Arquivo mensais:setembro 2011

“On the road” pela França

Não é de hoje que a famosa viagem de Jack Kerouac pelos Estados Unidos inspira fãs e seguidores pelo mundo. O fotógrafo Arnaud Contreras (fã confesso dos beats) colocou uns livros na mochila (mais especificamente os livros de Kerouac), chamou o amigo Alain Dister (que faz as vezes de Neal Cassady, também é fotógrafo e carrega um exemplar de On the road na mochila) e colocou o pé na estrada numa viagem semelhante à que deu origem à bíblia dos beats. A diferença é que Contreras e seu fiel escudeiro viajaram pela França – e não pelos Estados Unidos, mas isso não fez com que a dupla perdesse o foco da viagem. Afinal, Jack Kerouac está presente em diversas ruas na França:

Os registros da viagem estão disponíveis no blog de Arnaud Contreras e fazem parte do documentário “Kerouac, l’obsession bretonne” realizado pelo fotógrafo e lançado no início deste ano.

Se você ainda não leu o clássico beat On the road, de Jack Kerouac, ainda é tempo! Além do livro em formato pocket, a L&PM publica também o manuscrito original.

O céu não é o limite para a China

Por Paula Taitelbaum*

A China impressiona e ao mesmo tempo assusta. Ano passado conheci Xangai, Wenzhou e Hong Kong. Uma pequena fração deste que é o maior e mais populoso país do mundo. Sou testemunha ocular de que, nas ruas, impera um misto de obediência e eficiência, onde as pessoas andam olhando para o chão, enquanto os prédios alcançam o céu como se buscassem ultrapassar todos os limites. 

A China não tem limites… Prova disto é que ontem, 29 de setembro, alcançou o espaço. Do Centro de Lançamento de Satélites Jiuquan, na província de Gansu, partiu um foguete que contém o laboratório espacial Tiangong-1 (Palácio Celestial-1), o primeiro módulo de uma espécie de miniestação que orbitará a Terra a 350 quilômetros de altitude e inicialmente não será tripulado. O plano é utilizar o Palácio Celestial para testar procedimentos de aproximação e acoplagem, essenciais para o funcionamento de uma estação maior que a China pretende colocar em operação em 2020.

Da tecnologia à ciência, do esporte à área militar, a China não poupa esforços para mostrar que é poderosa. Em 2010, o país se tornou a segunda economia do mundo e, no ano que vem, estima-se que ultrapasse o Japão e se torne o segundo maior consumidor de produtos de luxo do planeta. Um paradoxo, já que todo mundo sabe que lá também é o lugar que mais se pirateia produtos do mundo.

Tenho medo do que a China pode fazer. Tenho medo da China do futuro. Porque ela é capaz de tudo com seu exército de gente que entra no elevador e no ônibus assim que a porta abre, sem deixar que as pessoas que estão lá dentro saiam primeiro. Nos grandes centros, há sempre a sensação de que há chineses demais e espaço de menos. Talvez por isso agora eles resolveram se expandir para o espaço. 

Em breve, a L&PM lançará Os anos de fartura, livro de que mostra a China de 2013 como uma superpotência. É um livro de ficção. Mas talvez nem tão ficção assim…

* Paula Taitelbaum é escritora, coordenadora do Núcleo de Comunicação L&PM e em 2010 esteve na China (leia a Série de posts “Diário de Xangai“)

A L&PM já publica livros sobre a China. Veja aqui alguns deles.

“Big Sur” estreia no cinema em 2012

Os fãs de beats podem se preparar para ter emoções em dobro em 2012. Além de On the road, que Walter Salles está preparando para o primeiro semestre, vem aí a versão de Big Sur para a telona, que já está em fase de pós-produção. O responsável pela adaptação é o diretor Michael Polish e o elenco traz Josh Lucas como Neal Cassady, Radha Mitchell como Carolyn Cassady, Anthony Edwards como Lawrence Ferlinghetti e Jean-Marc Barr como Jack Kerouac. A julgar pelas semelhanças, este elenco promete!

Neal Cassady (E) e Josh Lucas

Carolyn Cassady (E) e Radha Mitchell

Kerouac (E) e Jean-Marc Barr

Após o frenesi causado pelo lançamento do livro On the road, em 1957, Kerouac passou um período retirado na cabana de Ferlinghetti, seu amigo, poeta e dono da City Lights Books, editora que publicava (e ainda publica) os beats. Na região de Big Sur, na Califórnia, ele dedicou seus dias à escrita de um novo romance, que a L&PM publica na Coleção L&PM Pocket.

A herança de Machado de Assis

Passava das três horas da manhã do dia 29 de setembro de 1908 quando Machado de Assis deixou essa vida e entrou para a história como o maior de todos os escritores brasileiros. Morreu tranquilamente, aos 69 anos de idade e cercado de amigos queridos na casa de Cosme Velho no Rio de Janeiro. “Na noite em que faleceu Machado de Assis, quem penetrasse na vivenda do poeta, em Laranjeiras, não acreditaria que estivesse tão próximo o desenlace de sua enfermidade (…) Na sala de jantar, para onde dizia o quarto do querido mestre, um grupo de senhoras – ontem meninas que ele carregara no colo, hoje nobilíssimas mães de família – comentavam-lhe os lances encantadores da vida e reliam-lhe antigos versos, ainda inéditos, avaramente guardados em álbuns caprichosos.” escreveu Euclides da Cunha, amigo que acompanhou Machado até o último momento. O velório ocorreu na Academia Brasileira de Letras, Rui Barbosa proferiu o discurso fúnebre e a escritora Nélida Piñon disse que “cercava-se de flores, círios de pratas e lágrimas discretas.”

A notícia da morte de Machado de Assis no Jornal do Brasil

Após a morte de Machado de Assis, todos os seus objetos foram inventariados. O que mais chama atenção na lista de bens avaliados é a grande quantidade de móveis velhos ou em mau estado, o que provavelmente prova que ele não tinha lá muito apego a bens materiais. Vale a pena dar uma olhada no espólio do escritor:

Avaliação – Móveis existentes no prédio à rua Cosme Velho, n. 18: 1 Mobília de sala de jantar de vieux chène, constante de mesa elástica com 5 tábuas; 12 cadeiras; 2 étagères, 1 trinchante e 1 mesinha: 500$000; 2 Dunkerques de jacarandá, com espelho 100$000; 1 Grupo estofado, velho; (3 peças): 50$000; 1 Divã estofado (mau estado) 36$000; 1 Dito idem idem 30$000; 10 Cadeiras de bambu 30$000; 1 Conversadeira estofada (velha) 60$000; 2 Cadeiras de braço, estofadas, em mau estado 20$000; 1 Cadeira de balanço, idem 10$000; 4 Cadeiras de jacarandá 32$000; 1 Lavatório de canela, com espelho 80$000; 1 Guarda-vestidos vinhático, muito velho 50$000; 1 Guarda-casacas com frente de madeira (muito velho) 60$000; 1 Cômoda de canela (mau estado) 30$000; 1 Armário pequeno (canela) 30$000; 1 Aparador vinhático, com pedra mármore (mau estado) 20$000; 1 Guarda-comida de vinhático, em mau estado 5$000; 4 Cadeiras de vime, em mau estado 20$000; 1 Divã de palhinha, em mau estado 40$000; 1 Grupo de 2 cadeiras de balanças conjugadas, mau estado 10$000; 1 Porta-chapéu idem 10$000; 1 Cômoda com pedra mármore e espelho, mau estado 10$000; 1 Cômoda de vinhático, velha, em mau estado 5$000; 1 Cama de ferro nova 30$000; 1 Lavatório com pedra mármore em péssimo estado 5$000; 1 Sofá-cama, austríaco, em mau estado 5$000; 1 Secretária de vinhático 30$000; 1 Cadeira para secretária 10$000; 3 Armários envidraçados 30$000; 1 Estante de madeira 5$000; 2 Estantes de ferro 4$000; 1 Relógio de parede 15$000; 1 Jardineira de metal 15$000; 1 Espelho oval com guarnição dourada (estragado) 15$000; 2 Quadros a óleo (paisagem – cópias) 20$000; 1 Quadro a óleo (marinha) idem 10$000; 1 Quadro a óleo (figura) original de Pontorn 30$000; 2 Aquarelas de Pacheco 10$000; e Gravuras coloridas (paisagem) 20$000; 20 Quadros com gravuras diversas 40$000; 1 Serviço de lavatório (incompleto) 15$000; 1 Serviço de christofle constando de 1 colher para sopa, 1 pá para peixe, 4 facas grandes, 4 facas pequenas, 13 garfos grandes, 12 garfos pequenos, 5 colheres para sopa, 7 colheres para sobremesa, 11 colheres para chá (58 peças) tudo por 70$000; 1 Colher de metal 2$000; 3 Esteirinhas de palha 14$000; 1 Serviço de granito, constando de 1 terrina, 1 saladeira, 2 travessas, 1 prato coberto, 1 molhadeira, 1 fruteira, 19 pratos rasos, 1 prato fundo, 5 xícaras, 3 canequinhas para café, 10 pires avulsos, tudo 25$000; 12 copos de vidro (1/2 cristal) 10$000; 8 cálices de cores (vidro) 6$000; 7 cálices cristal para licor 5$000; 2 Garrafas cristal para licor 6$000; 2 Garrafas vidro para vinho 4$000; 1 Compoteira de vidro 1$000; 2 Fruteiras de vidro 2$000; 1 Fruteira vidro de cor 3$000; 2 Copos vidro de cor 1$000; 1 Bandeja metal (mau estado) 1$000; 1 Cesta de metal 2$000; 2 Bules e 1 açucareira metal (em mau estado) 5$000; 4 Taças de cristal para champanhe 5$000, 2 Toalhas e 4 guardanapos 14$000; 1 Lote de roupas de uso 2$000.

Livros – 400 volumes encadernados de diversos autores 600$000; 600 volumes em brochura de diversos autores 300$000; 400 Folhetos de diversos autores 120$000.

2:718$000 – Importa a presente avaliação na quantia de dois contos, setecentos e dezoito mil réis.

(Via Memorial do Bruxo – Conhecendo Machado de Assis)

Todos nós sabemos, no entanto, que a maior herança que Machado nos deixou foram suas obras. A L&PM publica todos os romances de Machado de Assis.

Kama Sutra, a arte do prazer

Engana-se quem pensa que o Kama Sutra se resume a posições amorosas e outras maneiras de se “chegar lá”. O Kama Sutra é um livro sobre a arte de viver, sobre o relacionar-se com o outro, sobre a conduta ideal. E, claro, sobre como dar e receber prazer.

A origem do que hoje a gente chama de Kama Sutra perde-se na mitologia: seria um tratado muito antigo, com mil capítulos, surgido da energia liberada entre a união do deus Shiva e de sua consorte Parvati: Nardi, o touro sagrado  guardião de Shiva, tomado por grande inspiração, recitara os versos durante o enlace sexual dos deuses. O Kama Sutra de Vatsyayana (que foi traduzido pela primeira vez pelo explorador inglês Richard Francis Burton no século XIX) oferece uma inestimável visão do estilo de vida do povo indiano – um dos povos que mais valoriza a alma e as relações humanas.

No Kama Sutra da Coleção L&PM POCKET não há figuras, mas textos sobre união sexual, beijo, abraço, mordidas, sons, mulheres, homens, sexo oral, casamento, segurança, virtude, atração e muito mais.

Para os que, no entanto, sentirem falta de imagens, separamos aqui algumas das posições do Kama Sutra que vão além do papel. Nas cenas que seguem (tirem as crianças da sala), há algumas posições feitas de chocolate, lã, biscoito, farinha e madeira.

Kama Sutra de chocolate

Kama Sutra de lã

Kama Sutra de biscoito

Kama Sutra de madeira

Gostou do assunto? Conheça a Série Eróticos da Coleção L&PM POCKET.

Quando Marilyn ainda não era Marilyn

Em 1946, Marilyn Monroe já tinha os cabelos claros, mas não tão claros e loiros quanto no filme O pecado mora ao lado, que anos depois a tornaria a maior e mais desejada estrela do cinema de todos os tempos. Isso porque em 1946, Marilyn ainda não era Marilyn, mas sim Norma Jeane. Tinha apenas 20 anos e até pouco tempo era casada com o marinheiro Jim Dougherty, que a deixou por não suportar conviver com a cobiça estampada nos olhares masculinos sobre sua mulher.

Foi em 1946, a serviço da agência Blue Book, que o fotógrafo Joseph Jasgur clicou o ensaio cujas fotos vão a leilão no início de dezembro deste ano, na Califórnia: três imagens em preto e branco e uma colorida de uma Marilyn jovem e sorridente em trajes de banho na beira da praia. Jasgur guardou estas fotos durante mais de 70 anos e agora elas vieram a público por determinação de um juiz na Flórida, que mandou leiloar as imagens para quitar as dívidas deixadas pelo fotógrafo, morto em 2009.

Documento assinado por Norma Jeane que cede o uso de suas fotos a Jasgur

A carreira de modelo da jovem Norma Jeane na agência Blue Book começou um ano antes, em 1945, quando um outro fotógrafo chamado André de Dienes caiu nas graças daquela garota de luz frágil, porém intensa, e corpo escultural. Após a primeira sessão de fotos, ele já estava completamente apaixonado pela moça. No livro Marilyn Monroe, da Série Biografias, esta passagem está contada em detalhes:

De madrugada, o fotógrafo conduz a moça a uma praia deserta e passa o dia disparando cliques. Norma Jeane está radiosa, um largo sorriso devora seu rosto. Oferece à objetiva todo o seu desejo de vida, suas esperanças de amanhãs melhores Está tão feliz por estar ali, existente, tão reconhecida àquele homem que a escolheu e lhe demonstra consideração, que desenha um coração na areia. Na mesma noite, ao revelar os negativos, De Dienes fica estarrecido com os resultados.

Pouco tempo depois, os cabelos castanho-claros que aparecem nas fotos desta época se tornam loiros. A mudança foi sugerida pela dona da Blue Book, Miss Snively, assim que conheceu e se encantou pela moça:

– Um pequeno conselho – ela acrescenta no momento de se despedir da moça toda alegre, derramando lágrimas de felicidade, sorrindo com uma gratidão exaltada -, você vai fazer um sucesso louco com os fotógrafos se pintar os cabelos de louro. Eu lhe garanto. Mande descolori-los, vire loura, e vai ter todos eles aos seus pés. Acredite em mim.

– Não, obrigada – fala Norma Jeane, embaraçada. Não está interessada. Ficaria com um rosto muito artificial. Não se reconheceria mais.
Loura não seria mais ela.

47. Ideias e aventuras: o primeiro site de editora do Brasil

Por Ivan Pinheiro Machado*

Você consegue imaginar a cidade de Porto Alegre com apenas 450 pessoas conectadas à internet? Pois um dia foi assim. Você, jovem leitor, tente imaginar um mundo com pouco mais de 400 internautas, sem Facebook, Twitter, MSN, Orkut, Youtube, Google e sem iPhone, iTunes, iPad e outras invenções correlatas. Era um tempo onde Steve Jobs tinha problemas sérios de grana e nem ele, nem Bill Gates mandavam na Internet. Aliás, eles nem sequer estavam na Internet.

O “cara” era o velho “Netscape” que, durante uns poucos anos, foi soberano: o único programa de acesso a web e e-mails. Até ser atropelado pela turma do Bill e pela trupe do Steve que, por sua vez, atropelou todo o mundo. Tudo isso aconteceu no período paleolítico, 1995 para ser mais preciso. Alguém leu sobre as possibilidades remotas e futuras da internet aqui na L&PM. Ficamos maravilhados com a oportunidade de sermos lidos em computadores de qualquer lugar do mundo. Uma mágica que, naquela época, poucos acreditavam ser possível. O Renato Kling, nosso consultor de informática, trabalhava também para a PROCERGS, empresa pertecente ao Estado do RS que cuidava de toda a parte técnica dos sistemas de informática do Governo gaúcho. Fizemos contato com diretora da estatal, Marli Nunes Vieira, e depois de muitas reuniões foi estabelecida uma parceria com a empresa para colocar no ar o site inaugural da L&PM. Que seria o primeiro site de uma empresa no Rio Grande do Sul e o primeiro site de uma editora no Brasil.

Cabe, como curiosidade, contar rapidamente como eram feitas as coisas na internet, no tempo em que os bichos falavam. Já foi dito que seria a primeira página feita pela PROCERGS. Havia a teoria e nenhuma prática. A ideia era colocar todo o catálogo da L&PM Editores na Internet, com capa, sinopse e preço. Eram 2.000 títulos. E haveria uma busca simples, por título e por autor, a única disponível naquela época. O processo de trabalho: escanearíamos as 2.000 capas e faríamos 2.000 sinopses.

Para transportar dados só havia o velho disquete, lembram dele? Eles suportavam 1,44 mb, ou seja, duas capas escaneadas em média resolução ou 50 sinopses de 2 laudas cada. Foram seis meses de trabalho. Lembro do dia em que levamos o material para a PROCERGS. A Jó Saldanha, que havia operado toda a logística de escaneamento de capas e sinopses, o Renato Kling e eu, fizemos duas viagens de carro até o local de entrega, para transportar as seis enormes caixas de papelão com mais de mil disquetes… E assim, no final do ano de 1995, a página pioneira da L&PM foi lançada. A esta altura, vale dizer, o número de internautas já tinha quadriplicado. Em 2011 já não são 450 internautas. São milhões de pessoas conectadas, dependentes, interligadas, transformando a internet no mais corriqueiro meio de comunicação e informação. De lá para cá, assim como a web mudou, a L&PM cresceu. Tornou-se protagonista da única grande revolução que aconteceu no mercado editorial brasileiros nos últimos 20 anos: a implantação do livro de bolso como um hábito do brasileiro. Foram 20 milhões de livros de bolso vendidos nos últimos 14 anos. E aprofundou a sua participação na Web. Hoje temos todos os recursos de interatividade e mais uma WEB TV exclusivamente para prestar serviço aos nossos leitores. Um dia, há muito tempo, quando fizemos 10 anos, no final da ditadura militar, nós inventamos um slogam que dizia assim: “L&PM Editores: 10 anos de idéias e aventuras.” E é isso que nos move até hoje. Idéias novas e a aventura de colocá-las em prática. E sempre a mesma emoção, o mesmo risco e a esperança de que, no fim, tudo vai dar certo.

* Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em mais de três décadas de L&PM. Este é o quadragésimo sétimo post da Série “Era uma vez… uma editora“.

Assustadoramente Smurfs!

Já imaginou os Smurfs, estas criaturinhas divertidas e adoráveis, fazendo maldades e assustando pessoas em histórias de terror? No site de compras eBay, encontramos os Smurfs metamorfoseados nos mais terríveis personagens da literatura de horror. Mas diga a verdade: você teria medo de um Drácula azul? E de um Frankenstein com gorro branco? 😉

Ok… Ok… Os Smurfs até tentaram, mas mesmo fantasiados para a festa de Halloween, não deixaram de ser adoráveis e engraçadinhos!

Mas se você é fã do tipo ortodoxo, que prefere os personagens da forma como eles vieram ao mundo, não deixe de ler as histórias do Smurf Repórter e do Bebê Smurf, que a L&PM publica em formato pocket ou convencional.

O dia em que Machado de Assis virou Michael Jackson

Por Paula Taitelbaum*

Já faz uns dias que todos nós acompanhamos o caso do Machado de Assis pintado de branco pela Caixa Econômica Federal. Pobre Machado: sem querer, virou Michael Jackson. Num misto de desleixo e ignorância (talvez mais ignorância do que desleixo), uma das maiores instituições públicas do país cometeu uma gafe de proporções homéricas. Pura estupidez humana. E põe humana nisso, já que a fila de gente que aprovou o casting, acompanhou as filmagens e deu ok ao produto final não deve ter sido pequena. Se pensarmos que envolveu a direção e o marketing da Caixa Econômica Federal, a criação e o atendimento da agência de propaganda (no caso a BorghiEhr/Lowe) e o pessoal da produtora de vídeo (a conceituada Conspiração Filmes), a conta, por baixo, soma umas cem pessoas. Será que ninguém destes leu sobre a vida de Machado (melhor nem perguntar se leram a obra de Machado)? Como assim?

Eu confesso que não assisti ao comercial no ar, vi agora há pouco, pelo Youtube. O ator escolhido é de uma brancura rinso constrangedora. Só falta ter olho azul! Bastaria trocar a assinatura final para virar comercial de OMO: “Fizemos o teste: deixamos  Machado de molho e removemos até as manchas mais difíceis!”.

Caixa Econômica Federal e todos os envolvidos são culpados. Não há perdão para eles. Até porque não é apenas uma questão de valorização dos negros, mas de verdade histórica.

No final, entre comerciais mortos e contas bancárias feridas, vejo algo de positivo no ar. Pense bem: fazia tempo que o povo não falava tanto em Machado de Assis. E, pelo menos agora, as pessoas vão saber que, em uma de suas fotos mais famosas, clicada por ninguém menos do que o célebre Marc Ferrez, Machado não estava bronzeado. Ele era mulato. Que o erro, afinal, sirva de lição.

A L&PM publica todos os romances de Machado de Assis na Coleção Pocket e produziu um documentário sobre o escritor para a L&PM WebTV.

* Paula Taitelbaum é escritora e coordenadora do Núcleo de Comunicação L&PM.

Feliz por tudo

Motivos não faltam para estarmos felizes com o novo livro de Martha Medeiros. Menos de três meses depois de seu lançamento, Feliz por nada já atingiu a marca de 70 mil livros vendidos e está há dez semanas entre os tops da Revista Veja, Revista Época e Jornal O Globo.

Em seu bestseller, Martha começa a crônica que dá nome ao livro dizendo “Geralmente, quando uma pessoa exclama ‘Estou tão feliz!’, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.”

Concordamos com você, Martha. Mas que também é bom estar feliz por tudo isso, lá isso é.