Arquivo mensais:janeiro 2012

L&PM em tempo real

Viva o mundo da web! Que permite que nós possamos estar ao mesmo tempo em todos os lugares. E melhor do que isso: ao mesmo tempo, em todos os lugares e ao vivo. Ontem, 23 de janeiro, a L&PM WebTV transmitiu, em tempo real e diretamente de Porto Alegre, o evento “Segundas literárias” com a participação de José Antonio Pinheiro Machado, o Anonymus Gourmet. Ao entrar no site da L&PM e clicar sobre o link “ao vivo”, as pessoas eram imediatamente levadas para o evento. Enquanto isso, também era possível participar via Twitter, comentando e enviando perguntas para o escritor.

Nanni Rios e Nathália Silva preparam-se para transmitir ao vivo o encontro com José Antonio Pinheiro Machado, o Anonymus Gourmet

No “Segundas literárias” da semana que vem, dia 30 de janeiro, novamente estaremos transmitindo ao vivo o evento que terá como tema os quadrinhos e que reunirá os cartunistas Iotti e Edgar Vasques, mais André Kleinert, um dos autores de Enciclopédia dos quadrinhos. Breve, os melhores momentos desses encontros do “Segundas literárias” estarão disponíveis na WebTV, onde todos os vídeos estão relacionados com suas obras. Aliás, já deu uma olhada na quantidade de conteúdo que tem por lá?

Feliz ano do dragão!

Os chineses estão comemorando, hoje, a chegada do ano 4710, regido pelo poderoso dragão. No seu dia-a-dia, eles até usam o nosso calendário, o gregoriano. Mas segundo suas tradições é o calendário lunar que vai reger a forma como os dias do nosso 2012  irão se comportar. Em Pequim, uma chuva de incríveis fogos de artifício (aliás, inventados pelos chineses) coloriu o céu e anunciou que um ótimo ano está começando. Mais perto daqui, no Bairro da Liberdade, em São Paulo, o final de semana também foi de muita festa, com danças típicas, banquetes e desfiles com imensos bonecos que comemoravam o início de um período auspicioso. O dragão, afinal, é tão bem-vindo que alguns casais esperam o ano regido por ele chegar para casar ou encomendar o primeiro filho. Dizem os chineses que o dragão traz fartura, boa sorte e que seu ano é o período ideal para realizar os mais grandiosos, colossais, ambiciosos e audazes projetos. O espírito do dragão é capaz de tornar tudo maior. Mas atenção: às vezes as coisas podem parecer melhores do que realmente são, o que significa que é preciso agir com cautela, já que o poderoso dragão, apesar de trazer coisas boas, não é muito prudente, podendo nos levar a ultrapassar os limites.

A L&PM publica vários livros de temática chinesa, o mais recente deles o romance Os anos de fartura, em que o escritor Chan Koonchung apresenta a China em um futuro próximo, no ano de 2013. Outros livros indicados para quem quer conhecer um pouco mais deste grande país e sua tradição milenar são Contos sobrenaturais chineses, 50 fábulas da China fabulosa, China: uma nova história e dois livros da Série Encyclopaedia: Escrita chinesa e China moderna.

Página do livro "50 fábulas da China fabulosa", organizado por Sérgio Capparelli e Márcia Schmaltz (clique para ampliar)

Programa da FBN inclui obras suspeitas de plágio

Por Guilherme Freitas
Jornal O Globo – 21/01/2012

Cadastro para compra de livros por bibliotecas públicas tem traduções acusadas de cópia

Criado pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN) para ampliar e renovar o acervo das bibliotecas públicas do país, o recém-lançado Cadastro Nacional de Livros de Baixo Preço inclui obras suspeitas de serem traduções plagiadas. A denúncia foi encaminhada à Procuradoria Geral da República nesta semana pela tradutora Denise Bottmann, que enumerou dezenas de casos. A maior parte deles envolve livros da Editora Martin Claret.

Denise publicou em seu blog (naogostodeplagio. blogspot.com) uma lista de obras suspeitas, comparando-as com as versões originais. Entre os livros citados estão “O médico e o monstro”, de Robert Louis Stevenson, “O lobo do mar”, de Jack London, e “A mulher de trinta anos”, de Balzac, todos com traduções atribuídas a Pietro Nassetti e denunciadas há anos como plágios.

No caso de “O lobo do mar”, por exemplo, a versão atribuída a Nassetti reproduz, com pequenas alterações, a tradução de Monteiro Lobato publicada em 1934, pela Companhia Editora Nacional. O romance de London está em domínio público, mas os direitos autorais da tradução pertencem aos herdeiros de Lobato.

O Cadastro Nacional de Livros de Baixo Preço reúne mais de dez mil títulos, cujo preço final para o consumidor não pode ultrapassar R$ 10. Os livros foram inscritos no programa pelas próprias editoras e, desde 13 de janeiro, começaram a ser avaliados por 2.700 bibliotecas e pontos de leitura de todo o país, que escolherão os títulos a serem adquiridos.

Procurada pelo GLOBO, a FBN alega que, para que um livro seja excluído do cadastro, “é preciso que tenha sido objeto de ação judicial, com trânsito em julgado, que tenha determinado o impedimento de circulação das obras”. A FBN argumenta que o edital determina que toda editora, ao participar do programa, reconhece “que os livros que inscreve não violam qualquer princípio legal vigente”. A Martin Claret já foi intimada judicialmente por plágios, como no caso das traduções de Modesto Carone para “A metamorfose” e “Carta ao pai”, de Kafka (não incluídas no cadastro).

Editora substituirá obras

Responsável pelo Departamento Editorial da Martin Claret, Taís Gasparetti afirma que, devido às denúncias dos últimos anos, a editora está substituindo, desde o segundo semestre de 2011, as traduções que confirmou como plágios.

– Nosso Departamento Comercial inscreveu esses títulos no programa da Biblioteca Nacional considerando que eles já teriam novas traduções até o fim da vigência do edital – diz Taís, que pedirá à FBN que remova temporariamente do cadastro os títulos cujas novas traduções ainda não estão prontas.

Segundo ela, a lista de livros que ganharão novas versões inclui, entre outros, “A mulher de trinta anos”, que será traduzido por Herculano Villas-Boas, “O lobo do mar”, por Marcelo Albuquerque, e “O médico e o monstro”, por Cabral do Nascimento. No cadastro da FBN, todos eles aparecem atribuídos a Pietro Nasseti.

Além dos livros da Martin Claret, Denise aponta irregularidades em títulos das editoras Escala (“Assim falou Zaratustra”, de Nietzsche) e Pillares (“A luta pelo direito”, de Rudolf von Ihering) incluídos no cadastro da FBN.

* * *

No dia seguinte à publicação desta matéria, Denise Bottmann publicou novas considerações à FBN em seu blog. Leia aqui.

Verbete de hoje: Carlos Zéfiro

 

Com o lançamento da nova Enciclopédia dos Quadrinhos“, de Goida e André Kleinert, o Blog L&PM publicará, nos domingos, um verbete do livro. O de hoje é  o brasileiro Carlos Zéfiro (1921-1992)

Quando terminamos a redação da primeira Enciclopédia dos Quadrinhos (agosto de 1990), ninguém conhecia a verdadeira identidade desse famoso quadrinista, que sempre se assinou como “Carlos Zéfiro”. Dois livros, inclusive, já tinham sido publicados com histórias e muitos textos sobre a obra desse nosso pornógrafo oficial: A arte sacana de Carlos Zéfiro (Editora Marco Zero, 1983), com organização de Joaquim Marinho e textos de Roberto da Matta, Sergio Augusto e Domingos Demasi, e O quadrinho erótico de Carlos Zéfiro (Record, 1984), de Otacílio d’Assunção (Ota). Quem descobriu a verdadeira identidade de Zéfiro foi o jornalista Juca Kfouri em uma extensa matéria publicada na Playboy nacional, em novembro de 1991. Tratava‑se de um ex-funcionário público (do Serviço de Imigração do Ministério do Trabalho), Alcides Aguiar Caminha, que na ocasião já completara 70 anos. Caminha sempre recusou identificar‑se como Zéfiro porque poderia não só perder seu emprego, como também o direito à aposentadoria. Em julho de 1992, Caminha recebeu uma suprema homenagem: o troféu HQ Mix. Dois dias depois faleceu, vítima de um derrame. As histórias que Caminha desenhou – mais de 600, em geral com 32 páginas, em formato 1/4 de papel ofício – eram vendidas clandestinamente em bancas de jornais e revistas e se chamavam “catecismos”. O editor era um livreiro, Hélio Brandão, que ousava imprimir e distribuir os “catecismos”. Dizem que algumas edições chegaram até a Argentina, com sucesso de vendas. O estilo de Caminha era fraco, mas muito erótico e sensual para a época (anos 50 e 60), já que praticamente não havia nada nas bancas com “as artes” do Carlos Zéfiro. Paralelamente as suas atividades em HQ, Caminha foi também compositor, parceiro de Nelson Cavaquinho. Em 1991, saiu mais um livro organizado por Joaquim Marinho, Os alunos sacanas de Carlos Zéfiro (Editora Marco Zero), com textos de Regina Echeverria e Maria José Silveira.

 

Poemeu
Mar de Ipanema

Porque o mar em frente espuma
de alegria
É com alegria que olho o mar
de espumas
Escrevendo poemas ecológicos
À glória do sol, do ar,
do azul.

Lá mais longe, liso,
O mar-espelho espelha o céu
Ou este reflete aquele,
Numa tranquilidade que é
a minha
Ou minha tranquilidade a dele.
Tantos anos depois
O mar continua brincando
de paraíso
Em minha porta.

De Poemas, Millôr Fernandes

Foi dada a largada para o tricentenário do nascimento de Rousseau

A comemoração tricentenário do nascimento de Jean-Jacques Rousseau, uma iniciativa da cidade de Genebra, onde nasceu o pensador, começou oficialmente ontem, 19 de janeiro, às 15h, na Ile Rousseau, com a presença de autoridades. Chamado de “2012 – Rousseau pour tous” (Rousseau para todos), o grande evento que acontecerá durante todo o ano vai oferecer diversos eventos em mais de trinta diferentes lugares da capital da Suíça.

O cartaz da comemoração

O lançamento das festividades de “2012 – Rousseau pour tous” aconteceu na ilha onde, em 1835, foi erguida uma estátua de Rousseau, este que foi filósofo, pedagogo, músico, viajante e que escrevia sobre inúmeros assuntos. Ao longo dos próximos meses, as numerosas facetas de Rousseau serão exploradas em exposições, shows, óperas, concertos, banquetes republicanos, filmes, passeios e coferências. Dois eventos terão destaque. No dia do aniversário de 300 anos do filósofo, 28 de junho, será apresentado no Parc de la Grangem o show “The Shadow of Light”, uma ficção histórica que combina teatro, música e “filme instantâneo”. Outro destaque será a estreia mundial, em setembro, da ópera de Philippe Fénelon “JJR (cidadão de Genebra)” com direção de Ian Burton e encenada por Robert Carsen. O programa do evento é o resultado da participação de uma ampla gama de agentes culturais internacionais.

 Segundo o curador da exposição, Alain Grosrichard, presidente da sociedade Jean-Jacques Rousseau de Genebra, o escritor e pensador “ainda causa preocupação, não nos deixando dormir tranquilos, levantando questões que ainda continuam atuais”. Para os que querem entender melhor este que “desde o começo adotou uma posição marginal, apresentando-se como um bárbaro que questiona radicalmente a civilização na qual vive e desperta brutalmente num século que dorme na ilusão de sua percepção”, mas não poderão visitar Genebra, nada melhor do que aguardar a chegada de Rousseau – Série Encyclopaedia da Coleção L&PM Pocket. O lançamento está previsto para início de março.

A "Ile Rousseau" foi o ponto de partida das comemorações do tricentenário de Rousseau

Assista aqui alguns vídeos com os participantes do evento.

Quer brincar de boneca?

Por Paula Taitelbaum

Literary Greats Paper Dolls” é um livro que, para aqueles que um dia já amaram bonecas de papel (como eu!) e que agora amam escritores (como eu!), desperta mais do que a cobiça. Desperta uma euforia. Meu encontro com ele foi há uns quinze dias, quando eu vasculhava as prateleiras da Livraria Travessa, em Ipanema. Nas suas páginas coloridas, encontrei bonecas de papel dos maiores escritores da literatura! Com roupinhas incríveis que sairam das  histórias ou personagens de cada um desses autores clássicos. E como hoje é aniversário de Edgar Allan Poe (ele nasceu em 19 de janeiro de 1809), vou ser boazinha e emprestar a minha boneca de papel Poe pra vocês. Pra ampliar a imagem, é só clicar sobre ela.

E pro Poe versão boneca não ficar tão sozinho na brincadeira, também vou empresar minha Agatha Christie “paper dool” . É só mandar imprimir, recortar e se divertir.


O livro “Literary Greats Paper Dolls” é uma publicação da editora norte-americana Dover Publications. Entre os escritores retratados como bonecas de papel, a maioria faz parte do catálogo L&PM como Oscar Wilde, Sir Arthur Conan Doyle (esse ganhou até roupinha de fada!), Charles Dickens, Dostoiévski, Scott Fitzgerald, H. G. Wells, Jane Austen, Jack London, Lewis Carrol (adivinha se não tem roupinha de Alice pra ele?), Tolstói, Mary Shelley, Mark Twain, Shakespeare e Robert Louis Stevenson. Qualquer dia desses eu posto mais alguns deles por aqui…

Edgar Allan Poe hoje, ontem e sempre

Basta falar em Edgar Allan Poe para que nossa mente evoque imagens sombrias de histórias sobrenaturais. Nascido há exatos 202 anos atrás em Boston, no dia 19 de janeiro de 1809, Poe era filho de atores que morreram quando ele tinha apenas dois anos. Adotado por um rico comerciante, estudou na Academia Militar de West Point, foi expulso por indisciplina, viveu como nômade, mudou-se para Nova York, trabalhou como editor. E no meio de tudo isso, escreveu poemas, ensaios e contos marcados por temas como as alucinações e a fantasmagoria, as neuroses e as inquietações do homem, o duplo, a introspecção na alma, a morte e a fatalidade. Seus dias foram marcados pela mobidez e pelo alcoolismo e, considerado um “escritor maldito”, morreu em 7 de outubro de 1849. Suas histórias, no entanto, continuam mais vivas do que nunca, pulsando nos livros e também nas telas. Em 9 de março de 2012, estreia nos EUA “The Raven” (O corvo), filme que apresenta o ator John Cusack no papel de Edgar Allan Poe. O filme cria um relato ficcional dos últimas dias de vida do escritor em que ele se junta a um jovem detetive para caçar um serial killer que está usando o trabalho de Poe para cometer uma série de assassinatos brutais. 

O cartaz do filme que estreia em março

Mas este não é o primeiro “The Raven” de Edgar Allan Poe a ser levado às telas com atores de peso. Em 1963, inspirado no mais famoso poema do escritor, foi feito um filme com Boris Karloff e Vincent Price no elenco. Preste atenção no nome de um ator iniciante que aparece em letras miúdas:  Jack Nicholson. 

O filme de 1963 com "grande" elenco

Seja em estilo clean ou em cenário trash, basta o nome de Edgar Allan Poe aparecer para chamar atenção. Dele, na Coleção L&PM Pocket, são publicados O escaravelho de ouro e outras histórias,  Assassinatos na Rua Morgue, A carta roubada e O relato de Arthur Gordon Pym.

Galeano e a vitamina “D”

Segunda-feira, 16 de janeiro, na capital de Cuba, Eduardo Galeano realizou a abertura do Prêmio Casa de las Américas deste ano.  Em seu poético discurso, ele disse “Obrigado, mil obrigados por este alimento de vitamina D, ‘D’ de dignidade, que tanto nos ajuda a acreditar que o dever de obediência, imposto pelos poderosos deste mundo é, pode ser, nossa penitência, mas não é, nem pode ser, nosso destino”.

No evento, o autor de “As veias abertas da América Latina” reafirmou sua amizade com a Casa de las Américas, fundada em abril de 1959 na cidade de Havana.  Abaixo, seu discurso:

E vem livro novo de Eduardo Galeano em 2012. “Los hijos de los días” já está sendo traduzido por Eric Nepomuceno.