Arquivo mensais:fevereiro 2011

Bukowski no Brasil

Não é miragem! A foto que você está vendo mostra o velho Buk bastante à vontade sentado no sofá da casa de Vinicius de Moraes, aqui no Brasil. Um bebendo, o outro fumando… uma cena bastante típica na vida de ambos. Encontramos a foto e a história sobre o encontro num blog sobre literatura, junto de um poema de Vinicius e um trecho do filme sobre Bukowski. O frenesi foi geral, afinal era o encontro entre dois dos maiores poetas do século passado, os mais bêbados e os mais hábeis na arte de contar o amor.

Mas apesar de toda a verossimilhança, uma simples busca de imagens foi capaz de acabar com qualquer ilusão ou epifania. Eis o choque de realidade:

O que eles pensam antes de sair pra balada?

Só uma inquietação profunda e existencial como esta para inspirar a criação de um site colaborativo dedicado a reunir fotos de grandes escritores com cara de “Tô gato?“, simulando aquele momento derradeiro de cumplicidade com o espelho antes de sair de casa para arrasar numa balada.

A legenda das fotos é inspirada nas orelhas dos livros dos próprios escritores, entre eles H. G. Wells, Franz Kafka, Mark Twain, Julio Verne, Charles Dickens, Jack Kerouac, Hunter Thompson, Charles Bukowski, Jane Austen e Virginia Woolf.

H.G. Wells: "E eu, tô gato? Tô mostrando a verdade através do fantástico, fazendo uma reflexão sobre os valores de nossa sociedade e sobre o mundo que construímos hoje?"

Mark Twain: "Tô gato? Haha… Tô sendo o maior humorista da literatura americana, satirizando acidentalmente a sociedade do meu país, pondo a nu as hipocrisias e a retórica oficial?"

William S. Burroughs: "Tô gato? Tô mesclando o realismo exasperado a experiências estilísticas, apresentando imagens e situações a princípio enigmáticas, mas que aos poucos se tornam familiares?"

Jack Kerouac

Jack Kerouac: "Fala sério: tô gato? Tô fundindo ação, emoção, sonho, reflexão e ambiente numa nova literatura que procura captar a sonoridade das ruas, das planícies e das estradas americanas?"

Virgina Woolf: "Tô gata? Tô sendo uma escritora modernista por excelência, reinventando a narrativa de forma a quase sempre fugir da descrição de uma ação linear?"

Se quiser descobrir o que pensam vários outros autores antes de sair para a balada, dê uma olhada no site “Tô gato?”. Divirta-se!

E o Oscar de melhor busca vai para…

O Google sabe tudo. Todo o conteúdo disponível na rede mundial de computadores está registrado lá. Ele não perde uma atualização sequer e ainda consegue tornar tudo acessível  por meio de uma busca pra lá de eficiente. Como se não bastasse entender de passado e até de presente – faz buscas em tempo real no Twitter – agora o Google quer buscar o futuro. A primeira investida da empresa no ramo da futurologia diz respeito ao Oscar.

Faltam 10 dias para a grande festa e, provavelmente, os nomes ainda não foram definidos. Mas o Google diz que já sabe quais serão os ganhadores. Com base nas estatísticas de busca dos outros anos, a empresa detectou algumas coincidências, que de tanto se repetirem viraram aposta.

Segundo o Google, nos últimos três anos, o ganhador da categoria de melhor filme apresentou um aumento no volume de buscas nas quatro semanas que antecederam a premiação. Além disso, neste mesmo período houve um aumento no número de buscas feitas a partir da cidade de Nova York. Suspeito, não?

Sendo assim, se o Google realmente estiver com uma bola de cristal nas mãos, os candidatos com mais chances na categoria de melhor filme são A Rede Social (cujo volume de pesquisas aumenta há cinco semanas), Cisne Negro e O Discurso do Rei(os dois com a quantidade de buscas crescendo há quatro semanas). O site Oscar Search Trends foi criado pelo Google especialmente para acabar com qualquer mistério que ainda resta antes da premiação:

Por enquanto, as informações não passam de especulação. Podemos voltar neste assunto após o dia 27 de fevereiro, quando acontece a entrega do Oscar em Los Angeles.

E por falar em Oscar, o livro Cenas de uma revolução, escrito pelo jornalista britânico Mark Harris, chega às livrarias em março. Harris analisa de perto as histórias, os cineastas e as inovações de cinco filmes vencedores do Oscar em 1967 – Bonnie e Clyde, A primeira noite de um homem, No calor da noite, Adivinha quem vem para o jantar e Doctor Doolittle – e transforma tudo isso numa trama repleta de heróis, bandidos, intrigas e romances, em um cenário ao mesmo tempo psicodélico e turbulento. Uma ótima pedida para quem curte cinema e literatura!

“Gnomeo e Julieta” reconta o clássico de Shakespeare em 3D

Já está nas salas de cinemas da França a animação Gnomeu e Julieta, baseada na clássica tragédia de Shakespeare. O filme, produzido pelo cantor Elton John, conta em 3D a história de dois anões de jardins de famílias rivais que se apaixonam e enfrentam todos os obstáculos para ficar juntos. O muro que divide os dois terrenos é apenas o começo!

Além de driblar a presença dos humanos, donos dos jardins onde eles vivem, Gnomeu Monteque e Julieta Capuleto têm que enfrentar a rivalidade de suas famílias. Os Monteque usam chapéu azul e os Capuleto, gorro vermelho. Não há como se misturar sem ser percebido e o segredo é não chamar a atenção. O resto da história você já conhece…

Na versão que estreia no Brasil no dia 4 de março, os atores Daniel de Oliveira e Vanessa Giácomo fazem as vozes dos personagens principais. Veja o trailer dublado:

A peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare, faz parte da Coleção L&PM Pocket.

O famoso Grupo de Bloomsbury

1905 foi um bom ano para Virginia Stephen. Com pouco mais de vinte anos, ela começou a dar aulas de literatura a operárias no Morley College. Ao mesmo tempo, todas as quintas-feiras à noite, os amigos de seu irmão Thoby se encontravam na casa dos Stephen, na região londrina de Bloomsbury. Entre eles estavam o pintor Duncan Grant, o crítico de arte Clive Bell e os escritores E. M. Forster, Lytton Strachey e Leonard Woolf (futuro marido de Virginia). Destes encontros semanais, nasceria o “Grupo de Bloomsbury” que perduraria por mais de trinta anos. Ao longo deste tempo, outros artistas, filósofos e intelectuais (entre eles o economista John Keynes) foram se juntando ao consagrado bando, enquanto um emaranhado de relações amorosas se entrelaçava entre eles. O registro romântico dos membros do Bloomsbury, aliás, demonstra que eles estavam muito a frente das convenções inglesas da época. Em 1925, Virginia, que então deixara de ser Stephen e se tornara Woolf, viveu uma tórrida paixão com a também escritora Vita Sackville-West, participante do grupo. O romance entre as duas daria origem ao livro Orlando, escrito por Virginia em 1927. As paixões gays e bissexuais seriam o ponto alto do Bloomsbury.

Os escritores Lytton Strachey e Virginia Woolf, membros do Grupo de Bloomsbury. Mesmo gay, ele propôs casamento a Virginia antes dela casar-se com Leonard Woolf

A vida social do grupo girava em torno de várias casas de campo e os amigos costumavam passar as férias juntos na França, Itália e Grécia. Entre as casas mais badaladas estavam a de Virginia e Leonard e também a de Lady Ottoline Morrell, uma rica socialite, mecenas das artes inglesas. Foi Lady Morell, inclusive, que inseriu no grupo artistas como o coreógrafo e bailarino Frederick Ashton e a estrela do ballet russo Lydia Lopokova.

E se o grupo há décadas não existe mais, a região de Bloomsbury continua lá, abrigando o Museu Britânico, a Academia Real de Arte Dramática, a Universidade de Londres e até uma placa em homenagem a Virginia e seus amigos.

A placa em homenagem ao grupo

Para saber um pouco mais sobre o assunto, não deixe de ler Virginia Woolf, livro recém lançado na série Biografias L&PM.

Os últimos dias de Edgar Allan Poe

Está prevista para 2011 a estreia do novo filme sobre Edgar Allan Poe, com John Cusack no papel principal. The Raven conta os últimos cinco dias de vida do escritor, que morreu de forma misteriosa em um hospital de Baltimore após ter sido encontrado na rua em estado delirante, vestindo roupas que não eram suas, visivelmente angustiado e falando coisas sem sentido.

A causa da morte não foi esclarecida até hoje, mas as hipóteses vão de suicídio até uma possível infecção por raiva ou sífilis. No filme, a história ganha um toque de fantasia: o Poe vivido por John Cusack passa seus últimos dias na companhia de um serial killer que agia inspirado em seus contos.

John Cusack e o corvo.

Enquanto o filme não chega, aproveite a atmosfera de suspense e fantasia para ler o mais recente lançamento da Coleção L&PM Pocket, O escaravelho de ouro & outras histórias – inclui O mistério de Marie Rogêt.

15. O Analista de Bagé

Por Ivan Pinheiro Machado*

“O Analista de Bagé”, de Luis Fernando Veríssimo, despontou para a fama e a glória na Feira do Livro de Porto Alegre de 1981. Em meio a uma onda de Sidney Sheldon, Morris West e Harold Robbins, o livro de um autor praticamente desconhecido no eixo Rio-São Paulo surgia como o mais vendido na Feira. Numa daquelas tardes animadas na Praça da Alfândega, eu estava na barraca da L&PM conversando sobre amenidades com a repórter do Jornal do Brasil Cláudia Nocchi quando ela me interrompeu.

Você já notou que, enquanto falamos, três clientes compraram o “Analista de Bagé”?

E era verdade. Estava vendendo muito. Tínhamos feito uma edição de 3 mil exemplares que se esgotara na primeira semana da Feira. Reeditamos rapidamente e “O Analista” já era o mais vendido segundo a lista que a Câmara Riograndense do Livro distribuía todos os dias. E cada vez vendia mais. Cláudia ficou impressionada e resolveu sugerir ao Rio de Janeiro uma matéria sobre o novo fenômeno editorial. O editor do Jornal do Brasil era o gaúcho Raul Riff e, seu filho Sergio Riff, era repórter do Caderno B. No começo dos anos 80, o Caderno B do Jornal do Brasil era a verdadeira bíblia da cultura brasileira. Saía no JB, todo mundo ficava sabendo. E não deu outra. Se houve ou não lobby gaúcho, não sei. Mas, no fim de semana seguinte, o “Analista” deu capa do caderno B, com matéria da Cláudia, resenha do Sergio Riff e até uma enorme caricatura do Luis Fernando ilustrando a página. Um mês depois, o livro já era o mais vendido no país. Aí foi a vez da Veja. Matéria de capa. E olha que poucas vezes um livro deu capa da Veja. Foi a consagração. E durante dois anos “O Analista de Bagé” foi o livro mais vendido em todas as listas de bestsellers dos jornais e revistas brasileiros.

Para ler o próximo post da série “Era uma vez uma editora…” clique aqui.

O papel das cartas

Se nos permitem o saudosismo, queremos lembrar o papel das cartas e o que elas significaram para várias gerações de escritores, artistas, filósofos, amantes e pensadores. Preparar uma carta com esmero, colocar dentro do envelope um pedaço de si, do dia, do mundo, da imaginação, dividir uma experiência no calor do momento e com a caligrafia que denuncia, fechar o “embrulho” e enviar. O perigo de extraviar, de se perder, de alguém abrir antes do destinatário… um hiato de emoção e expectativa.

Independente do conteúdo, os papéis também falam sobre as cartas. No site colaborativo Letterheady, há um verdadeiro acervo deles. Descubra onde e como viajaram as ideias de Andy Warhol, Charles Dickens, Sigmund Freud e Charles M. Schulz e até Marilyn Monroe.

Andy Warhol

Charles Dickens

Charles M. Schulz

Sigmund Freud

Marilyn Monroe

Garfield vai estrear 3ª temporada na TV

Que ironia… Justo numa segunda-feira nos chega a notícia de que o Garfield vai trabalhar mais! Isso mesmo. O estúdio francês Dargaud Media já começou a produzir a 3ª temporada da série animada O show de Garfield, exibida diariamente no Cartoon Network. Serão 26 episódios inéditos. Não dá pra perder!

Veja um dos episódios anteriores:

Mas se você gosta mesmo é do Garfield no papel, as tirinhas estão na Coleção L&PM Pocket 🙂

Feliz Dia de São Valentim!

No dia 14 de fevereiro, os apaixonados do hemisfério norte comemoram o Dia de São Valentim ou Dia dos Namorados, como é costume chamar aqui no Brasil. A diferença é que o nosso é no dia 12 de junho, véspera do Dia de Santo Antônio, o casamenteiro.

Lá fora, a homenagem a São Valentim é merecida: no século III, o bispo Valentim desafiou a ordem do imperador romano Cláudio II que proibia o casamento por acreditar que soldados solteiros tinham melhor desempenho no campo de batalha. Mesmo à revelia do imperador, o bispo continuou a celebrar casamentos, até ser descoberto e condenado à morte. Diz a lenda que, na prisão, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, como que por milagre, devolveu-lhe a visão. Considerado mártir pela Igreja Católica, o dia de sua morte – 14 de fevereiro – foi oficializado como Dia de São Valentim, quando casais em vários países trocam presentes e juras de amor.

Aproveite para celebrar o amor em toda a sua diversidade e Feliz Dia de São Valentim! Os trabalhos da artista Claire Streetart podem servir de inspiração 😉

Arte de rua de Claire Streetart na Rua Mouffetard, em Paris

Mais arte de Claire Streetart num muro do bairro Sumaré, em São Paulo

Na praça Bolívar, Paris

A cena atrai a atenção de um pedestre em Vers Belleville

Curtiu? Veja outros trabalhos da artista em seu site oficial.