoa que ficar à sua frente 
     Não se preocupe com triunfo
     Não se preocupe com o fracasso, a menos que ele surja por culpa sua
     Não se preocupe com os mosquitos
     Não se preocupe com as moscas
     Não se preocupe com os insetos em geral
     Não se preocupe com os pais
     Não se preocupe com os meninos
     Não se preocupe com decepções
     Não se preocupe com os prazeres
     Não se preocupe com satisfação.

Clique aqui e leia a carta completa, em inglês.

Família Fitzgerald: Zelda, Francis e Frances, carinhosamente apelidada de "Scottie"

Família Fitzgerald: Zelda, Francis e Frances, carinhosamente apelidada de “Scottie”

Scottie com sua mãe, Zelda, no verão de 1933, exatamente quando recebeu a carta com os conselhos de seu pai

Scottie com sua mãe, Zelda, no verão de 1933, exatamente quando recebeu a carta com os conselhos de seu pai

22 de maio: Dia do Abraço

Dentro de um abraço

Martha Medeiros*

Onde é que você gostaria de estar agora, nesse exato momento?

Fico pensando nos lugares paradisíacos onde já estive, e que não me custaria nada reprisar: num determinado restaurante de uma ilha grega, em diversas praias do Brasil e do mundo, na casa de bons amigos, em algum vilarejo europeu, numa estrada bela e vazia, no meio de um show espetacular, numa sala de cinema assistindo à estreia de um filme muito esperado e, principalmente, no meu quarto e na minha cama, que nenhum hotel cinco estrelas consegue superar – a intimidade da gente é irreproduzível.

Posso também listar os lugares onde não gostaria de estar: num leito de hospital, numa fila de banco, numa reunião de condomínio, presa num elevador, em meio a um trânsito congestionado, numa cadeira de dentista.

E então? Somando os prós e os contras, as boas e más opções, onde, afinal, é o melhor lugar do mundo?

Meu palpite: dentro de um abraço.

Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário? Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.

Que lugar melhor para um recém-nascido, para um recém-chegado, para um recém-demitido, para um recém-contratado? Dentro de um abraço nenhuma situação é incer-ta, o futuro não amedronta, estacionamos confortavelmente em meio ao paraíso.

O rosto contra o peito de quem te abraça, as batidas do coração dele e as suas, o silêncio que sempre se faz durante esse envolvimento físico: nada há para se reivindicar ou agradecer, dentro de um abraço voz nenhuma se faz necessária, está tudo dito.

Que lugar no mundo é melhor para se estar? Na frente de uma lareira com um livro estupendo, em meio a um estádio lotado vendo seu time golear, num almoço em família onde todos estão se divertindo, num final de tarde à beiramar, deitado num parque olhando para o céu, na cama com a pessoa que você mais ama?

Difícil bater essa última alternativa, mas onde começa o amor, senão dentro do primeiro abraço? Alguns o consideram como algo sufocante, querem logo se desvencilhar dele. Até entendo que há momentos em que é preciso estar fora de alcance, livre de qualquer tentáculo. Esse desejo de se manter solto é legítimo, mas hoje me permita não endossar manifestações de alforria. Entrando na semana dos namorados, recomendo fazer reserva num local aconchegante e naturalmente aquecido: dentro de um abraço que te baste.

* Crônica do livro “Feliz por nada”

No Dia do Abraço, abrace quem você gosta, incluindo seus livros