Arquivo mensais:janeiro 2013

QR Codes por todos os lados

Dentro destes pacotinhos estão os prêmios da promoção do último fim de semana! A partir de agora, além dos livros, os pacotes da L&PM carregam um QR Code (como este da foto), que mostra um pouco do conteúdo que nós produzimos especialmente para os QR Codes que vêm nas capas dos lançamentos e reedições desde o fim do ano passado.

Ficou curioso? Dá pra ler na tela 😉

Um dia na vida de Galeano

Em maio de 2012, pouco depois de Eduardo Galeano lançar Os filhos dos dias, o jornalista Jorge Fernandéz Diaz, do jornal La Nación, acompanhou a rotina do escritor e fez uma ótima matéria contando curiosidades sobre seu dia-a-dia. Tomamos a liberdade de traduzir e transcrever alguns trechos dessa matéria. Para lê-la na íntegra, clique aqui.

O homem que sonha prodígios tem sonhos insignificantes na cama. Mas sua mulher entra na noite como quem vai ao cinema, e na primeira hora do dia, enquanto fazem o desjejum com café com leite, sucos e frutas, Helena o humilha contando as peripécias que viveu de olhos fechados. A companheira de Galeano sonhou uma vez que os dois estavam em uma grande fila, em um aeroporto irreconhecível, e que todos os passageiros levavam seus travesseiros embaixo do braço. Havia uma máquina que escaneava os travesseiros para descobrir se os cidadãos haviam tido sonhos perigosos. Eduardo e Helena permaneciam nessa fila esperando sua vez, temendo que soasse a campainha do detector de sonhos incorretos e eles tivessem que pagar por seus pecados noturnos. Eduardo, claro, anota esses contos, ela sonha obras-primas.

Faz muito tempo que Galeano e sua mulher decidiram eliminar o almoço de sua dieta diária. Para eles, cortava o dia e o escritor sentia-se  estufado: parecia que ele havia comigo uma vaca e então vagava por horas e horas arrastando os pés feito um zumbi. É por isso que em sua casa de Malvín o café da manhã é farto, forte e quente. O desjejum é um dos grandes momentos do dia, não apenas porque é quando Helena narra seus sonhos de Paramount, mas também porque ela possui uma voracidade sem limites por notícias. Galeano é imune ao jornal e apenas usa a televisão para ver futebol. Mas Helena é uma mulher hiperinformada que tem o prazer de ler para seu marido as notícias que lhe deixam alegre ou indignada, além de contar coisas que escutou no rádio ou viu na TV.  

Galeano costuma dizer que não tem horários ou rotina fixa e que escreve somente quando “le pica la mano”. Ou seja: é a mão que decide quando quer escrever e ele não pode dar ordens a ela. Isso começou quando, em um dia remoto, em um bar cubano, Galeano apreciava as maravilhas que um músico genial fazia com seu tambor. Eduardo aproximou-se dele em um momento de pausa e perguntou qual era o seu segredo. Ao que o músico respondeu: “Yo sólo toco cuando me pica la mano”. Galeano sentiu-se representado por esse capricho artístico. E a partir de então só escreve com essa “picazón”.

Saudade, ó saudade…

Haverá algum sentimento mais romântico do que a saudade? Palavra que mais aparece na poesia de amor da língua portuguesa, ela vem do latim “solitas, solitatis” (solidão), da forma arcaica de “soedade, soidade e suidade” e tem influência de “saúde” e “saudar”. No Brasil, a data oficial da saudade é 30 de janeiro. E para marcar esse dia, pedimos a ajuda de Snoopy:

Clique na imagem para ampliá-la

É Dia do Quadrinho Nacional!

Em 1984, a Associação dos Quadrinhistas e Cartunistas de São Paulo elegeu o dia 30 de janeiro como o Dia do Quadrinho Nacional. A data não foi escolhida por acaso. Ela marca a publicação de As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte em 1869, considerada a primeira história em quadrinhos publicada no Brasil, que era desenhada por Angelo Agostini.

Para muitos pesquisadores, este artista italiano, radicado no Brasil desde 1861, foi o criador do que se poderia chamar de os primeiros “quadrinhos” brasileiros. Em 1869, na revista Vida Fluminense, foram desenhados os primeiros capítulos de As aventuras de Nhô-Quim. Essas histórias, de longa duração, lembravam o padrão europeu da “narrativa figurada”, sem balões e com textos ao pé de cada quadrinho. A data inicial da publicação de Nhô-Quim, 30 de janeiro, é hoje comemorada como o Dia do Quadrinho Nacional, e “Angelo Agostini” passou a ser o nome de um troféu concedido anualmente aos destaques das HQs.  (…) (Enciclopédia dos Quadrinhos, de Goida e André Kleinert, verbete “Angelo Agostini” p. 23)

Veja aqui alguns eventos que acontecem em homenagem a este dia:

SALVADOR (BA)
Exposição de caricaturas em barro do artista Valtério. Mostras de álbuns e revistas brasileiras. Sala de chat. Show Musical. Homenagens a Angelo Agostini, José Carlos Capinan, Lage, Joaci Goes. 30 de janeiro, das 19h às 21h, na Biblioteca Central da UFBA, PAF Ondina – Salvador/BA.

RIO GRANDE (RS)
Palestra sobre quadrinhos de ficção científica. Apresentação de vídeos baseados em quadrinhos e conversa sobre grafite e quadrinhos. 31 de janeiro, a partir das 20h no Centro de Produção, Promoção e Formação em Arte e Cultural ArtEstação, Av. Rio Grande, Balneário Cassino, Rio Grande/RS

MACAPÁ (AP)
II Encontro Amapaense de Histórias em Quadrinhos.  Curso de animação 3D, Curso de desenho, curso de Stop Motion, palestras. De 30 de janeiro a 2 de fevereiro no Museu da Imagem e do Som do Amapá, 2º piso do Teatro das Bacabeiras. De R$ 5,00 a R$ 10,00.

BELO HORIZONTE (MG)
30 de janeiro, quarta-feira às 16 horas acontece a abertura da Exposição “MONSTROS DO ROCK”, de Paulo Barbosa. Dia 2 de fevereiro, exibições de documentários e palestras.  No Centro Cultural Lagoa do Nado (CCLN)
Entrada franca, sujeita a lotação.

UBERLÂNDIA (SP)
Oficina gratuita de ilustrações e histórias em quadrinhos (HQ) para crianças entre 8 e 15 anos. As atividades serão ministradas nos dias 30 e 31 de janeiro, das 14h às 17h30. Na Biblioteca Municipal de Uberlândia.

Próximo filme de Woody Allen já tem nome: Blue Jasmine

O próximo filme de Woody Allen, que estreia em meados de 2013, vai se chamar “Blue Jasmine”. A comédia conta a história de Hanna (Cate Blanchett), uma dona de casa novaiorquina em crise que perde todo o seu dinheiro e é forçada a ir morar em São Francisco com sua irmã (Sally Hawkins). Outra novidade que foi divulgada há pouco é que foi incorporado ao elenco o ator Michael Stuhlbarg, o Arnold Rothstein da série Boardwalk Empire. Aliás, Allen deve curtir essa série, pois já havia chamado outro integrante de Boardwalk: Bobby Cannavale que na temporada 3 foi o malvado gângster italiano Gyp Rosetti. No elenco de Blue Jasmine estão ainda Alec Baldwin, Louis C.K.,  e Peter Sarsgaard.

A estreia no Brasil está marcada para o dia 28 de junho deste ano.

Woody Allen e Cate Blanchett nas filmagens de Blue Jasmine

Uma visita às casas de Tchékhov

Anton Pavlovitch Tchékhov nasceu em Tagan­rog, sobre o Mar de Azov, em 29 de janeiro de 1860, terceiro dos seis filhos de um pequeno comerciante chamado Pável Iegórovi­tch Tchékhov. Atualmente, a casa onde o escritor russo nasceu ainda está lá e é aberta aos visitantes. A “Birth House of Anton Chekhov” fica localizada na Rua Ulitsa Chekhova, 69 em Tangarog e é possível ver fotografias, objetos e documentos utilizados pelo pai do escritor:

Entre o outono de 1886 e a primavera de 1890, Tchékhov viveu em Moscou, no endereço Sadovaya – Kudrin Skaya número 6. Esta casa também virou museu e recebe os visitantes para mostrar os cômodos e objetos que um dia foram de Tchékhov:

Entre 1892 e 1899, Tchékhov viveu e trabalhou na Vila de Melikhovo, há 70 quilômetros de Moscou. A casa, localizada na W1355 virou o Museum – Reserve of A. P. Chekhov “Melikhovo” e também preserva a memória do escritor:

De 1899 a 1904, quando faleceu, Tchékhov viveu em Yalta, na Ucrânia, onde plantou uma imensa variedade de árvores, incluindo cerejeiras, pessegueiros, ciprestes e acácias. A irmã do escritor viveu nesta casa até 1921, quando ela então virou o museu “White Dacha” (Casa Branca) que até hoje exibe objetos de família, fotografias e materiais literários. Esta casa museu fica na Rua Kirova, 112:

Se você for visitar a Rússia, não deixe de fazer esse roteiro! E melhor ainda se levar os livros de Tchékhov na mala. Clique aqui para ver todos os títulos de Tchékhov publicados na Coleção L&PM Pocket.

200 anos de “Orgulho e Preconceito”

Em 28 de janeiro de janeiro de 1813, chegava às livrarias da Inglaterra aquele que se tornaria o romance mais famoso de Jane Austen: Orgulho e preconceito. Em 2003, a BBC de Londres realizou uma enquete que elegeu este livro como o segundo “Livro mais amado pelos leitores do Reino Unido”. Ivo Barroso, em sua introdução para a edição da Coleção L&PM Pocket, explica um pouco a razão de tanto amor:

Jane Austen conseguiu criar personagens vivos e inesquecíveis com sua arte de pintar em subtons e nas entrelinhas o mundo provincial onde transcorreu sua pobre e curta existência. Somente através de uma observação vívida poderia essa “boa tia” transcender os parcos limites do serão familiar para projetar seus personagens na galeria dos grandes vultos criados pela tinta negra. E a despojada forma de seu estilo os preserva ainda hoje, saborosos e latentes, em meio aos milhares de poderosos vultos que nestes 190 anos vieram enriquecer a literatura mundial. (…) Jane é espirituosa, é sarcástica, é gozadora. Os aspectos cômicos da pequena aristocracia inglesa são por ela expostos ao ridículo por meio das fraquezas vocabulares e das gafes. Em seus livros abundam as futricas e os mal-entendidos. Neles quase não há descrições; estão praticamente ausentes de paisagens, mesmo porque a autora muito pouco viajou. Toda a ação se passa no interior das residências, é induzida através dos diálogos ou das cartas. Mas que maneira espantosa de reproduzir tais diálogos ou de escrever tais cartas! Por eles, mesmo em tradução, Jane Austen nos permite avaliar o grau de educação ou a ignorância do personagem e situá-lo na escala social. (…) Aqui, em Orgulho e preconceito, a lenta caracterização da figura de Fitzwilliam Darcy, evoluindo de uma pessoa antipática e pretensiosa para, num timing perfeito, se mostar magnânimo e providencial na reabilitação de Lydia (irmã mais nova de Elizabeth Bennet, a principal personagem feminina); a guinada transcendente que nos leva a reconsiderar sua atitude reservada e distante dos primeiros momentos, capaz de provocar em nós, como leitores, uma certa aversão por esse nobre afetado, ao sabermos finalmente que ele foi, desde o início, um enamorado precavido e respeitoso, compensando, no fim, a heroína Elizabeth por todo o sofrimento e as dúvidas que teve a seu respeito – todas essas fabulações e artimanhas de Jane Austen, esses enredos e quiproquós que animam os seus relatos, e que foram, depois dela, utilizados milhares de vezes para movimentar as novelas e os folhetins – servem para evidenciar seu talento de escritora, seu espírito de observação, sua penetração psicológica, ou, reafirmamos, ainda que possa parecer paradoxal, sua “modernidade”. Embora tenha sido publicado em 1813 como seu segundo livro, Orgulho e preconceito é, na verdade, a primeira tentativa de Jane para ver um manuscrito seu impresso. Com o título inicial de First Impressions (Primeiras impressões), a novela, composta entre outubro de 1796 e agosto de 1797, não chegou a realizar aquele sonho, tendo sido recusada pelo editor Thomas Cadell. Duramente retrabalhados, os originais, sob a nova denominação de Pride and Prejudice, foram finalmente vendidos ao editor Thomas Egerton, que os publicou em três volumes encadernados, dezesseis anos depois. (Trecho da introdução de Ivo Barroso para a edição de Orgulho e preconceito, Coleção L&PM Pocket)

Para marcar o bicentenário da primeira publicação de “Orgulho e preconceito” a L&PM vai premiar a melhor imagem inspirada na história mais famosa de Jane Austen. Leia o regulamento e descubra como participar lá no tumblr “Orgulho e preconceito – 200 anos”, criado especialmente para a promoção: http://orgulhoepreconceito200anos.tumblr.com/