Arquivo mensais:dezembro 2011

A história dos especiais de Natal

Ontem, 25 de dezembro, o assunto em quase todos os canais de TV foi… o Natal.  Um documentário do History Channel contava sobre a origem dos especiais de Natal na televisão norteamericana. Segundo ele, tudo começou nos anos 50 quando um canal resolveu transmitir, na noite do dia 24, o filme “A felicidade não se compra” de Frank Capra. O célebre filme, de 1946, conta a história de um homem que, sem dinheiro, resolve se suicidar na véspera de Natal e é impedido por um anjo que, para fazer com que o sujeito mude de ideia, mostra como seria o mundo sem ele. O sucesso foi tanto que, a partir daí, os canais decidiram exibir filmes com temas natalinos todos os dias 24 de dezembro. Nenhum deles, no entanto, era especialmente produzido para a data. Foi só em 1962 que alguém teve a luminosa ideia de criar o primeiro especial de Natal. Nasceu assim a adaptação de Mr. Magoo para “Um conto de Natal” de Dickens.

Em 1965, a agência de publicidade da Coca-Cola, junto com o canal CBS, propôs a Charles Schulz que ele escrevesse um especial natalino com Peanuts. Aceito o desafio, mas com orçamento apertado, Bill Melendez dirigiu o primeiro Charlie Brown de Natal e propôs a inédita opção de usar crianças para dublar os personagens. O desenho animado (quadro a quadro!) levou seis meses para ser feito e só foi finalizado uma semana antes de ir ao ar. Schulz tinha exigido que, em alguma cena, a Bíblia fosse citada, mas quando viram Linus recitando a história do nascimento de Cristo segundo o Evangelho de Lucas, três executivos da CBS quase não deixaram o especial ser exibido. Mas Schulz insistiu, a Bíblia ficou e o resultado foi uma nevasca de americanos emocionados – cujos filhos e netos até hoje acompanham Charlie Brown e sua turma quando chega o Natal. (Paula Taitelbaum)

O livro "O Natal de Charlie Brown" é baseado nos especiais de Natal que acontecem desde 1965

Verbete de hoje: Bud Counihan

 

Com o lançamento da nova Enciclopédia dos Quadrinhos“, de Goida e André Kleinert, o Blog L&PM publicará, nos domingos, um verbete do livro. O de hoje é  o norteamericano Bud Counihan.

Embora todas as páginas da personagem Betty Boop fossem assinadas por Max Fleischer, o verdadeiro desenhista das mesmas era David Francis “Bud” Counihan. Nascido em St. Louis, ele mudou‑se para Nova York em 1910. Logo estava colaborando para a série “Little Napoleon”. Foi assistente também de Chic Young nas HQs Dumb Dora e Blondie. Escolhido para ilustrar “Betty Boop” (que se baseava nos desenhos animados produzidos por Max Fleischer), Counihan conseguiu manter um bom padrão na série. Apesar de sua pouca duração (1934-1937), essas tiras foram marcadas pelo talento de seu criador nos quadrinhos. Para saber mais: Betty Boop (imagem), coleção “Opera King” da Opera Graphica Editora (2003).

Natal sem Sinos

No pátio a noite é sem silêncio.
E que é a noite sem o silêncio?
A noite é sem silêncio e no entanto onde os sinos
Do meu Natal sem sinos?

Ah meninos sinos
De quando eu menino!

Sinos da Boa Vista e de Santo Antônio.
Sinos do Poço, do Monteiro e da igrejinha de Boa Viagem.

Outros sinos
Sinos
Quantos sinos!

No noturno pátio
Sem silêncio, ó sinos
De quando eu menino,
Bimbalhai meninos.
Pelos sinos (sinos
Que não ouço), os sinos de
Santa Luzia.

(De Manuel Bandeira em Bandeira de bolso – Uma antologia poética)

O Natal começou como uma festa pagã

Quem não é cristão também tem motivos para comemorar o dia 25 de dezembro. Talvez a maioria das pessoas não saiba, mas a escolha deste dia para celebrar, trocar presentes e ser feliz está associada a antigas festas pagãs que começaram antes do nascimento de Jesus.

A Saturnália era uma festa romana em homenagem ao deus Saturno e acontecia de 17 a 24 de dezembro. Logo depois, os romanos tinham a Brumália que, no dia 25 de dezembro, celebrava o nascimento do deus-sol, já que, pro pessoal do hemisfério norte, a data coincidia com o solstício de inverno, dia “mais curto do ano”.

Nos dias 24 e 25 de dezembro, os persas também homenageavam seus deuses inspirados no sol. No dia que agora corresponde à nossa véspera de Natal, os persas queimavam a imagem de seu deus Agni, feita a partir de um tronco de árvore, e colocavam uma nova em seu lugar. Com o novo deus, os dias começavam a aumentar novamente porque, segundo supunham eles, o seu deus jovem estava cheio de vigor para produzir dias maiores.

Já a festa germânica pagã do solstício de inverno, a Yule, caracterizava-se pelos grandes banquetes, a folia, a troca de presentes e os enfeites em árvores. Segundo a “nova enciclopédia de conhecimento religioso de Schaff-Herzog”, o dia 25 teria sido escolhido para ser o nascimento de Jesus justamente porque já existiam muitas festas neste dia e nada melhor do que continuar com a alegria do povo.

No Jardim Botânico de Buenos Aires há uma escultura que representa a Saturnália, uma réplica da escultura de Ernesto Biond que está em Roma

Breve, a L&PM vai lançar a biografia de Jesus, onde é possível descobrir que, na verdade, ninguém sabe direito quando e como Cristo nasceu. Mas isso não importa… Amanhã de noite, motivos para festejar e dar livros de presente não vão faltar. Feliz Natal!

On the map

Depois de conhecer o trabalho da artista Stefanie Posavec, a sua experiência com On the road de Jack Kerouac nunca mais será a mesma. A começar pelo título, que ela transformou em On the map. Seu trabalho mapeia toda a saga de Sal Paradise e Dean Moriarty e reconta a história por meio de gráficos aparentemente complexos, mas muito reveladores.

Antes de qualquer coisa, ela dividiu o texto em trechos e classificou-os de acordo com o conteúdo: “Festas, bebedeiras e drogas”, “Mulheres, sexo e relacionamento”, “Atividades ilegais e episódios envolvendo polícia”, “Sal Paradise” entre outros. Ao final desta etapa, seu exemplar de On the road ficou assim:

O resultado do levantamento está devidamente registrado e ilustrado num livro. Veja alguns trechos:

Cada cor representa uma categoria de conteúdo

O gráfico varia também de acordo com o número de palavras

Este é o "On the road" de Jack Kerouac representando graficamente

Stefanie Posavec fez ainda outras releituras do livro, como esta em que a representação gráfica varia de acordo com o tamanho de cada frase, dando uma ideia do ritmo do texto de Kerouac (clique na imagem abaixo para ampliar a explorar melhor o gráfico).

Gráfico que mostra o ritmo da narrativa de "On the road"

A modernista Anita Malfatti em Curitiba

A paulista Anita Malfatti foi uma revolucionária da estética. Suas pinturas chacoalharam o Brasil dos anos 20 e sua personalidade foi vital para o movimento modernista que teve seu auge na Semana de Arte Moderna de 1922. Pois desde o início de novembro, cerca de 100 obras assinadas por ela estão em exposição no Museu Oscar Niemeyer em Curitiba e poderão ser vistas até 29 de janeiro. A mostra é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná e as pinturas que estão expostas na sala Miguel Bakun fazem parte de coleções particulares e de instituições públicas e privadas.

"O circo" é uma das obras da exposição de Anita Malfatti

SERVIÇO

Quando: até 29 de janeiro
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h
Ingressos: R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 estudantes
identificados (crianças de até 12 anos, maiores de 60
e grupos de estudantes de escolas públicas, do ensino
médio e fundamental, pré-agendados não pagam)
Onde: Museu Oscar Niemeyer – Rua Marechal Hermes, 999
Mais informações: (41) 3350-4400

Um brinde aos escritores

Verão combina com viagem, que combina com férias, que combina com uma bebidinha, que combina com… escritores. E é para fazer um brinde a tudo isso que separamos aqui alguns autores e suas bebidas preferidas. Tim tim!

Entre as bebidas favoritas de William Faulkner estava o Mint Julep, uma mistura nada inocente de uísque e cerveja:

Charles Bukowski era amante da Boilermaker, cerveja “emparelhada” com uma dose de uísque. Funciona assim: primeiro, o cidadão bebe o uísque de um gole só. Depois, degusta sua cerveja (de preferência escura), lentamente. Mas esse é só para os fortes como o velho Buk…

William Burroughs gostava de algo mais simples: Vodka com coca-cola. Este nem precisa de receita. Basta acrescentar gelo:

F. Scott Fitzgerald e sua Zelda adoravam Gin Rickey, um coquetel que mistura gin, suco de limão e água com gás:

A bebida de Dorothy Parker era o Whisky Sour que leva uísque, suco de limão e açúcar… Uma espécie de caipirinha inglesa.

Ernest Hemingway gostava de um bom Mojito, bebida que ele descobriu em Havana e que se prepara com rum, limão e hortelã:

E pra mostrar que a gente também lembra de quem está no hemisfério norte, onde o frio anda de lascar, sugerimos a bebida preferida de Oscar Wilde: o poderoso Absinto.

Só não esqueça: se beber, não dirija. Aliás, fique em casa. Quem sabe lendo um bom livro…

A morte do cronista da era do jazz

Entre os dias 22 e 23 de dezembro de 1940, os principais jornais norteamericanos traziam a notícia de que o romancista, contista e roteirista Franz Scott Fitzgerald morrera aos 44 anos, na sua casa em Hollywood, no dia 21 de dezembro, três semanas depois de sofrer um ataque cardíaco. Achamos um site que traz os obituários e as principais notícias da época sobre Fitzgerald, publicadas dos jornais New York Herald Tribune, The New York Times e Los Angeles Times. Nos textos, há de tudo um pouco, a maioria associando o escritor ao excesso dos anos 20. Os obituários mais respeitosos expressaram um sentimento de pesar, mas nenhuma das matérias previu que o autor de O grande Gatsby teria um lugar de honra entre os maiores escritores norteamericanos. Ao morrer, Fitzgerald deixou um espólio de “mais de 10.000 dólares” para a mulher Zelda e a filha Francis e um romance inacabado, The Last Tycoon (O último magnata), publicado postumamente em 1941.

Fitzgerald é considerado o cronista da “era do jazz”, como são chamados os anos 20. Em homenagem a ele, ao jazz e ao verão que começa oficialmente amanhã, nada como ouvir “Summertime”, de George Gershwin:

Catálogo L&PM e-books chega a 400 títulos

A boa notícia de final de ano é essa: estamos chegando aos 400 títulos em e-book e, no início de janeiro, o catálogo de livros digitais da L&PM já terá ultrapassado esta marca. São opções dos mais variados gêneros e autores para todos os gostos que incluem Jack KerouacBukowski, Balzac, Nietzsche, Moacyr Scliar, Millôr Fernandes, Jane Austen, Agatha Christie, Georges Simenon, Patricia Highsmith, Caio Fernando Abreu, Eduardo GaleanoMartha Medeiros, entre muitos outros. Há romances, contos, poesia, ensaios, quadrinhos. 

A distribuição dos e-books L&PM é feita pela DLD (Distribuidora de Livros Digitais), que é administrada por um grupo que reúne as editoras Record, Objetiva, Sextante, Rocco, Planeta e, claro, L&PM. A DLD possui acordo operacional como as livrarias Saraiva, Cultura, Curitiba e com os portais Positivo, Abril e Copia. Ou seja: basta clicar aqui, escolher entre estas centenas de opções, entrar no site das livrarias e… feliz download 2012!